Trigo: Governo deve anunciar medidas para safra 2012

Publicado em 12/04/2012 07:28
Segundo declarações do secretário de Política Agrícola, Caio Rocha, “é preciso uma política que garanta recursos para plantio e comercialização do trigo e o seguro da safra estão entre as ações do Ministério”, assegurou. 

Ele afirmou que ainda este mês o governo vai anunciar as medidas para a safra de trigo 2012, cujo plantio foi iniciado no dia 10 de março. “O preço mínimo (hoje em R$ 26,80) sofrerá reajuste e a média de R$ 2,5 bilhões para custeio e comercialização será mantida”, disse.

Rocha afirmou também que o Ministério da Agricultura programa a elaboração de uma política agrícola antecipada, plurianual e com recursos para seguro da safra. 

“A cultura do trigo é de extrema importância para a economia brasileira”, disse, lembrando que o país importa praticamente a metade do produto necessário ao abastecimento. O secretário declarou que neste ano o governo pretende destinar cerca de R$ 660 milhões ao seguro da safra. Destes R$ 14 milhões serão só para o trigo. 

Para Carlos Murate, presidente da Integrada, a cultura do trigo corre o risco de ser extinta no Estado, tal como ocorreu com o algodão e o café, que tiveram a área bastante reduzida. Segundo ele, a estimativa de redução de área de trigo de 17% neste ano não é real. 

“Vai ser muito maior. Na área de atuação da Integrada (Norte e Oeste do Paraná), por exemplo, nos últimos três anos houve uma queda de 50% na área”, diz. Segundo ele, a redução só não será drástica nas áreas onde não há opção de outras culturas.

Murate afirma que o principal problema do trigo é que as medidas e os recursos são anunciados e disponibilizados tardiamente, quando a safra está em curso e a cadeia produtiva já sofre com o volume de importações e com as questões mercadológicas. “O mercado não fica na espera das medidas do governo”, critica.

Para João Paulo Koslovski, presidente da Ocepar, o produtor de trigo espera respostas para três questões básicas. “Ele quer saber quais as regras de implantação dos recursos disponíveis, quais as medidas de apoio à comercialização, um dos principais gargalos do setor, e as condições e recursos do seguro rural”, explica. Segundo ele, o governo disponibiliza para a agricultura, anualmente, R$ 200 milhões, para uma demanda de mais de R$ 700 milhões.

A pouca atenção à triticultura, de acordo com Koslovski, é a principal causa da redução de área. Ele diz que de 2009 a 2012 o Paraná plantou 35% menos e no Brasil a diminuição de área chegou a 16%. “O trigo é uma cultura de interesse nacional. As políticas para o setor devem envolver os ministérios da Agricultura, Fazenda, Planejamento, entre outros”, enfatiza.

Koslovski afirma que questões relacionadas à exportação, sobretudo com o Mercosul, devem ser equacionadas pelo governo. “O agricultor precisa ter segurança para produzir e comercializar”, diz.
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Coop. Integrada

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