Ações despencam, dólar sobe enquanto guerra no Oriente Médio acende comércio de refúgio seguro

Publicado em 19/06/2025 09:41

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As ações globais caíram e o dólar subiu na quinta-feira, refletindo a preferência dos investidores por ativos considerados portos seguros, à medida que aumentavam as preocupações sobre o possível envolvimento dos EUA na guerra aérea entre Israel e o Irã, o que provocou uma alta no preço do petróleo nesta semana.
Na frente geopolítica, o presidente Donald Trump deixou o mundo na dúvida sobre se os Estados Unidos se juntariam ao bombardeio israelense de instalações nucleares iranianas, dizendo a repórteres do lado de fora da Casa Branca na quinta-feira: "Posso fazer isso. Posso não fazer isso."
Uma série de decisões de bancos centrais na Europa destacou como a abordagem errática de Trump ao comércio e às tarifas complicou o trabalho dos banqueiros centrais na definição da política monetária.

Na Europa, as ações caíram pelo terceiro dia, deixando o STOXX 600 (.STOXX), abre uma nova abaqueda de quase 2,5% na semana, atingindo seu maior declínio semanal desde a turbulência induzida pelas tarifas em abril.

Os futuros do S&P 500 dos EUA caíram 0,5%, embora a maioria dos mercados dos EUA — incluindo Wall Street e o mercado de títulos do Tesouro — estejam fechados na quinta-feira devido a um feriado.

"Os participantes do mercado continuam nervosos e incertos", disse Kyle Rodda, analista sênior de mercados financeiros da capital.com.

Havia muita especulação "de que os EUA iriam intervir, algo que marcaria uma escalada material e poderia levar a uma retaliação direta do Irã contra os EUA", acrescentou.

"Tal cenário aumentaria o risco de um conflito regional maior, com implicações para o fornecimento global de energia e provavelmente para o crescimento econômico."

Grande parte do nervosismo recente nos mercados tem se concentrado em choques na oferta de petróleo bruto no Oriente Médio, que elevaram o preço do petróleo bruto em 11% em uma semana. O petróleo Brent subiu quase 1%, para US$ 77,40 o barril, próximo ao seu maior nível desde janeiro.

O ouro, que tende a ter dificuldades quando o dólar se valoriza, reduziu as perdas anteriores e foi negociado a US$ 3.372 a onça, alta de 0,1% no dia.

O dólar em si subiu bastante, deixando o euro em baixa de 0,1%, para US$ 1,1466, e os dólares australiano e neozelandês — ambas moedas vinculadas ao risco — em queda de 0,7% e 1%, respectivamente.

POLÍTICA DO BANCO CENTRAL

Da noite para o dia, o Federal Reserve emitiu sinais mistos aos mercados. Para desgosto de Trump, as autoridades monetárias mantiveram as taxas de juros estáveis, como esperado, e mantiveram as projeções de dois cortes de 25% neste ano.

No entanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, demonstrou cautela sobre novas flexibilizações no futuro, dizendo em sua coletiva de imprensa que espera uma inflação "significativa" no futuro, como resultado das tarifas comerciais agressivas de Trump.
Estrategistas do MUFG disseram que o Fed "está subestimando a fraqueza da economia que estava presente antes do choque tarifário, especificamente, quase ignorando as rachaduras que são visíveis no mercado de trabalho há anos".

O Banco da Inglaterra deixou as taxas do Reino Unido inalteradas, como esperado, e os formuladores de políticas disseram que a incerteza da política comercial continuaria a prejudicar a economia, provocando uma queda da libra.

O Norges Bank surpreendeu os mercados com um corte de um quarto de ponto que pesou sobre a moeda da coroa, enquanto o Banco Nacional Suíço cortou as taxas de juros para zero, como esperado, mas o fato de não terem caído abaixo de zero deu um impulso ao franco, deixando o dólar em baixa de 0,1%, a 0,8184 francos.

Nos mercados de commodities, o preço da platina atingiu seu nível mais alto em quase 11 anos, perto de US$ 1.300 a onça, impulsionado em parte pelo que analistas disseram ser consumidores buscando uma alternativa mais barata ao ouro.

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Fonte:
Reuters

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