Dólar futuro e à vista saltam e vão acima de R$3,30 após denúncias contra Temer; BC amplia atuação

Publicado em 18/05/2017 09:19

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Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar futuro disparava nesta quinta-feira, chegando a atingir o limite máximo permitido de 3,4175 reais para este pregão, depois de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer que alimentaram percepções de que as reformas serão afetadas e, consequentemente, a recuperação da economia.

Os negócios no mercado à vista demoraram a acontecer, com os investidores evitando tomar posições, e eram poucos nesta sessão. Diante disso, o Banco Central anunciou nova intervenção no mercado, com leilão de swaps tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, e que não eram voltados para rolagem de contratos já existentes.

Às 12:00, o dólar avançava 6,06 por cento, a 3,3237 reais na venda, depois de bater 3,4400 reais na máxima do dia. O dólar futuro subia 5,85 por cento, a 3,3330 reais.

"Depois do pânico inicial, o mercado está aguardando novos desdobramentos. Os leilões do BC aliviaram suavemente as cotações", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Na noite passada, o jornal O Globo noticiou que Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, gravou Temer concordando com pagamentos para manter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso.

Assim que a notícia chegou ao Congresso, a oposição não perdeu tempo para pedir o impeachment de Temer, enquanto líderes governistas, pegos de surpresa, pediam cautela com a informação, evitando fazer defesas mais taxativas.

Especialistas afirmaram que o governo foi fortemente abalado e, assim, as reformas consideradas essenciais, sobretudo a da Previdência, para recuperar a economia serão afetadas.

Diante da forte turbulência na cena política brasileira --que estava afetando até ativos no exterior, com os Treasuries norte-americanos--, o Tesouro Nacional e o BC publicaram notas afirmando que estavam atentos ao mercado e que atuariam para manter sua plena funcionalidade.

O Tesouro suspendeu o leilão de venda de LTN e LFT programado para esta sessão.

Já o BC vendeu integralmente, em dois leilões, a oferta integral de até 40 mil swaps tradicionais. A autoridade monetária também vendeu a oferta total de 8 mil swaps para a rolagem do vencimento de junho, no valor total de 4,435 bilhões de dólares.

Em novembro do ano passado, o BC também havia feito oferta adicional de swap para tentar conter a volatilidade do mercado após a vitória de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.

A B3 elevou o limite de negociação do dólar futuro de 6 para 9 por cento, para cima ou para baixo; uma vez atingido, só podem sair negócios dentro desse intervalo.

Nas últimas semanas, os mercados financeiros estavam vivendo uma espécie de lua-de-mel com o governo Temer, apostando que ele conseguiria angariar votos suficientes para aprovar as reformas no Congresso Nacional. O dólar, nesta semana, chegou a fechar abaixo do patamar de 3,10 reais.

Além disso, a economia vinha dando alguns sinais de recuperação, depois de dois anos seguidos de forte recessão. A inflação também vinha perdendo fôlego e possibilitando que o BC fizesse reduções importantes na taxa básica de juros, o que tem potencial para estimular o consumo.

Crise política leva o dólar a subir mais de 8% na abertura desta 5ª feira e moeda vai a R$ 3,41

A bomba que explodiu sobre Brasília na noite desta quarta-feira (17) já reflete diretamente sobre o mercado financeiro e o principal reflexo pode ser observado no dólar. A moeda americana subia, por volta das 10h50 (horário de Brasília), 8,82% para ser negociado a R$ 3,41. O Ibovespa caiu 10% e encerrou por um período suas operações. 

" A valorização da divisa é um movimento de proteção dos investidores após a divulgação da notícia de que o presidente Michel Temer deu aval para o dono da JBS comprar o silêncio de Eduardo Cunha, divulgada na noite de ontem pelo colunista Lauro Jardim, d’O Globo", informou uma notícia na Época Negócios. 

O Globo: Bolsa aciona “circuit breaker” após queda atingir 10%

SÃO PAULO - Os negócios no mercado de ações já iniciaram em forte queda, o que fez com que o mecanismo de “circuit breaker” fosse acionado automaticamente. Nos primeiros minutos de negociação, o Ibovespa chegou a uma queda de 10,46%, aos 60.470 pontos, e o pregão será paralisado por 30 minutos. Os negócios com câmbio ficaram parados por mais de uma hora, quando a alta atingiu 5,77%. Agora que foram retomadas, a divisa sobe 8,77% ante o real, a R$ 3,409. A volatilidade entre os investidores vem da incerteza política causada pela notícia de que o presidente Michel Temer deu aval para o dono da JBS comprar o silêncio de Eduardo Cunha, divulgada na noite de ontem pelo colunista Lauro Jardim, d’O GLOBO.

Entre as maiores quedas, está o Banco do Brasil, que despencou na abertura 24,57%. As ações preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco caem, respectivamente, 18,84% e 17,63%. O setor tem o maior peso na composição do Ibovespa. Já os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras caem 18,70%, a R$ 12,69, e os ordinários (ONs, com direito a voto) retrocedem 19,87%, a R$ 12,69.

A última vez que o “circuit braker” foi acionado foi em 22 de outubro de 2008, durante a crise financeira global. Se na reabertura chegar a 15%, uma nova paralisação de uma hora é acionada de forma automática. Se o movimento continuar e chegar a 20%, fica a critério da B3 (fusão entre BM&FBovespa e Cetip) a decisão de suspender ou não os negócios.

Leia a notícia na íntegra no site do jornal O Globo

Dólar futuro atinge limite máximo, na casa de R$ 3,32, após denúncias envolvendo Temer

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar futuro disparava na abertura dos negócios desta quinta-feira, atingindo o limite máximo permitido de 3,3235 reais para este pregão, depois de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer.

Segundo informações da B3, o dólar futuro tem limite de negociação diária de 6 por cento, para cima ou para baixo e, uma vez atingido, só podem sair negócios dentro desse nível. Ainda não foram registrados negócios no mercado à vista, com os investidores evitando tomar posições diante das graves denúncias.

Veja mais: 

>> BC diz que atuará para manter funcionalidade dos mercados; ação não tem relação com política monetária

Por enquanto, o Banco Central manteve a oferta de até 8 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de moedas-- para rolagem do vencimento de junho.

A autoridade monetária divulgou nota mais cedo informando que está monitorando o impacto das informações divulgadas e que atuará para manter a "plena funcionalidade dos mercados". Segundo o BC, isso inclui o mercado de câmbio.

Na noite passada, o jornal O Globo noticiou que Joesley Batista, um dos controladores do frigorífico JBS, gravou Temer concordando com pagamentos para manter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso.

Assim que a notícia chegou ao Congresso, a oposição não perdeu tempo para pedir o impeachment de Temer, enquanto líderes governistas, pegos de surpresa, pediam cautela com a informação, evitando fazer defesas mais taxativas.

Especialistas afirmaram que o governo foi fortemente abalado e, assim, as reformas consideradas essenciais para recuperar a economia serão afetadas.

(Por Claudia Violante)

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Fonte:
Reuters

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