Soja tem semana de boas altas e preços acima dos R$ 60 no Brasil
No final do pregão desta sexta-feira (24), o mercado internacional da soja passou por um intenso movimento de realização de lucros e fechou com baixas de 15,75 a 16,75 pontos nos principais vencimentos. Assim, os contratos mais negociados na Bolsa de Chicago voltaram a encerrar os negócios abaixo dos US$ 10,00 por bushel. Entretanto, os preços tiveram uma semana bastante movimentada e o resultado foi positivo. Desde a última segunda-feira (20), o vencimento novembro/14 acumulou uma alta de 3,50% e passou de US$ 9,44 para US$ 9,77. Já a posição maio/15, referência para a safra brasileira, registrou um ganho de 2,79% e subiu de US$ 9,69 para US$ 9,96.
Para o dólar a situação foi semelhante. Apesar da maior queda em 11 meses registrada nesta sexta-feira, com um fechamento a R$ 2,45, recuando 2,26% a alta acumulada pela moeda norte-americana na semana é de 1,01% e essa valorização contribui para uma semana positiva também para os preços da soja no mercado interno. Complementanto o quadro, há um avanço ainda dos prêmios nos portos e nas praças de comercialização.
No porto de Paranaguá, o preço da soja com entrega para maio/15 registrou uma valorização de 5,17% na semana e fechou a sexta-feira em R$ 61,00, depois de registrar R$ 58,00 na última segunda-feira. No porto de Rio Grande, a alta para o produto disponível é de 1,52% - com R$ 60,30 no fechamento da semana - e de 2,46% para o produto disponível, que ficou em R$ 62,50, segundo um levantamento feito pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt.
No mercado disponível, houve valorização dos preços em quase todas as praças de comercialização pesquisadas. Os destaques são para a alta de 6,36% em Ubiratã/PR, de 5,41% em Londrina/PR, de 3,70% em Não-Me-Toque/RS e de 2,83% em Campo Novo do Parecis/MT.
Comercialização
Ainda assim, o interesse de venda dos produtores continua baixo, tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos e nos demais países exportadores, segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. As vendas nos mercados norte-americano e brasileiro estão bem abaixo do registrado em anos anteriores, já que os produtores acreditam em melhores oportunidades de comercialização mais adiante.
"Os países exportadores, em geral, não estão vendendo e estão com a comercialização da safra nova bem atrasada. Aqui no Brasil, com esses preços, o ritmo de negócios melhorou um pouco e temos cerca de 20% da comercialização efetivada, frente à média de 45% para essa época do ano. Na Argentina, há cerca de 2 a 3% das vendas finalizadas, quando deveria estar com mais de 30%", explica Brandalizze.
Bolsa de Chicago
Apesar da movimentação técnica negativa desta sexta-feira, o mercado internacional contou com diversas variáveis positivas que estimularam os ganhos durante a semana, e as principais estiveram ligadas ao clima adverso e ao atraso da colheita nos Estados Unidos e do plantio no Brasil.
Alguns bons períodos livres das chuvas excessivas das últimas semanas permitiram que os produtores norte-americanos voltassem aos campos por todo o Meio-Oeste dos Estados Unidos e retomassem os trabalhos de colheita, segundo informações apuradas pelo site norte-americano Farm Futures. O progresso mais expressivo deverá ser observado nos campos de milho, porém, altas produtividades vêm sendo reportadas em ambas as culturas. Até o último domingo (19), já havia 53% da área de soja e 36% de milho colhidos, contra a média de 66% para a oleaginosa e de 53% para o cereal, de acordo com o último boletim de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no último dia 20. Os números serão atualizados na próxima segunda-feira (27).
No Brasil, muitas áreas que vinham sofrendo com a estiagem que impedia a semeadura da soja receberam algumas chuvas, entretanto, localizadas e de pouco volume, que impediram a retomada necessária dos trabalhos de campo.
Em Nova Mutum, em Mato Grosso, por exemplo, o plantio está interrompido com a região há mais de 30 dias e apenas 15% da área foi cultivada, contra 50% registrados no mesmo período do ano passado. Em Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul, 10% da área já foi semeada até o momento e os trabalhos de campo permanecem atrasados.
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