Milho: Mercado brasileiro tem 4ª feiras com baixas de até 9%; BM&F fecha em alta

Publicado em 16/11/2016 17:07

Os preços do milho registraram um novo dia de baixas no mercado interno brasileiro. Embora o movimento não tenha sido generalizado, com algumas praças encerrando os negócios com suas referências estaáveis, o recuo das cotações variou de 1,72% a 9,03% nesta quarta-feira (16). 

Em Não-Me-Toque/RS, o preço do cereal foi a R$ 36,00 por saca, em Campo Grande/MS a R$ 28,00 e em Rio Verde/GO, a R$ 35,50. Na contramão, apenas Sorriso, em Mato Grosso, registrou um ganho expressivo de 4,35% para R$ 24,00 por saca. Nas demais localidades, as cotações ainda variam entre R$ 25,00 e R$ 40,00 por saca. 

Segundo explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, essa pressão sobre os preços do grão ainda vêm das importações brasileiras e de um cenário de oferta melhor, internamente, principalmente em Mato Grosso. "A oferta mato-grossense era maior do que o estimado. Os preços foram até R$ 35,00 a saca e agora se reduziram para R$ 28,00, até R$ 27,50", diz. 

Além disso, as exportações brasileiras acabam ficando menos favorecidas diante do produto de alguns concorrentes importantes, como Argentina e Estados Unidos, já que seus preços são mais atrativos. "Então, qualquer comprador que estivesse apto a fazer uma aquisição, iria buscar um produto que não do Brasil", afirma o analista. 

E esse quadro não muda, como explica Mariano, nem mesmo com a desvalorização cambial no Brasil.

No porto de Paranaguá, nesta quarta-feira, a referência para o milho registrou uma forte alta, porém, de 3,13% e fechou o dia com R$ 33,00 por saca. 

O executivo chama a atenção ainda para a situação dos inspetores de exportação, com a burocracia mais lenta neste momento, impedindo a entrada de novas cargas na velocidade devida por parte do exportador. "Se esse limite de tempo se apertar, é provável que os compradores, ao menos no sul do país, busquem um volume maior no curto prazo", diz, o que poderia motivar alguma melhora, mesmo que pontual, entre as cotações. 

Além disso, o bom avanço da safra de verão no Brasil, que conta, pelo menos por agora, com boas condições de clima, também pesa sobre o andamento dos preços. 

BM&F

Na BM&F, apesar da baixa do dólar nesta quarta-feira, os preços do milho subiram e fecharam o pregão em alta, após testarem o lado negativo da tabela. Os principais contratos terminaram a quarta-feira com ganhos de 0,15% a 1,32%, com o março/17 sendo cotado a R$ 38,00 por saca. 

A moeda norte-americana recuou pela primeira vez após quatro sessões consecutivas e concluiu os negócios com baixa de 0,56%, valendo R$ 3,4217. 

"O BC previu uma volta volátil do feriado e por isso o leilão de novos contratos de swap tradicional", avaliou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, em entrevista à agência de notícias Reuters. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho encerraram o pregão em queda. As posições mais negociadas perderam entre 2,75 e 3,25 pontos, após uma sessão de estabilidade e movimentações bastante limitadas nesta quarta-feira. Assim, o contrato dezembro/16 fechou com US$ 3,38 e o março/17 valendo US$ 3,46 por bushel. 

A pressão sobre as cotações, segundo explicam analistas e consultores, segue vindo dos fundamentos desse mercado. A grande safra dos Estados Unidos e mais uma boa evolução da colheita, que já está em fase final no país, continua pesando sobre os preços e limitando as tentativas de avanço das cotações. 

"A safra é grande e os estoques, maiores. A soja poderia até trazer alguma suporte aos preços, mas também de forma limitada", explica Bob Burgdorfer, analista de mercado e editor sênior do portal internacional Farm Futures. Ainda de acordo com informações do site, os relatos que chegam do campo indicam níveis de produtividade mais altos do que a última estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, de 185,52 sacas por hectare. 

Dessa forma, ainda de acordo com Burgdorfer, as expectativas indicam que, mais adiante, em 2017, os futuros do cereal possam vir a ficar ainda mais pressionados em função dessa oferta bastante significativa. "Isso a menos que haja preocupações com as condições de clima para a safra da América do Sul ou até mesmo com a área a ser cultivada pelos EUA na próxima temporada", diz. 

Segundo o consultor internacional Michael Cordonnier, a produção sul-americana de milho deverá ficar entre 118,6 milhões e 134,6 milhões de toneladas, com uma projeção média de 125,3 milhões. O volume é consideravelmente maior do que a temporada 2015/16, de 97,2 milhões. 

Leia mais sobre as projeções de Cordonnier para a safra de grãos 2016/17 da América do Sul:

>> América do Sul: Cordonnier reduz estimativa para safra de soja da Argentina e mantém para o BR

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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