Café: Cotações do arábica recuam mais de 300 pts nesta 6ª feira e estendem perdas em NY

Publicado em 23/11/2018 16:49

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As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registraram queda de mais de 300 pontos na sessão desta sexta-feira (23). O mercado externo do grão teve pressão da valorização do dólar e informações sobre o petróleo. Na semana, a variedade recuou 4,51%.

O vencimento dezembro/18 encerrou o dia com baixa de 315 pontos, a 107,15 cents/lb, e o março/19 recuou 300 pontos, cotado a 111,10 cents/lb. Já o contrato maio/19 registrou 114,00 cents/lb com perdas de 295 pontos e o julho/19 registrou 116,65 cents/lb e 290 pontos de desvalorização.

O mercado do café estendeu as perdas dos últimos dias acompanhando as oscilações cambiais e a forte queda do petróleo. A moeda estrangeira fechou o dia com alta de 0,41%, cotada a R$ 3,822 na venda, com giro fraco e informações do exterior

"É normal haver saída de recursos no final do ano. Além disso, o investidor aumentou sua posição comprada (aposta de alta) no dólar, já que há preocupações externas e não se sabe como será o novo governo", disse para a Reuters internacional um gestor de derivativos de uma corretora local.

Essa foi a maior valorização semanal do mercado desde o dia 24 de agosto. O dólar mais alto em relação ao real tende a encorajar as exportações do café arábica e pesa sobre os preços externos da variedade, já que o Brasil é o maior produtor e exportador do grão. Essa é terceira queda seguida.

"As relações das moedas, especialmente entre o dólar e o real brasileiro, continuam a ser uma força motriz na negociação de café, e o dólar estava alto", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Além disso, segundo agências internacionais, após o feriado do Dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos, as commodities agrícolas também acompanham as oscilações nos preços do petróleo, que caíram para o menor nível em mais de um ano. Às 17h40, o Brent recuava 7,71%, a US$ 50,42 o barril.

"Os baixistas do mercado de petróleo reafirmaram sua autoridade", disse para a Reuters Tamas Varga, analista da corretora londrina PVM Oil. "A fraqueza é a continuação do sentimento baixista prevalecente, ajudado um pouco pelo dólar mais forte".

Do lado fundamental, poucas novidades impactaram o mercado no dia, mas durante a semana operadores acompanharam informações sobre a oferta e previsão do tempo. "O clima no Brasil parece bom agora, com algumas precipitações e chuvas na previsão para esta semana", disse Scoville.

Mercado interno

No mercado brasileiro, a semana seguiu com negócios isolados. "Após ter registrado maior liquidez em outubro, as negociações envolvendo os cafés arábica e robusta ocorrem em menor ritmo neste mês", noticiou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP.

De acordo com dados da consultoria Safras & Mercado, as vendas neste ano estão levemente atrasadas. A projeção é de que os produtores venderam até o dia 19 de novembro 59% da produção (35,79 milhões de sacas de 60 kg), de uma safra de 60,5 milhões de sacas.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 468,00 e queda de 1,06%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 1,70% e saca a R$ 463,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor em Franca (SP) com saca a R$ 445,00 e queda de 1,11%. A oscilação mais expressiva ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 1,81% e saca a R$ 435,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Média Rio Grande do Sul com saca a R$ 445,00 e avanço de 4,46%. Foi a maior oscilação no dia.

Na quinta-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 438,82 e queda de 0,35%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • João Carlos remedio São José dos Campos - SP

    Que situação dramática vive a cafeicultura brasileira e mundial!!!; com toda a sua importância socioeconômica, sendo a atividade do agronegócio que mais gera empregos diretos no Brasil, foi transformada em uma "geradora" de pobreza. Por falta de uma política cafeeira efetiva, erros primários estão ocorrendo, então, os fundos deitam e rolam, manipulando como querem o mercado, para ganharem dinheiro. É uma covardia o que estão fazendo mundo afora com essa importante atividade econômica, principalmente em países pobres das Américas do Sul, Centra, África e Ásia. A cafeicultura mundial pede socorro!

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