Milho: preços no Brasil se recuperam nos últimos 45 dias e produtor deve avaliar oportunidades
A firme demanda para exportação e o aumento do consumo interno têm estimulado a alta dos preços do milho no mercado interno. Nos portos brasileiros, os prêmios para o cereal já chegam a US$ 1 por bushel, ficando acima dos prêmios pagos nos Estados Unidos, e assim, as cotações têm variado entre R$ 26,00 e R$ 27,00 por saca. O ano de 2013 deve terminar com o Brasil embarcando entre 23 e 24 milhões de toneladas.
Para alguns analistas, o momento é de negócios aquecidos no Brasil e estimula os produtores a fazerem suas contas para aproveitar bons momentos de comercialização. "Esse é um prêmio muito alto para um mercado que tem muito milho ainda. Eu acredito que os produtores devem fazer suas contas, qual o custo de carregar seus estoques e aproveitar esse momento de venda", explica o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.
Esses altos prêmios, segundo Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, são reflexo não só da maior demanda por exportações, mas também do padrão de qualidade melhor do que o produto de outras origens e também a um menor congestionamento nos portos brasileiros. Até a entrada da nova safra de verão, principalmente de soja, os terminais têm melhor escoamento do milho e favorecem a procura pelo cereal brasileiro, além de um pequeno recuo no valor dos fretes.
"Os prêmios nos portos brasileiros estão melhores justamente em função da qualidade do nosso milho, que hoje tem melhor qualidade frente aos principais concorrentes, americano e argentino, e tendo boa aceitação pelos grandes compradores mundiais", diz Brandalizze.
Na região de Campinas/SP, os preços nos últimos 45 dias registraram uma alta de mais de 10%, com valores de, em média, R$ 25,00 por saca. De acordo com Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, essa recuperação dos preços acontece no Brasil de uma forma geral, mas é mais expressiva nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Aliado a esses fatores, o avanço do dólar e os bons patamares da moeda norte-americana também favoreceram os produtores, os quais têm segurado sua safra à espera de momentos adequados de comercialização. "O dólar valorizado em relação ao real também contribuiu para os prêmios maiores de exportação, e hoje temos uma diferença de quase R$ 2,00 por saca em relação aos preços praticados no mercado interno. Então, a exportação tornou-se vantajosa em função do dólar valorizado que motivou os embarques na última semana", explicou Rafael Ribeiro, analista de mercado da Scot Consultoria.
No entanto, ainda segundo Ênio Fernandes, há diferenças entre os mercados das diversas praças de comércio no Brasil e cada uma delas passa por situações distintas. Assim, é preciso que cada produtor observe o cenário para avaliar as oportunidades de venda.
"O câmbio ajudou muito o produtor brasileiro. Ele tem que fazer seus custos de armazenagem, pensar se vale a pena segurar seu produto e observar as particularidades da região em que se encontra. Goiás, por exemplo, passado o período da safrinha, é um período que consome muito milho, no Paraná, há um mercado interno muito forte e está do lado do porto. Em contrapartida, no Mato Grosso não há mercado consumidor, a logística é péssima, se chove demais, mesmo com um preço bom ele não consegue tirar o milho em determinadas regiões e ele é obrigado a retirar esse estoque lá na frente, e às vezes perde o melhor momento", explica o consultor.
Apesar desse quadro positivo e da valorização dos preços nas últimas semanas, as cotações atuais são 26% menores do que as praticadas no mesmo período do ano passado, de acordo com Rafael Ribeiro. Em 2012, em função da quebra da safra de milho nos Estados Unidos, as cotações praticadas em Chicago eram maiores. No dia 6 de dezembro de 2012, o vencimento dezembro/12 valia US$ 7,47 por bushel e, na sessão desta sexta-feira (6), o mesmo vencimento - dezembro/13 - é cotado a US$ 4,20.
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