Chicago: Soja segue avançando nesta 3ª feira com foco na demanda
Nesta terça-feira (5), as cotações da soja seguem avançando na Bolsa de Chicago com seu foco na aquecida demanda pela oleaginosa norte-americana. "A demanda pela soja dos Estados Unidos está extraordinária", disse Greg Grow, diretor de agronegócio da Archer Financial Services, de Chicago. Assim, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os ganhos dos vencimentos mais negociados variavam entre 5 e 7 pontos. O contrato janeiro/14, o mais negociado nesse momento, era cotado a US$ 12,61 por bushel.
Ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu relatório de embarques semanais trazendo números superiores a 2 milhões de toneladas para a soja na semana que terminou no último dia 28, confirmando a intensa procura pelo produto norte-americano. Além disso, ainda de acordo com números do departamento, a colheita da soja foi concluída em 86% da área até o último domingo (4) e ficou dentro das expectativas do mercado, que variavam entre 89 e 91%. O índice ficou próximo também da média dos últimos cinco anos que é de 85%.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja fecha o dia em alta com oferta escassa e demanda firme
Nesta segunda-feira (4), a soja operou de lado durante todo a sessão regular e fechou o dia com pequenos ganhos nos vencimentos mais negociados. O contrato janeiro/14 encerrou o pregão cotado a US$ 12,55, subindo 4,25 pontos. Apenas a posição novembro, que já encerra suas negociações no próximo dia 15, fechou com uma ligeira baixa de 3 pontos.
Os investidores optaram por iniciar a semana operando com menos intensidade diantes das expectativas para a próxima sexta-feira (8) quando o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu novo relatório mensal de oferta e demanda. Desde meados de setembro, o mercado não conta com as informações desse reporte, uma vez que o governo norte-americano ficou paralisado por três semanas em outubro.
Dessa forma, os dados são esperados com bastante ansiedade pelos traders. O sentimento geral do mercado é de que números maiores serão reportados pelo departamento para a produção e produtividade tanto de soja quanto de milho. Em importantes estados produtores de grãos, o rendimento que vem sendo registrado já está acima das projeções iniciais.
"Eu acredito que esses dados do dia 8 irão trazer realmente um aumento de produtividade na casa de 42 bushels/acre (47,62 sacas por hectare), mas o preço só não cai mais porque a demanda se mantém muito aquecida. Então, esse relatório é um um relatório bem esperado pelo mercado porque irá dar um direcionamento maior para os preços", explica o analista de mercado Eleandro Mori.
Para Mori, mesmo que o USDA traga números maiores para a safra dos EUA e o mercado sinta o impacto imediato dos mesmos, os olhos dos investidores deverão se voltar cada vez mais para a demanda e a relação ainda muito ajustada entre a oferta e o consumo mesmo com a entrada do produto norte-americano. "A chance que o mercado tem de pressionar preços, de realizar lucros é agora, no início de novembro, com o relatório do dia 8. Passado isso, devemos, com certeza, ver preços melhores para a cultura da soja em função da demanda aquecida", diz.
Segundo Liones Severo, consultor de mercado do SIM Consult, os estoques de soja dos Estados Unidos serão insuficientes para atender a demanda mundial, nem mesmo que aumentem cerca de 3 milhões de toneladas nessa temporada 2013/14. De acordo com Severo, das 37 milhões de toneladas de soja destinadas para a exportaão, 32,2 milhões já foram comercializadas. "Não existem estoques de soja e, de acordo com a lei da oferta e demanda, há a possibilidade do grão atingir preços maiores”, diz.
Para o consultor, os números a serem divulgados pelo USDA na próxima sexta-feira deveriam ser altistas para o mercado, suficientes para provocar um significativo aumento dos preços e uma contenção da demanda, na tentativa de amenizar a atual escassez de produto, que não se trata só da soja em grão, mas também do óleo e do farelo. "um preço de racionamento será necessário para acomodar essa relação".
No link abaixo, confira a íntegra da entrevista de Liones Severo sobre o mercado da soja:
>> Liones Severo - Mercado da Soja
Milho - Também à espera dos números do USDA, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago encerraram o pregão desta segunda-feira próximos da estabilidade, porém, com ligeiro recuo. O mercado foi pressionado ainda por vendas especulativas por parte dos fundos de investimentos.
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