Café arábica tem dia de altas em NY, mas primeiros vencimentos seguem abaixo de US$ 1/lb

As cotações futuras do café arábica encerraram a sessão desta quarta-feira (21) com alta de mais de 100 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado acompanhou o câmbio e informações sobre a safra brasileira. Mas os primeiros vencimentos seguem abaixo de US$ 1/lb.
O vencimento setembro/19 encerrou o dia com alta de 140 pontos, cotado a 92,82 cents/lb e o dezembro/19 anotou 96,65 cents/lb com valorização de 140 pontos. O contrato março/20 avançou 150 pontos, negociado a 100,30 cents/lb e o maio/19 subiu 145 pontos, a 102,65 cents/lb.
O arábica caiu forte na ICE nas últimas sessões acompanhando informações da oferta e o câmbio, principalmente. A divisa nesta quarta-feira, no entanto, contribui para os ganhos. Às 16h52, pouco antes do fechamento, o dólar comercial caía 0,61%, cotado a R$ 4,027 na venda, de olho no Fed.
"Os preços do café fecharam em alta nesta quarta-feira, já que a força do real em relação ao dólar provocou uma pequena cobertura de posição nos futuros", destacou o site internacional Barchart. O dólar mais baixo ante o real desencoraja as exportações de café e dá suporte aos preços.
"Não é esperado que a ata do Fed dê muitas dicas sobre o que está por vir. Toda expectativa está em torno da fala do Powell, no entanto, é preciso atenção aos detalhes que a ata pode vir a evidenciar", disse para a Reuters o operador de câmbio da Advanced Corretora Alessandro Faganello sobre o dólar.
Além disso, o mercado segue as ideias já apontadas pelo operadores na véspera com melhor assimilação dos números da safra 2019/20, que está praticamente finalizada a colheita no Brasil. O país é o maior produtor e exportador de café do mundo.
"Os relatórios indicam que os rendimentos não são realmente fortes e que a qualidade da cultura é fraca devido ao clima extremo visto no início da estação de crescimento. As ideias são de que o recente congelamento não prejudicou a safra atual, mas poderia levar a menos produção para a próxima safra", aponta o analista de mercado do Blog Price Group, Jack Scoville.
Francisco de Assis Diniz, chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet, aponta que as áreas de café do Brasil podem ter um atraso das chuvas e altas temperaturas. Mapas estendidos apresentam ainda tendência de um veranico no início de 2020, período de enchimento de grãos.
Veja mais:
» Inmet prevê atraso das chuvas em áreas de café e grãos no Brasil; veranico no início de 2020
Mercado interno
O mercado brasileiro seguiu calma nos últimos dias. Os preços recuaram na semana passada em várias praças de comercialização pelo país por conta das desvalorizações externas e o produtor segue afastado.
"No Brasil, o mercado permanece comprador e aparecem interessados para todos os lotes postos a venda, mas nas bases de preço que oferecem encontram poucos cafeicultores dispostos a fechar negócio", destacou o Escritório Carvalhaes.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor em Guaxupé (MG) com saca a R$ 457,00 e queda de 0,65%. A alta mais expressiva ocorreu em Varginha (MG) com avanço de 3,53% e saca a R$ 440,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Varginha (MG) com saca a R$ 425,00 e avanço de 6,25%.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 407,00 e baixa de 0,73%. A maior oscilação ocorreu em Varginha (MG) com alta de 3,80% e saca a R$ 410,00.
Na terça-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 405,93 e alta de 1,14%.
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