Trump cancela cúpula com Coreia do Norte e alerta Kim que militares estão prontos

Publicado em 24/05/2018 18:48
Wall St recua

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou nesta quinta-feira uma cúpula histórica com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, marcada para o próximo mês, citando a “hostilidade aberta” de Pyongyang, e alertou que os militares dos EUA estão prontos no caso de qualquer ato imprudente da Coreia do Norte.

Trump escreveu uma carta a Kim para anunciar sua retirada abrupta do que seria o primeiro encontro entre um presidente em exercício dos EUA e um líder norte-coreano, marcado para o dia 12 de junho em Cingapura.

    “Infelizmente, com base na tremenda raiva e hostilidade aberta exibida em sua afirmação mais recente, eu sinto que seria inapropriado, neste momento, ter este encontro planejado há tempos”, escreveu Trump.

    Isto representa um fim repentino às semanas de afirmações otimistas de Trump de que ao se encontrar com Kim poderia seguir de onde presidentes norte-americanos fracassaram e persuadir a Coreia do Norte a abandonar seu programa de armas nucleares que agora ameaçam os EUA.

    Mais cedo nesta quinta-feira, a Coreia do Norte havia repetido sua ameaça de deixar a cúpula e alertou estar preparada para um confronto nuclear com Washington se necessário.

    Autoridades da Casa Branca informaram que “a última gota” foi um comunicado norte-coreano na noite de quarta-feira no qual Pyongyang levantou a possibilidade de um conflito nuclear se diplomacia fracassasse e criticou o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, como um “boneco político”.

    “Os norte-coreanos literalmente ameaçaram guerra nuclear no comunicado divulgado na noite passada”, disse uma das autoridades. “Nenhuma cúpula poderia ser bem sucedida sob estas circunstâncias”.

    O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que viajou à Coreia do Norte duas vezes para se preparar para a cúpula, e se encontrou com Kim nas duas vezes, disse ser um desenvolvimento decepcionante, mas que “francamente não é uma surpresa”.

Ele disse que Pyongyang não havia respondido nos dias recentes perguntas sobre a reunião e que o próprio Trump tomou a decisão de abandonar o encontro após reuniões na quarta-feira, durante as quais concluiu que a cúpula não seria bem sucedida.

    Em comunicado na Casa Branca, Trump disse permanecer aberto a diálogos, mas que havia conversado com o secretário de Defesa, Jim Mattis, e alertado a Coreia do Norte contra qualquer “ato imprudente”.    

    “Nós estamos mais prontos do que nunca”, declarou Trump.

    Ele disse que a Coreia do Sul e o Japão, aliados dos EUA, também estão prontos para arcar com grande parte do fardo financeiro “caso uma situação lamentável seja forçada sobre nós” pela Coreia do Norte.

“VAMOS VER”

“Embora muitas coisas possam acontecer e uma grande oportunidade esteja possivelmente à frente, eu acredito que este é um retrocesso tremendo para a Coreia do Norte e de fato um retrocesso para o mundo”.

    Perguntado se o cancelamento da cúpula aumenta o risco de guerra, Trump respondeu: “Vamos ver o que acontece”.

    A ação de Trump criou uma forte baixa no mercado de ações, antes de se recuperar um pouco.

Trump disse que os EUA irão continuar sua campanha de “pressão máxima” de sanções para forçar a Coreia do Norte a abandonar suas armas nucleares.

    “A Coreia do Norte possui a oportunidade de acabar com décadas de pobreza e opressão ao seguir o caminho da desnuclearização e se juntar à comunidade de nações”, afirmou.

    No mês passado, Trump havia elogiado Kim como “muito honrado” enquanto preparava a cúpula, mas a perspectiva do encontro piorou dramaticamente neste mês quando a Coreia do Norte irritadamente rejeitou a noção de que iria concordar em desarmamento nuclear unilateral como Washington exigiu.

Wall St recua após Trump cancelar encontro com Coreia do Norte

NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários dos Estados Unidos fecharam em ligeira queda após o presidente Donald Trump cancelar o encontro com o líder norte-coreano Kim Jong Un e ameaçar impor tarifas sobre importações de automóveis, embora as perdas tenham sido limitadas por ganhos do Netflix e da General Electric.

O índice Dow Jones caiu 0,3 por cento, a 24.812 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,20232 por cento, a 2.728 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,02 por cento, a 7.424 pontos.

A determinação de Trump na véspera de investigação sobre se importações de veículos e peças de automóveis danificam a indústria automobilística dos EUA poderia complicar ainda mais as negociações comerciais com a China e outros parceiros comerciais.

No início desta quinta-feira, Trump cancelou a reunião de 12 de junho citando "hostilidade aberta" de Pyongyang, mesmo após a Coreia do Norte cumprir com a promessa de implodir túneis no seu local de testes nucleares.

Mas as ações recuperaram boa parte das perdas do dia até o fim da sessão, e participantes do mercado disseram que a queda acentuada após o cancelamento do encontro foi uma reação automática.

"As pessoas estavam genuinamente satisfeitas de que isso iria acontecer", disse Peter Tuz, presidente do Chase Investment Counsel.

"E eu ainda não ficaria surpreso de ver uma reversão desta reversão em algum momento das próximas semanas, à medida que cada lado sentar e pensar no que realmente está no seu melhor interesse."

Um declínio nas ações de energia após preços menores do petróleo também pesou sobre o mercado, com o índice de energia do S&P 500 encerrando em queda de 1,7 por cento. Por outro lado, as ações da General Electric subiram 3 por cento, recuperando-se das perdas da sessão anterior, e a ação da Netflix avançou 1,3 por cento, ambas ajudando o mercado.

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Fonte:
Reuters

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