Soja opera com leve alta em Chicago na manhã desta terça-feira

Publicado em 23/07/2014 07:33

Na manhã desta quarta-feira (23), o mercado da soja na Bolsa de Chicago trabalha com pequenos ganhos no pregão eletrõnico. Por volta das 7h25 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa subiam entre 2,50 e 3,50 pontos nas posições mais negociadas. As cotações voltam a subir depois do fechamento negativo de ontem, confirmando a volatilidade que vem sendo sinalizada pelos analistas para esse momento. 

Nesse período em que o mercado climático está no foco dos negócios e, a medida em que chegam novas informações sobre a força da demanda, os preços oscilam com mais frequência entre os campos positivo e negativo. De um lado, encontram suporte no consumo, porém, são pressionados pelas projeções de uma oferta abundante na temporada 2014/15. 

Ainda assim, no Brasil, os preços tentam se manter firmes ou, ao menos, próximos da estabilidade. O produtor que ainda possui soja da safra disponível continua se mostrando mais retraído nas vendas, mesmo diante dos altos prêmios que vêm sendo pagos nos portos de Rio Grande e Paranaguá que, em alguns casos, supera os US$ 2,00 sobre os valores praticados em Chicago. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja: apesar do recuo em Chicago, preços fecham em alta no Brasil

A sessão regular desta terça-feira (22) na Bolsa de Chicago foi marcada por intensa volatilidade. Depois de registrar bons ganhos nos primeiros vencimentos e altas mais moderadas nas posições mais distantes, o mercado voltou a recuar e encerrou o dia do lado negativo da tabela. À exceção do vencimento agosto/14, que fechou a US$ 11,84 por bushel subindo 8,25 pontos, os demais contratos fecharam os negócios recuando entre 6,50 e 13,75 pontos. O novembro/14, referência para a safra norte-americana, ficou em US$ 10,57 e o maio/15, referência para a safra brasileira, a US$ 10,81. 

No Brasil, em contrapartida e apesar desse recuo registrado em Chicago, os preços se mantiveram estáveis na maior parte das praças de comercialização e nos portos. Em alguns locais, como nos municípios de Londrina, Cascavel e Ubiratã, no Paraná, a cotação registrou uma leve alta de 0,91% e fechou o dia a R$ 55,50 por saca. No porto de Rio Grande, o ganho foi de 1,56% e o preço ficou em R$ 65,00, já em Paranaguá o mercado se manteve estável em R$ 66,00. 

Segundo informações da agência Safras & Mercado, foi registrada nesta terça a presença de compradores de grande porte, principalmente no estado de Mato Grosso, o que impulsionou as altas. Em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, o preço passou de R$ 60,50 para R$ 62,00; já em Rondonópolis/MT, a cotação avançou de R$ 58,00 para R$ 59,00. 

Os prêmios no porto de Paranaguá também registraram uma pequena alta. No contrato agosto, o valor pago acima do que tem sido praticado em Chicago é de US$ 1,82, no setembro US$ 2,15, no março/15 US$ 0,64 e no vencimento abril/15, US4 0,48. 

Segundo relatou Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, de Cascavel/PR, os produtores do estado ainda têm cerca de 40% da safra 2013/14 de soja para ser comercializada, aguardando melhores preços e momentos mais propícios para voltar a vender, já que estão mais capitalizados nesta temporada. "Eu acredito que haja uma ausência de vendedores de soja, então o comprador, tanto do mercado interno quanto externo, está oferecendo um valor mais atrativo para vender seu produto". 

O que acabou limitando os ganhos no mercado brasileiro, entretanto, foi mais um dia de queda para o dólar frente ao real. A moeda norte-americana fechou o dia com baixa de 0,53%, cotado a R$ 2,2100, oscilando, durante a sessão, entre R$ 2,20 e $ 2,22. 

Para Grolli, esse valor deveria ser, no mínimo, 10% mais alto para refletir a realidade do cenário. Assim, o presidente da Coopavel acredita que as projeções de uma taxa de câmbio mais elevada no final do ano possam se confirmar, chegando, em meados de dezembro, a algo perto dos R$ 2,36. 

Mercado em Chicago

Durante os negócios desta terça-feira, os preços da soja, inclusive os vencimentos mais distantes, trabalharam em alta refletindo, entre outros fatores, notícias novas sobre a demanda. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou novas vendas de farelo e óleo de soja da safra 2014/15 e a informação foi bem recebida pelo mercado. O orgão reportou a venda de 225 mil toneladas de farelo e 20 mil toneladas de óleo da safra nova para destinos desconhecidos e mais 180 mil toneladas de farelo para o Vietnã. 

"Há uma somatória dessa demanda com preços de oportunidade para a compra de farelo, de soja em grão e até mesmo de óleo, de que há muito não se via uma exportação tão robusta quanto o de hoje, de 20 mil toneladas", afirma o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.

Ontem, a China adquiriu mais 120 mil toneladas de soja em grão da safra 2013/14 e os embarques norte-americanos já se aproximam da última estimativa do USDA para todo o ano comercial - 44,09 milhões de toneladas, que só se encerra em 31 de agosto. 

Entretanto, as condições favoráveis de clima e o bom desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos voltaram a ganhar força, pressionando, mais uma vez, o mercado futuro da soja em Chicago. O USDA, nesta segunda-feira (21), aumentou o percentual de plantações de soja em boas ou excelentes condições de 72 para 73%, o melhor índice em 20 anos. 

Entretanto, Mariano afirma ainda que algumas regiões do Meio-Oeste americano, principal região produtora de grãos dos Estados Unidos, necessitam de algumas chuvas de manutenção nos próximos dias e as especulações sobre as condições climáticas acabam dando também algum suporte às cotações. 

No entanto, para os próximos cinco dias já há previsões de novas chuvas, sendo algumas para esta terça-feira, quinta (24) e sexta-feira (25). "O volume ainda não é muito significativo, mas é o suficiente para dizer que existe alguma manutenção. Mas, esta não é uma situação generalizada, pode ser que ao longo do dia tenhamos mais boletins trazendo mais conforto ou desconforto para o período de 15 dias (...) e o mercado te que se ajustar", diz o analista. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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