Soja espera dados do USDA e recua nesta manhã de segunda (20)

Publicado em 20/10/2014 07:43

Nesta segunda-feira (20), o mercado internacional da soja inicia a semana operando com ligeira queda na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos, por volta das 8h20 (horário de Brasília), perdiam pouco mais de 10 pontos, dando continuidade ao movimento negativo registrado na última sexta-feira (17). 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza, nesta segunda, seu boletim de acompanhamento de safras com números, principalmente, sobre o avanço da colheita no país. Depois que as chuvas deram uma trégua nos últimos dias, os produtores puderam voltar aos campos e retomar seus trabalhos, o que deve ser refletido nos dados de hoje. As informações, no entanto, só serão reportadas depois do fechamento do pregão. 

Além disso, o departamento traz ainda seu novo boletim de embarques semanais e esses números também devem mexer com os ânimos do mercado. Paralelamente, os investidores aguardam ainda pelo reflexo das novas informações sobre o clima no Brasil no mercado internacional. 

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (17):

Soja: Apesar de semana positiva, vendas seguem travadas no Brasil

Na sessão desta sexta-feira (17), o mercado da soja ampliou suas perdas e fechou o dia perdendo mais de 13 pontos nos principais vencimentos. A baixa veio depois de um movimento de realização de lucros, de uma melhora climática nos Estados Unidos e das previsões de chuvas para as regiões produtoras do Brasil nas próximas semanas. 

A semana, entretanto, foi positiva para os preços, em linhas gerais. O vencimento novembro/14, referência para a safra norte-americana, subiu 0,63% e fechou valendo US$ 9,51 por bushel. Já a alta no contrato maio/15, referência para a colheita brasileira, registrou uma valorização de 0,62%. 

Segundo analistas, os fundos de investimentos atuaram expressivamente sobre os negócios nos últimos dias. Com o mercado sobrevendido, ou seja, com os investidores apostando na baixa do mercado e os preços subindo, os mesmos tiveram de recomprar contratos para sair de suas posições e buscar ativos mais seguros em um momento de acentuada aversão ao risco. 

"Os fluxos de capital direcionados pelos fundos têm migrado de uma forma muito rápida nesses dias de suas posições não só nas commodities agrícolas, mas também do mercado de ações e de energia", explica o consultor de mercado Fernando Pimentel, da Agrosecurity. 

Esse movimento de recompra de posições por parte dos fundos fizeram com que as cotações registrassem boas altas ao longo da semana, mesmo com o mercado frente a fundamentos negativos de clima que apareceram nos últimos dias. 

Nos Estados Unidos, as fortes chuvas que atrapalhavam o bom andamento da colheita se dissiparam e os produtores puderam retomar a colheita. As condições de tempo mais seco, segundo o analista de mercado e jornalista do site Farm Futures, devem se manter até o final do mês. "E quando os produtores puderem voltar de vez para os campos, eles devem favorecer a colheita da soja em relação ao milho", diz. 

Na segunda-feira (20), O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seus números de acompanhamento de safras, trazendo o índice de avanço da colheita. Até o último domingo, 12, 40% da sárea norte-americana já havia sido colhida. O índice, apesar de estar atrás da média de 53% para essa época, ficou acima das expectativas do mercado, que variavam de 27 a 31%. 

Aqui no Brasil, por outro lado, as condições ainda são adversas para o andamento do plantio da safra 2014/15. Em quase todas as principais áreas de produção, a semeadura está parada com os sojicultores à espera de boas chuvas para darem continuidade aos trabalhos de campo. 

Segundo institutos de meteorologia, chuvas com bons volumes e bem distribuídas deverão chegar aos estados do Centro-Oeste, maior região produtora da oleaginosa, sudeste e algumas localidades do Paraná somente a partir da próxima semana, depois do dia 20. 

Segundo Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia, chuvas regulares para o Paraná e estados do Centro-Oeste só voltarão a partir do dia 25 de outubro. Dessa forma, o atraso no plantio deverá atrasar, também a colheita dessa soja, limitando a oferta de produto. 
O cenário, se confirmado, poderia atrasar e travar ainda mais os negócios da temporada 2014/15, que já estão bastante aquém da média dos últimos anos. As vendas antecipadas estão mais lentas em decorrência dos menores preços praticados em Chicago, que fazem com que os produtores evitem novas vendas à espera de melhores oportunidades de comercialização. 

Mercado Interno

No mercado interno, os preços da soja também registraram alguns bons momentos. Na última quinta (16), o valor para o produto com entrega para maio/15 fechou o dia a R$ 59,50 e no de Rio Grande superou os R$ 60,00. 

Nesta sexta-feira (17), porém, as cotações perderam uma parte desses ganhos em decorrência de uma baixa de dólar e de um recuo dos prêmios pagos nos portos brasileiros. No terminal paranense, o valor caiu para R$ 58,70 e no gaúcho para R$ 59,30 pro saca. Na semana, em Paranaguá, o preço subiu 6,73% e, em Rio Grande, 3,31%. 

Essa ligeira queda foi reflexo de um dólar mais baixo e de prêmios um pouco menores. No caso dos contratos abril e maio/15, o prêmio caiu de 68 para 62 cents sobre o valor praticado na Bolsa de Chicago. Já o dólar perdeu 1,3% nesta sexta e fechou valendo R$ 2,43. Na semana, porém, há uma valorização de 0,37% e, no mês, uma baixa de 0,63%, segundo informações do G1. 

"As últimas altas ocorreram em função de especulações climáticas, porém, os fundamentos do mercado não dão sustentação às cotações. O que vemos agora é uma acomodação. E a tendência é de que o mercado devolva os ganhos dos últimos dias", segundo acredita o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro. 

A semana positiva para as cotações, no entanto, não estimulou uma presença mais expressiva dos produtores brasileiros nas vendas. "Houve pouca mudança na disposição dos produtores, a maioria ainda acredita em mais altas nos próximos dias. As vendas seguem muito tímidas", afirma Ribeiro.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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