Na contramão dos custos em elevação, preço pago pelo frango vivo despenca

Publicado em 31/03/2020 08:36

Vinda desde fevereiro, a contínua e ascendente fragilidade do mercado de aves vivas - com disponibilidades em expansão, mas agora já sem compradores – forçou a readequação da cotação vigente, que recuou tanto em São Paulo como em Minas Gerais. E, desta vez, a queda não foi de cinco nem de dez centavos, mas de 15 centavos.

Ontem (3), nas duas praças simultaneamente, os preços pagos ao produtor recuaram para R$3,10/kg. Isso significou, para São Paulo, retorno à menor cotação do ano (ou retrocesso ao mesmo valor praticado entre o final de janeiro e o início de fevereiro), enquanto para Minas Gerais implica no menor preço em quase cinco meses, ou seja, desde novembro de 2019.

O mais preocupante é que – como há muito tempo não se via – todos os resultados econômicos do setor se encontram, agora, no vermelho. Em relação aos preços vigentes há 30 dias (então, já um referencial) a queda é de 6,06%, subindo para quase 9% em um ano (R$3,40/kg nas duas praças em 30 de março de 2019). E, em comparação aos preços iniciais de 2020, São Paulo sofre redução de 3,13%, enquanto Minas amarga um retrocesso de, praticamente, 11,5% (na abertura dos negócios do corrente exercício, R$3,20/kg em São Paulo e R$3,50/kg em Minas Gerais.

Essa ocorrência, como muitas outras similares já enfrentadas pelo setor, poderia ser considerada absolutamente rotineira, não fossem duas situações extremamente opostas ora enfrentadas pelo setor. Da parte da demanda, a quase estagnação do mercado em decorrência da quarentena que vem sendo imposta ao consumidor. Da parte da oferta, isto é, do produtor, o aumento contínuo das duas matérias-primas essenciais à produção do frango – milho e farelo de soja.

Um ano atrás, com a venda de uma tonelada de frango vivo, o avicultor conseguia adquirir 4,7 toneladas de milho ou 2,9 toneladas de farelo de soja. No momento, sua capacidade de compra em relação às duas matérias-primas está reduzida em, praticamente, 40%. O que, dito de outra forma, significa ser necessário, hoje, um volume de frangos vivos mais de 60% maior para adquirir o mesmo volume anterior de uma ou outra matéria-prima.

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AviSite

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