Sem demanda mercado de carnes tem viés de baixa neste final de ano

Publicado em 14/11/2016 07:02

Boi Gordo: Baixa movimentação no mercado e cenário mais para um viés de baixa que de valorização

Por Scot Consultoria

Mercado do boi gordo com baixa movimentação nessa sexta-feira.

Há regiões onde a oferta limitada de boiadas tem feito com que as indústrias ofertem preços melhores, como no oeste da Bahia, por exemplo.

Contudo, na maioria das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria, o cenário aponta mais para um viés de baixa do que de valorização. 

O lento escoamento da carne no atacado dá suporte para que os frigoríficos não ofertem preços maiores no mercado.

Aliás, parte das indústrias tem trabalhado com a ociosidade elevada como estratégia para regular os estoques, uma vez que o escoamento da carne não evolui significativamente.

O feriado da próxima semana pode colaborar com o enxugamento dos estoques dos frigoríficos.

Suíno vivo: Semana encerra estável, mas perspectivas são positivas para os próximos dias

Por Larissa Albuquerque

Mais uma semana de preços estáveis no mercado independente de suíno vivo. Mesmo com o enxugamento da oferta, a dificuldade no escoamento da produção vem limitando as altas na matéria prima neste final de ano.

A tendência típica do mercado de carnes é de melhores condições de demanda no último trimestre do ano. O crescimento no consumo de carnes em função do volume maior de dinheiro disponível a população [décimo terceiro, férias, contratações temporárias], costuma impulsionar os preços do suíno vivo, porém, neste ano o padrão não se confirma.

O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou praças estáveis nesta semana. Em São Paulo a bolsa de suínos segue com referência em R$ 77,00 a R$ 79,00/@ – equivalente a R$ 4,11 a R$ 4,21/Kg vivo – condição bolsa.

Na praça de Minas Gerais, a Associação dos Suinocultores do Estado (ASEMG) informou que representantes de ambos os elos da cadeia suinícola determinaram a permanência do valor de comercialização do quilo do suíno vivo em R$4,20.

Já em Santa Catarina a ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos) divulgou que a bolsa de suínos do estado permanece em R$ 3,90 o quilo do animal vivo no mercado independente.

Por meio de nota, os pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), "mesmo com a oferta reduzida e as exportações em volumes elevados, a fraca demanda interna por carne não tem permitido reajustes nas cotações", declaram.

Entre 31 de outubro e 9 de novembro, a carcaça especial perdeu 0,9%, sendo cotada a R$ 6,14 nesta semana. Já a carcaça comum desvalorizou 4%, no mesmo período, negociada a R$ 5,73/kg.

No entanto, de acordo com o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, “para o curto prazo, a tendência é de preços ligeiramente mais altos no país”, devido a projeção de melhora no consumo, afirma.

Prejuízos

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ACCS, Losivânio de Lorenzi, afirmou que no estado há relatos de suinocultores que não "conseguem adquirir matéria prima por conta do inadimplência". Mesmo com a redução nos custos, o setor ainda desembolsa cerca de R$ 4 para produzir o quilo do animal vivo.

Para o presidente uma recuperação das margens dos produtores exigirá uma mudança radical no cenário interno. "Não vemos um cenário de melhora para o setor no curto e médio prazo", afirma.

“Muitos estão tentando renegociar dívidas, mas não conseguem porque o banco já não libera mais crédito devido ao risco que existe na atividade. Os produtores independentes e mini integradores estão abandonando a atividade. Muitos frigoríficos compram os animais, mas não pagam, fazendo com que não haja viabilidade econômica na propriedade”, desabafa Lorenzi.

Exportações

Nas exportações, o analista da Safras ressalta que o desempenho de outubro superou a expectativa

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, divulgados nesta segunda (7), na parcial de novembro [três dias úteis], o Brasil exportou 11,7 mil toneladas de carne suína 'in natura', registrando média diária de 3,9 mil toneladas/dia. Esse resultado representa um avanço de 46,2% em relação ao volume de outubro.

No acumulado do ano, os embarques anotam um crescimento de 38,8% (527,3 mil toneladas) na comparação com o ano passado. No saldo cambial o resultado é de US$ 133,1 milhões, 23% superior ao acumulado de janeiro a outubro de 2015.

Frango vivo: Mercado fecha estável nesta 6ª, porém competitividade no atacado pode favorecer o consumo

Por Larissa Albuquerque

As cotações do frango vivo no mercado independente fecharam mais uma semana sem alteração de referência. Sem registrar modificações desde o final de agosto, o setor enfrenta um longo período de estabilidade que contraria as expectativas para o quarto trimestre.

Tradicionalmente, os últimos meses do ano são marcados por um bom desempenho da demanda, visto que o pagamento dos décimos terceiros salários, abonos salários e férias, tendem a ser revertidos em consumo de proteínas. Neste ano, porém, o fraco desempenho do consumo vem limitando as altas das aves vivas - assim como as demais proteínas.

De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o desempenho acabou ficando aquém do esperado, considerando o maior apelo ao consumo durante o período da primeira metade do mês.

O levantamento semanal de preços realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apontou estabilidade nesta semana. Em São Paulo a referência completa a décima semana de manutenção em R$ 3,10 o quilo. Já em Minas Gerais a cotação permanece em R$ 3,30/kg.

Novembro também tem sido um mês fraco para o frango no atacado. Depois de atingir recordes nominais em outubro, os preços recuaram, ampliando a competitividade frente as demais proteínas.

Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), "a carne de frango está custando 5,57 reais a menos que a bovina, ante uma diferença de 5,49 reais em outubro. Em relação à carne suína, a de frango também está mais competitiva", declaram os analistas do Centro.

Esse fator pode impulsionar o consumo da carne de frango nas últimas semanas do ano, podendo dar fôlego as indústrias em pagamentos maiores pela matéria prima.

Exportações

Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgados nesta segunda (7), na parcial de novembro [três dias úteis], o Brasil exportou 56,4 mil toneladas de carne de frango 'in natura', registrando média diária de 18,8 mil toneladas/dia. Esse resultado representa um avanço de 36% em relação à média de outubro.

No mês passado as exportações caíram 4,5% na comparação ao mesmo período do ano passado, com o embarque de 314,7 mil toneladas, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Por meio de nota, o vice-presidente de mercados da entidade, Ricardo Santin, justificou que essa retração foi pontual, provocada por uma concentração de vendas para o mercado asiático no mês anterior.

Em contrapartida, as exportações brasileiras de frango in natura, embutidos e outros alimentos processados neste segmento aumentaram 5% no acumulado de janeiro a outubro comparado ao igual período do ano passado, totalizando 3,693 milhões de toneladas.

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Fonte:
Notícias Agrícolas + Scot

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