Grãos: com feriado nos EUA, mercado fica de lado no Brasil
Com o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos comemorado nesta segunda-feira (26), a Bolsa de Chicago não operou e, sem a referência do cenário internacioal, o mercado de grãos no Brasil também ficou parado e tanto soja quanto milho não registraram movimentações expressivas.
Ainda com a referência da última sexta-feira (23), quando o vencimento julho/14 da soja fechou valendo US$ 15,15 por bushel, os negócios foram poucos e aconteceram pontual. Segundo Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, foram apenas pequenas operações no interior do Rio Grande do Sul, com média de preços de R$ 69,00 por saca.
Nos portos brasileiros, os números também ainda vinham em linha com os da última sexta e poucos negócios também foram efetivados.No entanto, os negócios serão retomados nesta terça-feira, 27 de maio, e o mercado brasileiro já deverá voltar, aos poucos, a refletir a movimentação do cenário internacional.
Ainda nesta terça, o mercado irá receber dois novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Serão divulgados o reporte com os embarques semanais e também o boletim de acompanhamento de safras, que trará números atualizados do plantio da nova temporada.
Seca nos Estados Unidos
O desenvolvimento da safra 2014/15 dos Estados Unidos tem sido acompanhado com muita atenção, uma vez que seus estoques, principalmente de soja, são os menores da história e há uma preocupante necessidade de sua recomposição. De acordo com o site USA Today, mais de 30% do país registra seca moderada à severa e sete são os estados mais afetados: Texas, Oklahoma, Arizona, Kansas, Novo México, Nevada e Califórnia.
Milho: Apesar de pressão, produtor pode ter melhor oportunidade de negócios
Por Fernanda Custódio
Após as altas registradas desde o início do ano, os preços do milho estão em patamares um pouco mais baixos no mercado interno. As cotações do cereal foram pressionadas pela queda nas cotações praticadas nos Portos brasileiros, que recuaram de R$ 32,00 para R$ 27,00 a saca nos últimos 20 dias.
Por sua vez, a redução nos valores nos Portos é decorrente da combinação Bolsa de Chicago, com cotações mais baixas, e o câmbio mais fraco, conforme afirma o analista de mercado da Agrogt Corretora de Cereais, Gilberto Toniolo. Diante desse cenário, a comercialização da safrinha está travada e é menor do que o índice registrado no mesmo período do ano passado.
De um lado, os produtores rurais estão capitalizados e esperam por melhores oportunidades de negociação. "Na semana anterior tivemos chuvas em várias regiões e agora temos temperaturas mais baixas, o que aumenta a possibilidade de geadas em algumas localidades, e contribui para uma comercialização mais lenta", explica Toniolo.
Com os vendedores retraídos, em algumas praças, as cotações já apresentaram estabilidade e até uma ligeira recuperação. Na região da Sorocabana (SP), os preços passaram de R$ 25,00 para R$ 26,00 no final da última semana. Em Não-me-toque (RS), a saca foi negociada a R$ 22,50, segundo a Cotrijal, valor que foi mantido nesta segunda-feira (26). O mesmo aconteceu na região de Ubiratã (PR), onde os preços ficaram estáveis em R$ 20,00, conforme dados da Coagru.
Na outra ponta da cadeia, os compradores seguem adquirindo o produto da mão-pra-boca, pois acreditam em uma grande oferta com a proximidade da colheita da safrinha. “Com isso, os estoques dos compradores estão mais curtos e terão que retornar ao mercado para adquirir o produto, o que pode fazer com que os preços apresentem ligeira melhora. E no momento, a oferta disponível no mercado interno é pequena, já que boa parte da safra de verão já foi negociada", diz o analista de mercado.
Em longo prazo, a expectativa é que os produtores rurais tenham melhores oportunidades de negociação para o milho safrinha. Até o final do ano, a previsão dos economistas é que o dólar chegue ao patamar de R$ 2,45, bem acima dos atuais R$ 2,22, e pode gerar preços em reais melhores aos agricultores. No segundo semestre, as exportações do produto brasileiro devem ganhar força e são estimadas em 20 milhões de toneladas, segundo projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
“Com uma safra cheia nos EUA, podemos ter preços mais baixos em Chicago, em torno de US$ 4,50 por bushel. No entanto, se a projeção de dólar a R$ 2,45 se confirmar, teremos preços em reais, no segundo semestre, melhores do que no primeiro semestre”, ratifica Toniolo.
Na visão do consultor do SIMConsult, Liones Severo, com a demanda firme, a saída para o milho safrinha é a exportação. “A China está comprando muito farelo de milho, uma vez que o consumo por proteína é crescente no país. E ainda teremos bons preços ao cereal”, acredita o consultor.
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