Soja tem mais uma sessão de volatilidade; milho e trigo recuam
Os futuros da soja operam com pouca movimentação na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (5), registrando mais uma sessão de estabilidade. Por volta das 8h40 (horário de Brasília), o mercado trabalhava em campo negativo, perdendo pouco mais de 3 pontos. Mais cedo, porém, as cotações registravam ligeiros ganhos de pouco mais de 1 ponto. No mesmo momento, trigo e milho recuavam.
Os analistas de mercado afirmam que os movimentos pouco expressivos são reflexo da falta de novidades tanto do lado da oferta quanto da demanda. Além disso, os fundos de investimentos se mantêm na defensiva com a proximidade do final do ano e com a necessidade da realização de lucros.
Entretanto, no caso do da soja, o mercado se mantém firme e sustentando nos números da demanda e também na situação dos Estados Unidos, onde as exportações seguem em um ritmo recorde e os estoques da oleaginosa são cada vez menores.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
CBOT: Após sessão volátil, soja fecha em alta com força da demanda
Na sessão desta quarta-feira (4), os futuros da soja fecharam os negócios em alta na Bolsa de Chicago. O mercado conseguiu se recuperar e retomar os ganhos após uma sessão de intensa volatilidade, em que os futuros da commodity oscilaram várias vezes entre os lados positivo e negativo da tabela. Essa movimentação das cotações, segundo analistas, se dá por conta da falta de novidades nesse momento. Já estamos presenciando um mercado típico de final de ano", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
Porém, o que ainda mantém a força do mercado é a demanda mundial bastante ativa. Os estoques norte-americanos são cada vez menores e as exportações já somam 93% do total projetado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), ou seja, das 39,5 milhões de toneladas estimadas para serem vendidas, 37 milhões já estão comprometidas.
No entanto, os investidores já conhecem essa situação e isso vem sendo precificado pelo mercado. Para Brandalizze, seriam necessárias novas informações sobre esse quadro para que o mercado pudesse romper os US$ 13,50 no vencimento janeiro e buscar o patamar dos US$ 14.
Dessa forma, até que isso não aconteça, o mercado se mantém "preso" no intervalo de US$ 13 a US$ 13,50. "Quando se aproxima dos US$ 13,50, há vendedores, que fazem o mercado cair, e ao se aproximar de US$ 13, aparecem esses mesmos vendedores comprando posições, fazendo o mercado subir", explica Ênio Fernandes, consultor em agronegócio.
Ao mesmo tempo, porém, o mercado também encontra sustentação na menor pressão de oferta registrada nesse momento com os produtores norte-americanos, e da América do Sul, mais restritos na efetivação de vendas, aguardando por melhores momentos de comercialização e, consequentemente, preços mais altos. "É preciso parar a venda norte-americana e estimular a sulamericana, isso quer dizer que, a única ferramenta que poderá fazer isso é a alta dos preços. Assim, há uma inibição dos compradores e um estímulos às vendas por parte das origens, e é por isso que o mercado deve tentar quebrar os US$ 13,50", diz Fernandes.
A evolução da safra sulamericana também exerce influência sobre os preços da commodity em Chicago. No entanto, essa influência no momento não é muito expressiva já que também não há novidades sobre o desenvolvimento das lavouras ou resultados concretos da produção que deverá chegar ao mercado em meados de fevereiro. As condições climáticas no Brasil, na Argentina e no Paraguai, principalmente, são bastante favoráveis e isso também já é conhecido pelo mercado.
Movimentos Técnicos – O mercado passa, com essa falta de informações novas e as cotações “presas” em um intervalo de preços, por movimentos técnicos. E, segundo explicou Vlamir Brandalizze, os fundos de investimento tendem a operar com movimentos menos arriscados até que tenham notícias concretas que possam estimular um melhor direcionamento dos preços.
"Os fundos precisam agora começar a apresentar lucros, ganhos, e para isso, eles vendem algumas posições e evitam movimentos muito arriscados. O mercado agora precisa de novidades, as quais poderiam chegar com informações sobre o clima na América do Sul no início de janeiro, período em que podem ser registrados veranicos em algumas partes do Brasil e chuvas fortes na Argentina. Ou, novidades sobre a demanda", diz.
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