Soja: Com projeção de boa safra nos EUA, mercado encerra semana em queda
Nesta sexta-feira (16), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão em campo misto. Em mais uma sessão volátil, as principais posições da commodity oscilaram entre os campos positivo e negativo. Os primeiros contratos terminaram o dia com leves quedas entre 2 e 5,25 pontos e os mais distantes com ligeiros ganhos entre 0,25 e 3,25 pontos. O vencimento julho/14 era cotado a US$ 14,65 por bushel e encerrou a semana com perda acumulada de 0,23 cents.
Para o analista de mercado da Jefferies Corretora, Stefan Tomkiw, as previsões de clima melhor no Meio-Oeste dos EUA pressionaram as cotações em Chicago. "Tivemos durante essa semana, em algumas regiões, o excesso de umidade e até mesmo paralisações pontuais na semeadura, mas as leituras mais longas de clima apontam para uma situação confortável, que deve favorecer a evolução do cultivo da safra 2014/15", explica.
Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) o plantio da oleaginosa estava completo em 20% da área projetada até o último dia 11 de maio. Ainda nesta sexta-feira, a agência internacional Bloomberg, divulgou estudo que aponta que as lavouras de soja se beneficiam do evento climático El Niño.
O relatório indica que há um impacto positivo em 36% da área cultivada com o grão, principalmente no Brasil e nos EUA. E um efeito negativo em aproximadamente em 9% da área semeada, especialmente na Índia e em partes da China.
O analista ainda explica que o mercado exibe dois cenários distintos, para o curto prazo e em longo prazo. Os estoques norte-americanos ajustados, de aproximadamente 3,54 milhões de toneladas, e a demanda forte, sem sinais de enfraquecimento, são fatores positivos no curto prazo. "E não há indícios de que a demanda pela safra velha dos EUA esteja retraindo, ao contrário, os números de vendas semanais e dados do Nopa, divulgados essa semana, demonstram que a demanda segue firme", relata Tomkiw.
Ainda nesta sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 180 mil toneladas de soja em grão para destinos não revelados. O volume deverá ser entregue na safra 2014/15. O órgão também anunciou a venda de 40 mil toneladas de óleo de soja para a China, com entrega na temporada 2013/14.
Paralelo a esse quadro, as projeções para a safra nova apontam uma produção recorde nos EUA, com 98,93 milhões de toneladas. Situação, que consequentemente, deve ocasionar em uma recomposição nos estoques do país, conforme acredita o analista.
Essa semana, o Goldman Sachs divulgou nova projeção e manteve a visão pessimista sobre as perspectivas para os preços das commodities agrícolas. Para a soja, os preços podem baixar para US$ 10,50 por bushel, em um período de seis meses, já o milho a previsão é de cotações próximas de US$ 4,00 por bushel.
De acordo com o consultor de mercado da Agrosecurity Consultoria, Fernando Pimentel, apesar das projeções recordes é preciso observar o clima, mas se a safra se confirmar como uma boa produção, as cotações podem recuar para próximo de US$ 13,00 por bushel. "Com isso, o produtor rural brasileiro deve estar atento às notícias de safra nos EUA e fazer as suas contas", acredita.
"Hoje, particularmente o mercado apresenta firmeza nos contratos mais longos, situação decorrente das previsões climáticas favoráveis para os EUA. A expectativa é que os produtores avancem com o plantio do milho e possa reduzir a possibilidade de eventuais substituições de áreas do cereal para a oleaginosa", ressalta o analista.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento nesta sexta-feira:
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