Larva alfinete (rootworm) evolui e já começa a comer milho transgênico BT, afirmam cientistas americanos

Publicado em 26/03/2014 17:16 e atualizado em 28/03/2014 17:22
Surtos da praga são registrados desde 2009 em lavouras de Iowa, Illinois, Minnesota, Nebraska e Dakota do Sul. O milho BT já responde por 75% da produção nos EUA.

De acordo com um artigo recentemente publicado pela revista Proceedings, da Academia Nacional de Cientistas, a larva alfinete (rootworm) está evoluindo rapidamente para desenvolver uma tolerância ao milho transgênico. Aaron Gassmann, um entomologista da Universidade de Iowa, adverte que as práticas de gestão deixaram o milho nos Estados Unidos vulnerável às pragas, que supostamente não conseguiriam se alimentar de três variedades de milho transgênico em uso atualmente.

O milho BT foi introduzido no mercado em 1996 e contém genes da bacteria Bacillus thuringiensis, o que a torna venenoso para larva alfinete e da broca do colmo (Ostrinia nubilalis). O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informa que o milho BT já representa75% da produção no país. O consumo do Bacillus thuringiensis deveria fazer com que as paredes das células da larva alfinete fossem danificadas, resultando na morte por choque séptico. 

No entanto, as preocupações quanto ao manejo correto manejo começaram a surgir imediatamente. Em 2002, a EPA (Agência de Proteção Ambiental), recomendou uma área de refúgio de 50% com milho não BT, para prevenir a resistência de insetos. As larvas neste refúgio iriam se manter susceptíveis às toxinas do BT. 

Porém, sob pressão da indústria, a EPA reduziu a exigência para um refúgio de 20%. De acordo com um relatório de 2003 de Gregory Jaffe, do Projeto de Biotecnologia, 19% das fazendas não cumpriram a recomendação de refúgio de 50% e 13% não implantaram nenhuma área de refúgio. 

Em 2009, Gassmann foi alertado quanto à grande infestação de larvas alfinete no estado de Iowa, o que sugeria que a larva teria se tornado resistente a uma das três marcas do milho BT no mercado. 

Em 2011, a larva se espalhou por lavouras em Illinois, Minnesota, Nebraska e Dakota do Sul, estados que são adjacentes à Iowa. Gassman encontrou evidências de que a resistência à uma das variedades do milho BT aumentam as chances de resistência à outras variedades, o que significa que o milho desenvolvido para conter múltiplas toxinas BT pode não ser tão eficaz como se esperava. 

Não há evidências de que o milho BT perdeu sua efetividade contra outras pragas, portanto os produtores continuarão a usá-lo. No entanto, Gassman afirma que agora os produtores precisam recorrer aos pesticidas para livrar suas lavouras das larvas, o que aumenta os custos de produção e mitiga os benefícios ecológicos do milho BT. 

Informações: Food Engineering Mag

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Notícias Agrícolas

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