Inmet indica chuvas acima da média para Nordeste neste inverno; Sul pode continuar com irregularidades

Publicado em 24/04/2020 18:31 e atualizado em 27/04/2020 11:01

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As previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicam que o Nordeste do Brasil não enfrentará grandes problemas de estiagem neste ano. Segundo os mapas de previsão para o próximo trimestre, toda a região deverá ter volumes acima da média climatológica esperada para o período. 

Segundo Francisco de Assis Diniz, meteorologista do Inmet, os mapas de previsão de anomalias das chuvas indicam o quanto irá chover acima ou abaixo para o período. Sendo assim, as previsões são válidas para o mês de maio, junho e julho. De acordo o modelo, já o sul do país - que vem enfrentando uma situação crítica pela irregularidades de chuvas desde o Verão, as previsões ainda não indicam uma mudança expressivas nos padrões. 

"Está indicando uma alta irregularidade para o sul e Mato Grosso do Sul daqui pra frente. Isso significa que a gente vai ter um maio com alta irregularidade das chuvas no Mato Grosso do Sul e do Paraná", explica o meteorologista.

Segundo os modelos, as chuvas nestas regiões devem ter 100 milímetros a menos no período dos três meses. Vale lembrar que o produtor de milho safrinha no Paraná e Mato Grosso do Sul podem enfrentar problemas no desenvolvimento das lavouras.

Já para o produtor de cana de açúcar, na região do Nordeste, o cenário é mais positivo e as previsões indicam chuvas acima do que é esperado. Os mapas representam ainda um aumento de quase 100 mm para a região. Toda a região norte do país, inclusive, vem recebendo chuvas expressivas nos últimos dias. Durante essa semana, os volumes registrados na Paraíba chamaram atenção, ficando acima dos 200 mm. 

Em Minas Gerais, os modelos indicam que um período de estiagem para os próximos dias, recebendo cerca de 200 mm de precipitação nos próximos três meses, números considerados dentro da média pelo meteorologistas.

Ainda no Sudeste, mas em São Paulo, os volumes podem chegar a ficar relativamente abaixo da média esperada. 

Confira o mapa de anomalias válido para os próximos três meses: 

Mapa de anomalias - Inmet
Fonte: Inmet 

Estiagem (severa no Oeste) e queda no consumo agravam a economia  em Santa Catarina, alerta Faesc

A falta de chuva continua preocupando o setor produtivo em Santa Catarina e agravando os prejuízos no meio rural. O Estado já considera a estiagem prolongada, que iniciou em junho do ano passado, como a mais severa dos últimos anos, especialmente para as regiões extremo oeste, oeste, meio oeste, planalto sul, planalto norte e alto vale do Itajaí.

Os dados compõem um novo levantamento da Epagri/Ciram/Cepa e da Secretaria de Estado da Agricultura do Estado, apresentados via videoconferência nesta semana à lideranças do setor produtivo. De acordo com o relatório técnico, de junho de 2019 a abril de 2020, a chuva acumulada em Santa Catarina ficou em torno de 500mm inferior ao registrado na média história. No meio oeste, as chuvas foram 635mm menores durante esse período. Situações semelhantes aconteceram apenas em 1978 e 2006.

O período de seca somado a falta de perspectiva de chuvas intensas para os próximos dois meses impactará diretamente na produção agrícola, especialmente nas lavouras de milho grão, silagem, feijão e soja. As previsões são de redução de 10% na produção de milho, com expectativa de colheita de 2,59 milhões de toneladas.

Segundo relatório da Epagri, o feijão foi uma das culturas mais afetadas pela falta de chuvas, provocando perdas de 60% em alguns municípios do meio oeste. No total, Santa Catarina deve ter uma quebra de 7% na produção em relação à safra passada. Para a soja, até o momento a perda alcança 1% da produção se comparado à safra passada, com expectativa de 2,3 milhões de toneladas. Os produtores de tomate, cebola e batata também sentiram os impactos da estiagem e manifestam perdas na qualidade da produção. O levantamento aponta, ainda, dificuldade de abastecimento nas produções de aves, suínos e bovinos no extremo oeste, oeste, vale do Itajaí e serra, além da redução de 6% na produção de leite em março.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, a estiagem agrava o momento econômico vivido pelo Estado.

--“Temos mais regiões atingidas pela seca em relação ao mês passado, quando foi divulgado o primeiro relatório da estiagem pela Epagri. É o caso dos produtores de maçã de São Joaquim, na serra catarinense, que estão solicitando a perfuração de poços artesianos para suplementar o abastecimento de água. É uma situação muito preocupante, principalmente pela falta de previsão de chuva significativa para os meses de maio e junho”, avalia Pedrozo ao destacar também os impactos da queda no consumo como fator agravante.

“O momento econômico provocado pela pandemia do Coronavírus causou queda no consumo de carne suína e de derivados de leite, o que consequentemente está refletindo na redução da comercialização pelos produtores. Muitos estão deixando as atividades. São duas situações que preocupam e que estão dificultando a produção agropecuária no Estado”, sublinha o presidente da Faesc.

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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