Fundamentos técnicos, clima e dólar pressionam e café finaliza 5ª feira com baixas

Publicado em 06/08/2020 16:39 e atualizado em 06/08/2020 17:18

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O mercado futuro do café arábica encerrou o pregão desta quinta-feira (6) com quedas acima de 400 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Vários fatores influenciaram no pregão e a tendência é que preços continuem nesses patamares nos próximos dias. 

Setembro/20 registrou queda de 455 pontos, valendo 117 cents/lbp, dezembro/20 teve baixa de 445 pontos, negociado por 118,95 cents/lbp, março/21 registrou queda de 430 pontos, negociado por 121,10 cents/lbp e maio/21 registrou baixa de 415 pontos, negociado por 122,15 cents/lbp. 

Segundo Fernando Maximiliano, analista de mercado da StoneX, vários fatores contribuíram para as baixas em Nova York. O analista destaca que é importante lembrar que desde julho o mercado vem ganhos técnicas e boas movimentações de coberturas no mercado futuro e que  agora é natural que o mercado registre baixas, indicando uma correção. "Os fundos cobriram algumas posições e agora perderam força para continuar", afirma. 

Além disso, para quedas tão expressivas, Maximiliano destaca que o clima no Brasil ainda influencia diretamente nas cotações, mas que agora o mercado já está com as atenções voltadas para a florada da próxima safra, que tem como característica acontecer em setembro nas principais regiões produtoras do país. "Nós estávamos tendo quedas nas temperaturas e agora as condições mudaram, isso também ajuda a dar suporte de queda em Nova York", afirma. 

Outro fator de queda para o café nesta quinta-feira (6), foi a valorização do dólar ante ao real. A moeda finalizou o dia com alta de 0,93% e cotado por R$ 5,34 na venda. O dólar valorizado tende a dar suporte de baixa aos preços na Bolsa, mas em contrapartida, dão suporte para as exportações brasileiras. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. 

Fernando destaca que é importante que o produtor tenha em mente que o ano de 2020 está sendo atípica para o mercado, em decorrência da pandemia do Coronavírus. As preocupações com oferta e demanda ainda refletem diretamente em Nova York. Do lado positivo, o analista recorda que, na semana passada, a Nestlé divulgou que as vendas durante o mês de julho já foram mais positivas, indicando assim um aquecimento da demanda. 

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O mercado de café tipo Conilon também subiu de maneira mais expressiva na última semana, puxado por uma condição recessão da economia mundial - por conta da pandemia, e acabou também ajudando a subir os preços em Nova York. "Se os preços em Londres sobem muito para o robusta, a indústria entende que pode compensar mais o tipo arábica", destaca. 

O café conilon também tem apoio da redução de exportações do Vietnã, o maior produtor mundial de café robusta. Fernando destaca que o mercado deve continuar atentos às informações do maior produtor do conilon, sobretudo neste momento em que o Vietnã passa por um período de entressafra. Segundo a análise do site internacional Barchart, o Departamento Geral de Alfândegas do Vietnã informou na quinta-feira passada que as exportações de café do Vietnã em julho caíram -27%. 

Mercado Interno 

No Brasil, as cotações acompanharam o exterior e finalizaram o dia com quedas nas principais praças produtoras. O analista da StoneX afirma que a alta do dólar continua deixando o mercado físico com patamares de preços positivos. "Nós tivemos bastante volumes nos últimos dias e a tendência é de  continuar nesses patamares de preços", afirma. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 3,24% em Guaxupé/MG, valendo R$ 597,00, Poços de Caldas/MG teve baixa de 1,17%, negociado por R$ 590,00, Campos Gerais/MG registrou queda de 3,20%, valendo R$ 605,00. Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 600,00. Araguarí/MG manteve os preços por R$ 620,00 e Varginha/MG manteve a estabilidade por R$ 600,00.

O café tipo cereja descascado teve queda de 3,03% em Guaxupá/MG, valendo R$ 640,00. Poços de Caldas/MG registrou baixa de 1,89%, valendo R$ 725,00. Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 650,00 e Varginha/MG manteve o valor de R$ 650,00. 

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Tags:
Por:
Virgínia Alves-
Fonte:
Notícias Agrícolas

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