Chuvas apagam incompetencia do ICMBio na Chapada dos Veadeiros (Blog Ambiente Inteiro)

Publicado em 30/10/2017 00:14

A chuva que chegou neste final de semana ao Planalto Central debelou de vez o incêndio que calcina o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Responsável pela Unidade de Conservação, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi incapaz de controlar as chamas.

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Além de Veadeiros, mais de cem unidades de conservação foram afetadas por incêndios na temporada 2017. De acordo com o ICMBio, cerca de um milhão de hectares foram queimados esse ano.

Veja aqui o que já publicamos sobre a tragédia de Veadeiros.

No ESTADÃO: Acusações marcam apuração sobre causas do fogo

Investigadores têm dificuldade para encontrar o culpado ou os culpados pelo maior desastre ambiental do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás

Um avistou uma moto parada na beira da estrada e, logo depois, as chamas se alastrando. Outro notou um carro suspeito em uma estrada de terra e, em seguida, o incêndio cresceu por todos os lados. Alguém chegou a ver o fogo “surgir do nada”, no meio da mata. Pagaram R$ 2 mil para o peão queimar geral. Foi só um acidente, ou coisa da natureza. 

As histórias que correm feito pólvora pelas ruas de Alto Paraíso, Vila de São Jorge, Cavalcante e Teresina de Goiás dão uma ideia das dificuldades que as investigações têm pela frente para encontrar o culpado ou os culpados pelo maior desastre ambiental do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Para especialistas em meio ambiente e combate ao incêndio, porém, não há dúvidas sobre a origem das queimadas: foram atos humanos e, portanto, criminosos. “O fogo atravessou estradas e aceiros de proteção (barreiras para conter o fogo) e chegou do outro lado, em áreas distintas. Nossas perícias já mostram isso. Todas as evidências físicas apontam que (o incêndio) é criminoso”, diz Gabriel Constantino Zacharias, chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama.

O que está evidente para Zacharias soa como teoria da conspiração para Pedro Sérgio Beskow, produtor rural em Cavalcante e presidente da Associação Cidadania, Transparência e Participação, que reúne pequenos e médios ruralistas da região. “Estão politizando o incêndio, querendo criminalizar os produtores pelo fogo, quando o responsável por isso é o tempo seco”, diz. “Não há por que cometerem esse absurdo, principalmente quando pleiteiam a redução do parque na Justiça. Nosso pessoal não é burro. Jamais faria uma coisa dessas.”

Na troca de acusações, sobra suspeita até contra brigadistas, justamente aqueles que são enviados à mata para apagar o fogo e preservar a natureza. “Os brigadistas têm contratos temporários, só de seis meses. Já chegamos a ouvir relato de gente que fica parada, sem trabalho, e então toca fogo pra voltar a trabalhar”, diz o produtor rural Jurani Francisco Maia.

Anteontem, o Ministério Público Federal em Luziânia instaurou inquérito civil para investigar o incêndio.

O acirramento dos conflitos ambientais tem sido marcado por atos de violência. Anteontem, quando o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) realizavam uma operação de combate ao garimpo ilegal no Rio Madeira, suas sedes em Humaitá, no sul do Estado do Amazonas, foram incendiadas. “Vivemos uma verdadeira guerra contra o meio ambiente. No caso da Chapada dos Veadeiros, se ficar comprovado que se trata de um ato criminoso, será claramente uma ação de retaliação ao recente aumento dos limites do parque”, diz Marcio Astrini, coordenador de políticas públicas do Greenpeace.

Horley Teixeira Luzardo, dono de uma reserva ambiental privada ao lado do parque, a Fazenda Renascer, prefere destacar uma hipótese mais natural. “Pode ter sido um acidente, uma combustão natural. As próprias árvores do Cerrado desenvolveram, ao longo dos séculos, uma capacidade de resistir ao fogo. Se o próprio bioma tem essas características, é sinal de que ocorre fogo natural.”

Devastação. O resultado é uma paisagem desoladora. No Jardim de Maytreia, uma das mais belas paisagens entre Alto Paraíso e São Jorge, só restaram de pé uma fileira de buritis. No parque, trechos das trilhas foram engolidos pelo fogo. Pousadas e restaurantes sentem os efeitos: telefones tocam todos os dias para cancelar visitas. A expectativa é de que, com a chegada da chuva, a vegetação do Cerrado renasça. Ou, ao menos, parte dela. Sobre os animais e aves, resta o lamento. 

Ag.Brasil: Com incêndio controlado, bombeiros vão deixar Chapada dos Veadeiros

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informou hoje (29) que, com o incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, sob controle, metade dos bombeiros deve deixar o local até o fim deste domingo. A situação da área será verificada novamente amanhã por um helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O anúncio atesta a sinalização positiva dada pelo chefe do parque, Fernando Tatagiba. Também nesta segunda-feira, a totalidade de membros do Grupamento de Atividades Técnicas (GAT) e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) já deve ter partido, permanecendo no parque 15 voluntários da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, um esquadrão do Ibama e dois aviões-tanque.

Embora a previsão seja de que as duas aeronaves sejam liberadas dentro de dois dias, no máximo, o ICMBio recomenda que uma delas seja mantida em atividade por uma semana, por precaução. Os voluntários do Parque Nacional de Itatiaia, na Serra da Mantiqueira, já retornaram à sua localidade de origem.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

FOLHA: Incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é controlado

O incêndio que atingiu o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, no último dia 18, foi controlado. Segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), choveu sobre 100% do parque no sábado (28) e, após um sobrevoo pela área, equipes não encontraram mais focos de fogo.

O ICMBio diz que, por ora, não se pode dizer que o incêndio foi extinto, mas que está sob controle. Haverá uma desmobilização gradual da equipe de controle do fogo, que deve durar uma semana. Nesse período, devem permanecer aviões no local esperando possível acionamento.

O incêndio que atingiu a Chapada é considerado o pior da história do parque desde a sua ampliação. Foram afetados pelo fogo 65 mil hectares —área equivalente a 26% da unidade de conservação federal hoje.

O trabalho de combate ao incêndio mobiliza Corpo de Bombeiros de Goiás e do Distrito Federal, policiais rodoviários federiais, brigadistas do ICMBio e do Ibama, além de voluntários.

Segundo o coordenador de prevenção e combate ao fogo do ICMBio, Christian Berlink, o incêndio foi criminoso e quem colocou o fogo sabia o que estava fazendo, iniciando o incêndio numa área do parque onde o instituto não estava atuando e aproveitando a direção do vento para que o fogo espalhasse rapidamente.

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros foi criado em 1961 com 625 mil hectares de área protegida, sob o nome Parque Nacional do Tocantins. Ao longo dos anos, a reserva teve seus limites reduzidos, até chegar em 65 mil hectares em 1981. Em junho deste ano, a área foi ampliada para 240 mil hectares. 

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Fonte:
Blog Ambiente Inteiro/AgBrasil

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