Federarroz se reúne como ministro Mendes Ribeiro
Na audiência, Renato Rocha fez uma breve explanação do atual cenário da orizicultura brasileira, de garantia de abastecimento, mas preços abaixo do custo de produção, com alto impacto da tributação sobre os meios produtivos, endividamento e excedentes de produção agregados do Mercosul no mercado brasileiro. “Quem está pagando esta conta é o produtor”, alertou. Segundo Rocha, se o governo federal não tomar atitudes de desoneração do setor, apoio ao consumo interno permanente à exportação, haverá um desmonte nesta cadeia produtiva. Ele pediu ao ministro Mendes Ribeiro Filho, que seja sensível às demandas setoriais, pois conhece a realidade dos municípios arrozeiros gaúchos e, também, do Rio Grande do Sul.
“Foi um primeiro contato. O ministro conhece muito desta realidade, mas procuramos mostrar a ele o que já vem sendo feito pelo governo e quais as demandas atuais da cadeia produtiva e quais os riscos futuros”, revelou Rocha. Segundo ele, o ministro se mostrou bastante receptivo e assumiu o compromisso de apoiar medidas de incentivo ao consumo interno de arroz, bem como as políticas públicas voltadas ao setor.
Daire Coutinho, vice-presidente da Federarroz na Planicie Costeira Interna, destacou a importância do encontro. “É muito importante debater estas questões com um ministro que conhece a região, o produtor, a economia das regiões arrozeiras e está disposto a adotar medidas que ajudem a superar esta crise e estabelecer um novo cenário social, econômico e produtivo para a região”, definiu. Os arrozeiros destacaram que o aumento do consumo interno, das exportações, e dos usos alternativos (ração animal e etanol) poderão levar ao equilíbrio de preços e produção interna que permitirá, garantindo a tão sonhada estabilidade econômica da Cadeia.
Por fim, a Federarroz solicitou ao ministro Mendes Ribeiro Filho apoio para o aumento do consumo interno de arroz, ao uso alternativo do cereal como ração e etanol, que sejam remetidas aos seus destinos as doações humanitárias de 500 mil toneladas já aprovadas em lei específica, que seja buscada a desoneração tributária da cadeia produtiva e também para as exportações. “Isso, em termo de consumo. Mas, também solicitamos que sejam mantidos os mecanismos de comercialização para dar suporte aos preços internos e uma ação mais forte do governo junto aos bancos para que seja padronizada a ação de repactuação das dívidas dos arrozeiros, pois os procedimentos das instituições financeiras estão demorados, são divergentes e o produtor precisa de uma solução”, destacou Rocha. Reuniões de trabalho serão agendadas com as equipes técnicas do MAPA para dar andamento às demandas.