Café finaliza com baixas em NY e Londres por chuvas no Brasil e aversão ao risco mundial

Publicado em 22/01/2021 16:38 e atualizado em 23/01/2021 17:30
Semana do café foi marcada pela Conab, chuvas no Brasil e Covid-19

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O mercado futuro do café arábica encerrou as cotações desta sexta-feira (22) com quedas acima dos 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Chuvas no Brasil, Covid-19 e recuperação dos estoques certificados ajudaram a pressionar os preços no pregão. 

Março/21 teve queda de 240 pontos, valendo 124,05 cents/lbp, maio/21 registrou baixa de 230 pontos, valendo 126,20 cents/lbp, julho/21 teve desvalorização de 230 pontos, valendo 128,10 cents/lbp e setembro/21 registrou baixa de 225 pontos, estabelecendo os preços por 129,90 cents/lbp. 

Segundo análise do site internacional Barchart, o mercado futuro voltou a cair após novas previsões de chuvas para Minas Gerais. " As previsões de chuva no fim de semana em Minas Gerais, a maior região produtora de café arábica do Brasil, estão reduzindo os preços do café hoje", afirma a publicação. 

Vale destacar, no entanto, que o retorno das chuvas não recupera os danos para a safra de arábica do Brasil em 2021. De acordo com o primeiro levantamento da Conab, divulgado nesta semana, é previsto uma quebra entre 32% e 39% para o arábica, considerando as condições climáticas e o ano de bienalidade baixa para o arábica. 

+ Conab: Bienalidade negativa e problemas climáticos indicam redução da produção de café nacional

Mercado de café - CNC - 2201
Movimentação do mercado futuro durante a semana

Uma recuperação nos estoques da ICE foi outro fator de baixa para o café observado nesta sexta-feira. Segundo o Barchart, os estoques certificados na ICE subiram para 1,571 milhões de sacas, dando suporte na recuperação da baixa mais expressiva dos últimos 20 anos, divulgada em outubro do ano passado. 

Apesar da redução dos estoques indicar um consumo dentro da normalidade na pandemia do Coronavírus, o pregão desta sexta também foi marcado por um dia de grande aversão ao risco no mercado financeiro global. 

Mais do que isso, índices acionários caem no mundo todo. O Ibovespa marcava sua quarta baixa seguida, registrando as mínimas em um mês e, na Europa, os mercados também fecharam a sexta-feira em queda. E parte dessas perdas estão bastante ligadas às notícias mais recentes sobre a pandemia do coronavírus. 

"Os mercados acionários europeus encerraram em queda nesta sexta-feira, uma vez que a atividade empresarial na zona do euro encolheu em janeiro com rígidos lockdowns para controlar a pandemia do coronavírus fechando muitas empresas", informa a agência de notícias Reuters.

*Com informações de Carla Mendes - @jornalistadasoja 

Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também encerrou a semana com desvalorização. Março/21 teve queda de US$ 13 por tonelada, valendo US$ 1310, maio/21 teve desvalorização de US$ 13 por tonelada, valendo US$ 1322, julho/21 registrou baixa de US$ 12 por tonelada, valendo US$ 1338 e setembro/21 teve queda de US$ 11 por tonelada, negociado por US$ 1357.

"Sobre o clima, a Somar Meteorologia alerta que permanece a condição para fortes precipitações e temporais no Estado de São Paulo nesse fim de semana. Pode chover, mas de forma fraca e isolada, nas áreas da divisa paulista com o Rio de Janeiro e no norte do Espírito Santo. Para o restante da Região Sudeste, a previsão é de tempo firme", destacou o Conselho Nacional do Café (CNC) em sua análise semanal. 

Café tipo Conilon
Estimativa é de produção recorde para o conilon em 2021

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O CNC destacou ainda que no mercado físico, as cotações tiveram pouca oscilação, mas a variedade arábica segue alcançando níveis recordes ao receber impulso da retração vendedora, uma vez que um alto percentual de produtores realizou a comercialização de forma antecipada, e da quebra na safra 2021 do Brasil.

O indicador calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o arábica subiu 0,35% na semana e fechou a quinta-feira em R$ 654,24/saca, seu novo recorde nominal na série, que teve início em 1996. O do conilon permaneceu praticamente estável em R$ 416,18/saca.

A sexta-feira encerrou com estabilidade nas principais praças produtoras do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 0,73% em Guaxupé/MG, valendo R$ 682,00, Araguarí/MG teve alta de 1,49%, negociado por R$ 680,00. Poços de Caldas/MG manteve a estabilidade por R$ 660,00, Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 650,00 e Varginha/MG manteve a negociação por R$ 680,00.

O tipo cereja descascado teve queda de 0,68% em Guaxupé/MG, valendo R$ 725,00. Poços de Caldas/MG manteve a estabilidade por R$ 720,00, Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 700,00 e Varginha/MG manteve a negociação por R$ 720,00.

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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