Geada acomete áreas cafeeiras no Brasil e traz preocupação para produtividade da safra 26
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Na madrugada desta quarta-feira (25), cafezais de Nova Resende, Bom Jesus da Penha, Muzambinho, Monte Belo e Jacuí, municípios do Sudoeste de Minas Gerais, sofreram danos após baixíssimas temperaturas ocasionarem geadas sobre as lavouras de café nas baixadas, nos vales e áreas de encontas.
Segundo a Presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, Suzana Santos, atualmente a safra de café 2025 está bem avançada, com mais de 50% da colheita realizada na região, mas o fenômeno traz preocupação aos produtores sobre a produção da safra de 2026. "Os produtores ficam apreensivos e preocupados, uma vez que episódios de geadas em anos anteriores trouxeram impactos severos para as lavouras. Embora a chuva do dia 23 de junho tenha deixado o solo úmido, mitigando assim a queda de temperatura, os agricultores já estimam prejuízos e permanecem em alerta. Algumas já estão entrando na fase vegetativa de produção para a safra/26, e a geada pode comprometer sim a florada", explicou.
A Associação ainda está realizando um levantamento junto aos cafeicultores associados para avaliar melhor os danos nas lavouras e as reais implicações sobre a produção para próxima temporada.
A produtora Edna Sotero, do Sítio Cachoeira do Cambui, município de Muzambinho/MG, conta que a geada desta madrugada atingiu um talhão de 3 mil pés de café de sua propriedade, uma área que estava em processo de recuparação de uma geada de capote que ocorreu no ano de 2022. A cafeicultora ainda avalia o prejuízo.
Já o produtor do município de Bom Jesus da Penha, Leandro José, estima que terá uma quebra de produtividade para a próxima temporada, "para esse ano tá previsto umas 600 sacas de café, e para o ano que vem estimo umas 500 sacas, mas, agora não sei o quanto irei perder com o impacto desta geada. Acho que afetou uns 6 hectares da minha produção", lamentou.
O engenheiro agônomo e consultor em cafeicultura, Jonas Ferraresso, explica que o impacto da geada sobre a produtividade das lavourasa só é grande quando ocorre desfolha, "com a folha danificada é necessário fazer poda de esqueletamento para poder ter rebrota, comprometendo assim a próxima safra. Agora, se a geada foi só de capote, que a gente fala que cobriu só a parte de cima da planta, ela queima apenas a parte superior, ocasionando assim uma perda parcial da produtividade, mas não afetando as folhas para a floração. Mas, para saber a real dimensão do dano, tem que esperar o gelo derreter para assim visualizar se ele foi leve, moderado ou severo", complementa.
Ferraresso relata que algumas propriedades que assessora nas cidades de Holambra, Serra Negra e Bragança Paulista, interior de São Paulo, já tiveram problemas em 2020, e agora tiveram danos pontuais. Algumas regiões do Sul de Minas Gerais e na Alta Mogiana, os produtores relatam que o fenômeno foi fraco e não trouxe grandes prejuízos aos cafezais.
De acordo com o metereologista, Francisco de Assis, ainda hoje as temperaturas devem aumentar, apesar do frio continuar, e há previsão de chuvas, o que diminui os riscos de geadas.
Confira mais imagens da geada nas lavouras:
Cabo Verde, sul de Minas Gerais - produtor Marcos Carvalho
Monte Belo, Sudoeste de Minas - produtor Reginaldo de Oliveira
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