Ciclone causa danos às redes elétricas de SC e RS; milhões ficaram sem energia

Publicado em 01/07/2020 20:58

SÃO PAULO (Reuters) - A distribuidora e comercializadora de energia Celesc registrou na terça-feira o maior dano da história da rede elétrica de Santa Catarina, diante da passagem de um ciclone extratropical pelo Sul do Brasil.

Em comunicado publicado nesta quarta-feira, a Celesc disse que o fenômeno climático provocou ventos de mais de 100 km/h, causando quedas de árvores, postes e placas sobre a rede elétrica, o que fez com que cerca de 1,5 milhão de consumidores ficassem sem energia na noite de terça.

A companhia afirmou que até a manhã desta quarta-feira, cerca de 750 mil unidades consumidoras seguiam sem eletricidade --embora o número possa variar, pois o sistema de telecomunicação da empresa também foi atingido pelo ciclone, impossibilitando a identificação total das áreas com problemas.

"Embora a Celesc estivesse preparada para a passagem do Ciclone com equipes de sobreaviso, os danos foram muito significativos", disse a elétrica, que prevê que os trabalhos de reparo possam se estender por alguns dias em determinados locais, especialmente no interior do Estado.

GAÚCHOS TAMBÉM SEM LUZ

O ciclone também causou sérios danos ao sistema de distribuição da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Rio Grande do Sul, deixando 750 mil clientes sem energia na madrugada desta quarta -- à tarde, o número já havia recuado para 430 mil.

Segundo nota da empresa, os maiores estragos foram verificados no litoral norte gaúcho e na Região Metropolitana de Porto Alegre, incluindo a capital, onde a estação meteorológica do aeroporto Salgado Filho verificou ventos de até 85,1 km/h.

Os danos no Estado também atingiram linhas de transmissão, com a interrupção de duas delas, que somadas são responsáveis pelo abastecimento de mais de 80 mil clientes, acrescentou a CEEE.

Segundo a empresa de serviços meteorológicos Climatempo, os ciclones extratropicais são áreas de baixa pressão atmosférica geralmente associados a frentes frias --quanto mais baixa a pressão do ar, mais fortes os ventos, podendo haver a formação dos "ciclones bomba", como o que atingiu o Rio Grande do Sul.

O ciclone, que também passou de forma periférica pelo Paraná, teve o epicentro no litoral sul catarinense e litoral norte gaúcho, de acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Paranaguá retoma gradualmente operação após temporal que danificou 2 carregadores

SÃO PAULO (Reuters) - As operações no Porto de Paranaguá, um dos principais do Brasil para embarque de grãos e açúcar, estão sendo retomadas gradualmente após danos causados por um temporal e ventos fortes, que arrastaram dois carregadores em dois berços de atracação (204 e 214) na terça-feira, informou a autoridade portuária nesta quarta-feira.

Segundo uma nota do porto paranaense, a energia elétrica foi restabelecida pela Copel por volta das 13h desta quarta-feira, permitindo que as atividades pudessem ocorrer, apesar dos danos, na maior parte dos berços.

De acordo com a Diretoria de Operações de Paranaguá, o berço 214 (um dos três do Corredor de Exportação) ainda pode operar com um dos outros equipamentos disponíveis e não danificados, o que deve ocorrer ainda nesta quarta-feira --cada berço do corredor opera com dois "shiploaders".

No berço 204, o navio que está atracado para carregar açúcar poderá ser desatracado se não for possível que o equipamento danificado volte a operar em breve. Dessa forma, disse o porto, o local poderá então ser disponibilizado para outras embarcações (para movimentação de outros produtos, como granéis de exportação ou carga geral).

A administração portuária disse ainda que os berços do cais público (201, 202, 205, 206, 208, 209, 211, 212 e 213) não sofreram nenhum dano, nem na estrutura nem nos equipamentos, e estão retomando as operações aos poucos.

Para os berços 215, 216, 217 e 218, destinados às operações de veículos, carga geral e contêineres, a previsão é que voltem a operar até o final desta quarta-feira.

Os operadores de granéis líquidos (nos berços 141, 142, 143 e 144) já retomaram as operações. Porém a empresa que utiliza o píer, dos berços 200 e 200A, ainda aguardava o vento --que continuava forte-- passar, disse a nota do porto no começo da tarde.

Mais cedo, agências marítimas haviam indicado o problema, enquanto o porto ainda levantava os danos.

Além de Paranaguá, o porto vizinho de Antonina também foi atingido pelo vendaval. Segundo a TPPF, empresa arrendatária que opera Antonina, o terminal estava sem energia.

A administração portuária disse que os fortes ventos e o temporal que atingiriam os Litoral Sul do país, incluindo a costa do Paraná, paralisaram as operações totalmente por volta das 17h de terça-feira, quando houve a queda da energia.

Por precaução, alguns terminais já haviam optado por parar as atividades para evitar danos e maiores riscos.

De acordo com dados do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) citados pelo porto, o pico das rajadas de vento ocorreu por volta das 17h15, quando elas alcançaram velocidade de 83 km/h em Paranaguá.

Segundo o Simepar, o litoral do Paraná ficou na periferia da passagem do ciclone extratropical (área de baixa pressão), que teve o epicentro no litoral sul de Santa Catarina e litoral norte do Rio Grande do Sul.

ITAJAÍ

O porto de Itajaí, em Santa Catarina, também esteve entre os afetados pelo fenômeno climático. De acordo com nota divulgada pela superitendência portuária local nesta quarta-feira, a passagem do ciclone fez com que a barra do rio Itajaí-Açú fosse declarada impraticável.

Com isso, as entradas e saídas de navios pelo canal de acesso ao complexo portuário de Itajaí e Navegantes foram canceladas até que as condições de vento e navegação voltem a limites seguros.

O decreto de impraticabilidade foi publicado pela Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí ainda na tarde de terça-feira, quando os ventos no local atingiram aproximadamente 46 km/h.

A superintendência portuária da cidade catarinense disse que monitora as condições climáticas e aguarda liberação para que as manobras sejam retomadas, acrescentando que atividades administrativas e operacionais não foram afetadas.

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Fonte:
Reuters

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