Café: Após testar US$ 1,50/lb na véspera, Bolsa de Nova York despenca 400 pts nesta 4ª feira

Publicado em 24/08/2016 18:05

Após fecharem em alta por quatro sessões consecutivas, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) despencaram cerca de 400 pontos nesta quarta-feira (24) com o mercado realizando ajustes técnicos após os preços externos se aproximarem da resistência de US$ 1,50 por libra-peso. O clima no Brasil tende a melhorar nos próximos dias e isso também acaba dando pressão aos futuros.

O vencimento setembro/16 encerrou o dia cotado a 142,15 cents/lb com 315 pontos de baixa. O dezembro/16 anotou 143,10 cents/lb, o março/17 registrou 146,30 cents/lb e o contrato maio/17 fechou o dia cotado a 148,20 cents/lb, ambos tiveram desvalorização de 415 pontos.

Desde a manhã, os preços externos do arábica já demonstravam que o dia seria diferente das últimas sessões, após ficarem próximas de US$ 1,50/lb. "As cotações, que começaram o dia lateralizadas,  ganharam um viés forte de baixa deixando muitos dos operadores perplexos já que a maioria não esperava um movimento tão forte como o presenciado", explica o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.  "O grande suporte em Nova York, de 140,00 cents/lb, não foi rompido e isso pode dar uma sobrevida as cotações", ressalta.

O cinturão produtivo de café do Brasil recebeu altos volumes de chuva no último final de semana, o que favoreceu a florada da safra 2017/18. Porém, os cafeicultores temem que as plantas possam ter seu potencial produtivo comprometido para o próximo ano caso as condições climáticas mudem nos próximos dias. Alguns operadores também estavam bastante atentos à onda de frio na madrugada de segunda (22). Mas áreas produtoras do grão não foram afetadas.

De acordo com mapas climáticos, as temperaturas tendem a subir nas áreas produtoras de café nos próximos dias. Porém, no Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais e Sul da Bahia chuvas fracas e dispersas não estão descartadas.

Apesar do clima adverso nos últimos dias, estimativa da Safras & Mercado, divulgada na quinta-feira (18), aponta que a colheita brasileira estava em 86% até dia 16 de agosto. Com a previsão de produção de 54,9 milhões de sacas de 60 kg no Brasil da consultoria nesta temporada, é apontado que já foram colhidas 47,24 milhões de sacas até o dia 16. Os trabalhos evoluíram 5% em relação à semana anterior.

Na Cooxupé (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé), a maior do mundo, a colheita atingiu 87,24% da área até o dia 19 de agosto. O levantamento foi divulgado pela cooperativa nesta terça-feira (23). O número representa um avanço de quase 5% de uma semana para a outra.

O diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, reportou em seu informativo semanal que os operadores na Bolsa de Nova York estão monitorando as chuvas no Brasil e as floradas.  "Aparentemente são esses os fatores que poderão tirar o mercado de arábica do intervalo entre 125 cents e 155 cents", disse.

Além dos ajustes técnicos, o mercado também segue atento ao câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity. Após abrir o dia em alta, o dólar comercial passou a cair nesta quarta repercutindo a aprovação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017. Operadores também aguardam com ansiedade a divulgação do Fed (Federal Reserve), Banco Central dos Estados Unidos. A moeda norte-americana caiu 0,32%, a R$ 3,2229 na venda.

Mercado interno

Os negócios com café seguem limitados no mercado físico brasileiro com os produtores à espera de melhores de patamares. "No mercado interno, a paradeira foi grande. O setor produtivo foi pego de surpresa e assim, não teve tempo de mudar de lado ou opinião", explica Marcus Magalhães.

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca e alta de 5,36%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 553,00 a saca e queda de 0,90%. A maior oscilação no dia.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 510,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu nas cidades de Espírito Santo do Pinhal (SP) e Franca (SP) com R$ 490,00 a saca e queda de 2,00%.

Na terça-feira (23), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 487,62 com alta de 1,48%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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