Cacau: Números da Costa do Marfim podem estar distorcidos no comparativo anual
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Os últimos dias têm sido de pressão no mercado do cacau, devido a entrada da safra do Costa do Marfim, até então estimada com alta pelo mercado. Apesar da desvalorização, Rafael Borges, da StoneX Brasil explica que após um início de safra com alta de 15% em relação ao ciclo anterior, há quatro semanas as entregas semanais do país estão abaixo do comparativo anual.
"Diante deste cenário, existem algumas explicações viáveis para o pior desempenho da safa recentemente. Por um lado, é possível que o comportamento dos números das últimas semanas revele um adiantamento das entregas de cacau nos Portos da Costa do Marfim, o que pode ter sido desencadeado por uma maior urgência por parte dos importadores da amêndoa, que anteciparam suas compras visto os menos níveis de estoques físicos na Europa e Ásia", afirma o relatório da consultoria.
"De fato, ao analisar os números de estoques da amêndoa, e sobretudo a relação entre o estoque e a demanda, é possível perceber que os níveis de cacau armazenado estão em níveis historicamente baixos", complementa.
Confira o gráfico abaixo:
Contrabando de cacau
O analista destaca ainda que o mercado precisa ficar atento ao contrabando de cacau proveniente de Gana. "Onde o valor fixado pelo órgão regulador do mercado da amêndoa no país pode incentivar, em alguns momentos, um deslocamento de amêndoas para serem vendidas na Costa do Marfim", afirma.
Neste sentido, ele explica que uma interrupção deste deslocamento também pode explicar a queda nas entregas no país. "Em contraste, Gana tem demonstrado um forte volume de entregas nos últimos meses, registrando valores significativamente acima do comparativo anual, devendo consolidar a expectativa de uma safra maior - até meados de janeiro/23 o volume de amêndoas entregues em Gana chegava a 440 mil toneladas, 54% acima das 286 mil toneladas no mesmo período da temporada anterior", finaliza.
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