Preços da soja sobem no Brasil com semana forte em Chicago

Publicado em 23/05/2014 18:00

O mercado da soja fechou a sessão regular desta sexta-feira (23) com ligeira queda na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa recuaram diante de uma semana de forte e expressivo avanço e depois de alcançarem, na última quinta-feira (22), os melhores patamares em 11 meses. A posição mais negociada nesse momento, o vencimento julho/14, terminou o dia com baixa de 3,25 pontos e cotado a US$ 15,15 por bushel. 

"Essa alta da semana confirma a existência de uma solidez na demanda pelo produto norte-americano, com bastante força nesses últimos dias. Vendas novas, a China voltou a comprar e as notícias de washouts pararam de acontecer. Essa é a questão central para a safra velha. Temos um mercado muito sólido e ele não tem espaço para baixar muito porque a demanda já reativa e puxa os preços, novamente para cima, reforçando a tendência de alta para os preços pelo menos até agosto", explicou Flávio França, consultor em agronegócio. 

A base de suporte para os preços da soja, portanto, segue sem alterações. O quadro fundamental ainda é bastante conhecido, porém, já conhecido pelo mercado e pelos investidores. Há uma latente força da demanda ainda presente entre os negócios frente à uma oferta bastante restrita nos Estados Unidos. Os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seus números de exportações semanais indicando uma situação de ajuste não só para a soja em grão, como também para farelo e óleo. 

Além disso, o volume de negócios em Chicago é menor nesta sexta-feira. Na segunda (26), é feriado nos Estados Unidos, as bolsas não operam e, com o final de semana prolongado pela frente, os investidores optam por se manter mais na defensiva, à espera das novidades que o mercado receberá no início da próxima semana. 

Paralelamente, confirmando essa continuidade da boa demanda mundial por soja, o USDA anunciou a venda de 120 mil toneladas para a China e mais 210 mil para destinos desconhecidos. Ambos os volumes serão entregues na safra 2014/15. 

Apesar disso, no médio e longo prazo, as atenções do mercado já começam a se voltar para o desenvolvimento da nova safra de grãos dos Estados Unidos. Até o último domingo, ainda de acordo com o departamento norte-americano, 33% da área de soja já estava plantada. O número ficou ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos, que é de 38%. 

"Essa semana se mostrou favorável ao plantio da nova safra norte-americana. O plantio vai muito bem, as condições das lavouras são boas e, por isso, o spread entre os vencimentos julho/14 e novembro/14 voltou a aumentar, passando a ocupar a casa dos US$ 2,50 por bushel", explicou França. 

Comercialização e Mercado Interno

Atualmente, já há, aproximadamente, cerca de 70% da safra brasileira 2013/14 vendida. Para os demais 30%, a orientação do consultor é de que o mercado se mantenha bastante atento ao andamento dos negócios, justamente por conta dessa firme tendência de alta para as cotações praticadas em Chicago. 

"Os preços essa semana voltaram a subir bem essa semana e nós tivemos um grande volume de negócios. O produtor aproveitou essa nova puxada dos preços externos, entrou no mercado e houve muita venda. Os preços melhoraram entre R$ 1,50 e R$ 2,00 em relação à semana passada e nós tivemos uma boa participação dos produtores", completou França. 

Segundo um levantamento da consultoria Safras & Mercado, entre os dias 15 e 22 de maio, o preço da saca da soja em Passo Fundo/RS subiu de R$ 68,00 para R$ 69,00; em Cascavel/PR, de R$ 67,00 para R$ 68,00; em Rondonópolis/MT, de R$ 60,50 para R$ 62,00; em Dourados/MS, de R$ 61,50 para R$ 63,00 e em Rio Verde, de R$ 62,00 para R$ 64,00. 

Nos portos brasileiros, os preços também subiram consideravelmente e, em Paranaguá, a saca de soja chegou a bater nos R$ 74,00, registrando um dos melhores momentos da temporada. 

Veja também como fechou o mercado do milho:

Milho: Demanda firme garante mais um dia de alta em Chicago

Por Fernanda Custódio

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a semana com ligeiras altas. Durante todo o pregão, as principais posições da commodity conseguiram se sustentar do lado positivo da tabela e encerraram o dia com ganhos entre 1,25 e 2,00 pontos. O vencimento julho/14 subiu 0,3%, para US$ 4,78 por bushel. Desde o início do mês de maio, o contrato caiu 8,1%. 

De acordo com a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, com os preços mais baixos, depois das quedas recentes, os compradores retornaram ao mercado. "Ainda assim, consideramos que a sessão de hoje foi mais calma, uma vez que na segunda-feira (26) é feriado nos EUA, devido ao Memorial Day e as bolsas não irão operar", explica.

E a demanda pelo produto norte-americano permanece firme. "As vendas para exportação do cereal dos EUA continuam firmes, assim como, a utilização do etanol", afirma a analista. Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas do cereal norte-americano referente à safra 2013/14 em 507,90 mil toneladas até o dia 15 de maio. Volume superior ao divulgado na última semana, de 343 mil toneladas.

Por outro lado, as previsões climáticas apontam para chuvas em áreas de produção de milho nos EUA, a partir de domingo. Apesar das previsões, a analista destaca que a situação, se confirmada, não deverá comprometer o término da semeadura do grão no país.

Ainda de acordo com o último boletim de acompanhamento de safras do USDA, o plantio estava completo em 73% da área projetada para  safra 2013/14 até o dia 19 de maio. O percentual está próximo da média dos últimos cinco anos, de 76%.

"Temos que ressaltar que os produtores norte-americanos tem capacidade de plantar grande extensão de área em curto espaço de tempo. E ainda é cedo para confirmar uma produção recorde nos EUA. Em anos de El Niño, a tendência é de boa produção, mas temos que esperar a safra se consolidar", acredita Ana Luiza. 

Mercado interno

Diante da proximidade da colheita da safrinha e o aumento da oferta da colheita da safra de verão, os preços do milho recuaram no mercado interno. Consequentemente, as vendas também estão mais lentas, já que os produtores aguardam cotações melhores.“De um lado os produtores estão capitalizados e esperam por melhores preços, já do outro lado da cadeia, os compradores adquirem o produto de maneira mais lenta, pois acreditam em uma grande produção de milho”, diz a analista.

Na região de Goioerê (PR), as cotações baixaram de R$ 24,00 para R$ 20,00. De acordo com levantamento realizado pela agência Safras & Mercado, nesta quinta-feira, o produto foi negociado entre R$27,00 e R$ 28,00 no Porto de Paranaguá, já em Santos o valor ficou entre R$ 28,00 e R$ 28,50. 

Na região da Mogiana (SP), as cotações ficaram entre R$ 25,00 e R$ 25,50, em Erechim (RS), o valor foi de R$ 25,50 e R$ 26,00. E em Uberlândia (MG), o preço registrado ficou entre R4 24,00 e R$ 24,50. 

Já as exportações brasileiras deverão somar 20 milhões de toneladas nesta safra e a expectativa para o consumo interno é de 54 milhões de toneladas. “Frente a esse cenário teremos um balanço entre oferta e demanda ainda favorável e os preços deverão ficar acima dos registrados no ano passado, porém mais acomodados”, destaca Ana Luiza.

Ainda assim, as exportações mais firmes, a partir do segundo semestre, o mercado deverá estimular a queda de braço entre a demanda externa e interna e deve ocasionar boas oportunidades de comercialização aos produtores brasileiros. Já em relação ao acordo firmado entre Brasil e China, a analista ressalta que as importações do país deverão ganhar força a partir dos próximos anos. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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