Após atrasos: Tocantins e Maranhão entram na reta final da colheita e clima deve favorecer safrinha

Publicado em 02/04/2020 10:25 e atualizado em 02/04/2020 14:18

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Após enfrentar atrasos no plantio da soja por conta das condições climáticas, o produtor de soja do Tocantins começa a finalizar os trabalhos de colheita em boa parte do estado e segundo o presidente da Aprosoja-TO, Maurício Buffon, é necessário agora mais alguns dias de tempo estável. Assim como as demais áreas do Matopiba, Tocantins recebeu volumes expressivos de chuvas no último mês, mas que não resultaram em grandes problemas nas lavouras. 

De acordo com o modelo Cosmo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é que continue chovendo no Tocantins nos próximos dias, porém em volumes mais baixos, o que é benéfico ao produtor. Segundo os modelos, apenas apartir do dia 6 a região central pode voltar a receber chuvas mais volumosas, com até 20 milímetros de precipitação.

Até o momento, a região central do estado colheu 90%, o norte colheu 95% e na região sul a colheita  se aproxima de 70%. O atraso para a região já era esperado, tendo em vista que foi a região que plantou mais tarde no Tocantins. Falando em produtividade, segundo Maurício, todas as regiões mantiveram o que era esperado, colhendo cerca de 52 sacas por hectare. "Realmente choveu muito no mês de março, tivemos alguns problemas pontuais, mas agora tudo está dentro do esperado", destaca Buffon. 

As chuvas também deram uma trégua para o produtor de soja do Maranhão, que há quatro dias avança nos trabalhos de colheita. De acordo com José Carlos Oliveira de Paula , presidente da Aprosoja-MA, produtores enfrentaram um atraso de dez dias na colheita, também devido ao excesso de chuva e agora aceleram os trabalhos nas lavouras. Cerca de 62% da soja já foi colhida e a produtividade é de 52 sacas por hectare, número dentro da média. 

Para o Maranhão, as previsões do Inmet também indica uma diminuição das chuvas para os próximos dias. Os mapas apontam ainda que o norte do estado pode receber volumes mais expressivos a partir do dia 6, com acumulados entre 30 e 40 milímetros.  

Apesar das duas regiões precisarem de tempo estável neste momento, os dois estados também necessitam que as chuvas voltem a acontecer para que o desenvolvimento do milho safrinha não seja afetado por défict hídrico. No caso do Tocantins, é importante que chuvas expressivas aconteçam na primeira quinzena de maio e no Maranhão a necessidade é que chova entre abril e maio. 
 

Segundo as indicações da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), o cenário tende a ser positivo para o desenvolvimento do milho safrinha na região, ficando dentro do que é esperado pelo produtor. 

No período entre 2 e 10 de abril, o modelo americano aponta as maiores possibilidades de chuvas para o Maranhão - com expectativa de chuvas entre 50 e 60 milímetros de precipitação. No Tocantins, também há possibilidade de chuvas, porém em volumes mais baixos. 

Já no período entre 10 e 18 de abril, a tendência é que os volumes fiquem mais expressivos em todo o Matopiba, voltando a chover inclusive no oeste do Bahia, com precipitação entre 80 e 100 milímetros em todos os estados que compõem o Matopiba. 

Veja o mapa de previsão estendida para todo o Brasil: 


NOAA - 02/04
Fonte: NOAA

Outras regiões 

As chuvas previstas para esta semana no Rio Grande do Sul devem acontecer nas próximas 24 horas no estado. Segundo o Inmet, mais uma vez o sistema passará de maneira rápida por toda a região e os acumulados devem ficar entre 20 e 40 milímetros de precipitação. 

Produtores de soja do Rio Grande do Sul foram os mais afetados com a irregularidade das chuvas em 2020. Apesar das chuvas do último final de semana terem ajudado na qualidade de grãos, os volumes ainda foram baixos e choveu de maneira irregular, sem atingir todo o estado.

Segundo a Aprosoja, a perda de produtividade para a soja é de 40%. As previsões indicavam no mês passado que a chegada do Outono faria com as chuvas ficassem mais regulares em todo o sul do país, mas de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), até dia 17 de abril a previsão não aponta mudanças expressivas para região, com destaque para o Rio Grande do Sul, que enfrenta a pior situção. 

Veja o mapa de previsão de precipitação para as próximas 93 horas em todo o Brasil:


93 horas - Inmet
Fonte: Inmet 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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