Café volta a sentir a pressão do financeiro e encerra com mais de 400 pontos de queda em NY
O mercado futuro do café arábica encerrou a semana com recuo expressivo para os principoais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US) após mais uma dia de bastante aversão ao risco no setor financeiro.
Setembro/22 teve queda de 440 pontos, negociado por 227,40 cents/lbp, dezembro/22 registrou baixa de 445 pontos, cotado por 226,30 cents/lbp, março/23 teve queda de 450 pontos, negociado por 224,60 cents/lbp e maio/23 teve baixa de 440 pontos, valendo 223,15 cents/lbp.
A sexta-feira foi marcada por temor com desaceleração da economia global, o que pesou nas commodities agrícolas, inclusive fazendo o petróleo despencar quase 8% no pregão.
"Um fator negativo para os preços do café é um aumento na oferta de café dos EUA depois que a Green Coffee Association informou na quinta-feira que os estoques de café verde dos EUA em maio subiu recente", destacou a análise do site internacional Barchart.
A quantidade de café verde armazenado nos portos dos Estados Unidos, o maior consumidor mundial da bebida, subiu 97.125 sacas de 60 quilos no final de maio, ultrapassando 6 milhões de sacas.
No Brasil, o setor segue acompanhando a evolução da colheita, que de acordo com o setor está atrasada em relação aos últimos anos. Já para a Fundação Procafé, em destaque no Notícias Agrícolas, a grande preocupação não é com atraso dos trabalhos no campo, mas sim com a quantidade de café existente no café que está ainda mais baixo do que era esperada.
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+ Procafé: Atraso na colheita não é o grande problema, mas sim relatos de pouco café no pé
Com relação ao futuro dos preços de café, analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas mantêm a opinião de que o cenário é para preços com fundamentos sólidos até, pelo menos, que o mercado entenda o real tamanho da safra brasileira. Os fatores externos, em dias como esta sexta-feira por exemplo, continuam no radar e mantêm o café com volatilidade acentuada.
O dólar também avançou frente ao real com alta de 2,33% e encerrando a semana por R$ 5,14 na venda. O dólar em alta tende a pressionar as cotações no mercado futuro.
Na Bolsa de Londres, o café tipo conilon também encerrou com desvalorização, após abrir o dia com estabilidade. Setembro/22 teve queda de US$ 25 por tonelada, negociado por US$ 2079, novembro/22 teve baixa de US$ 23 por tonelada, cotado por US$ 2074, janeiro/23 teve queda de US$ 22 por tonelada, valendo US$ 2059 e março/22 encerrou com baixa de US$ 22 por tonelada, valendo US$ 2049.
No Brasil, o mercado físico acompanhou o dia de alta para o dólar e encerrou com valorização nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 1,10% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.375,00, Varginha/MG teve alta de 1,46%, cotado por R$ 1.390,00, Campos Gerais/MG teve alta de 1,09%, valendo R$ 1.385,00 e Franca/SP teve alta de 1,46%, negociado por R$ 1.390,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 1,04% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.464,00, Campos Gerais/MG teve alta de 1,05%, cotado por R$ 1.445,00. Poços de Caldas/MG manteve a estabilidade por R$ 1.460,00, Patrocínio/MG por R$ 1.350,00 e Varginha/MG por R$ 1.450,00.
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