Soja: Chicago dá sequência aos ganhos das últimas sessões e preços continuam acima de US$ 10

Publicado em 21/04/2016 09:24

O mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) dá sequência aos ganhos das últimas duas sessões nesta quinta-feira (21). Os vencimentos esboçam alta de cerca de 20 pontos. O mercado encontrou sutentação nos últimos pregões em meio as informações de clima adverso na América do Sul, que inclusive foram reportadas durante a semana pelo Notícias Agrícolas, a volta dos fundos de investimento nas commodities e também as incertezas sobre o potencial produtivo dos Estados Unidos.

Às 09h23, os lotes com entrega para maio/16 estavam cotados a 10,29 por/bushel com 19 pontos de alta, o julho/16 tinha 10,38 por bushel também com avanço de 19 pontos. Já o contrato agosto/16 operava cotado a 10,38 por bushel com 18 pontos de valorização.

Nesta quinta-feira, por conta do feriado de Tiradentes no Brasil, o mercado interno não funciona. Para sexta-feira (22), analistas também não têm grandes expectativas de negócios uma vez que praticamente todos os participantes só devem voltar ao mercado na próxima semana. 

» Clique e veja as cotações completas de soja

Veja como fechou o mercado na quarta-feira:

Soja: Com preços acima dos US$ 10 em Chicago, negócios nos portos do Brasil batem nos R$ 82

Carla Mendes

O mercado internacional da soja registrou uma nova sessão de altas nesta quarta-feira (20) e os preços terminaram o dia com altas de mais de 20 pontos nos principais vencimentos e superando os US$ 10,00 por bushel. O contrato maio/16, referência para a safra brasileira, terminou o pregão valendo US$ 10,09 por e subindo 24,25 pontos, já o julho e o agosto/16 foram a US$ 10,19, com ganhos de, respectivamente, 24,25 e 22,50 pontos. 

O dia começou com uma leve realização de lucros após as altas de mais de 30 pontos na sessão anterior, porém, os futuros da oleaginosa retomaram sua força e voltaram para o campo positivo de forma consistente, renovando suas máximas. Os futuros do farelo também subiram vertiginosamente e terminaram os negócios com altas de mais de 4% entre a posições mais negociadas, levando os contratos julho e agosto a superarem os US$ 320,00 por tonelada. 

E as altas em Chicago foram prontamente refletidas na formação dos preços da soja no Brasil. Os ganhos no mercado internacional foram precificados, principalmente, nos valores praticados nos portos nacionais, estimulando, inclusive, um aquecimento no ritmo da comercialização da safra 2015/16, a qual já passa dos 70%. 

"Vimos muitos negócios a R$ 82,00 nos portos nesta quarta-feira", relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "No momento, a soja do Brasil está saindo em bom ritmo e há muitos navios na nossa costa. E assim é mais vantagem para os compradores levarem nosso grão, porque na Argentina os embarques estão atrasados e nos Estados Unidos ainda há pouca pressão de venda", completa. 

O consultor explica ainda que o bom momento dos preços na Bolsa de Chicago tem sido um dos principais fatores de estímulo aos produtores para que possam ir a mercado, realizar novadas vendas, fazer caixa e quitar suas dívidas nests momento. Em Paranaguá, o produto disponível fechou a quarta-feira valendo R$ 82,00 por saca, registrando alta de 2,50%, enquanto em Rio Grande, o ganho foi de 3,59%, para R$ 80,80. Já no mercado futuro, embarque em março de 2017, R$ 85,00 no terminal paranaense e R$ 85,50 no gaúcho, que registrou um ligeiro avanço de 0,59%. 

Dólar e Prêmios

Além de Chicago, os dois outros componentes do tripé de formação para os preços da soja no Brasil - dólar e prêmios - também contribuem nesta semana. 

A moeda norte-americana vem atuando com expressiva volatilidade nos últimos dias, princpalmente após a aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, no último domingo (17), e pelas intervenções do Banco Central no mercado de câmbio. Ainda assim, a divisa tem mostrado resistência na casa dos R$ 3,50. 

E mesmo com o novo e mais elevado patamar assumido pelas cotações em Chicago, os prêmios pagos pela soja do Brasil seguem altos. As principais posições de entrega ainda exibem valores que variam, nos princpais portos de exportação, de 55 a 60 centavos de dólar sobre os valores praticados em Chicago. Assim, a soja com referência julho/16 vale US$ 10,77 por bushel. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, há três principais fatores que seguem dando sustentação a esse novo momento dos preços da oleaginosa, segundo explicam analistas. O clima adverso na América do Sul, as incertezas sobre o clima nos Estados Unidos e a volta dos fundos de investimentos às commodities, em especial à soja neste momento. Além disso, há ainda os bons números e boas notícias que chegam da demanda internacional e complementam o novo cenário para os preços.  

"Há muita ordem financeira atrelada ao efeito clima e á demanda mundial", diz Vlamir Brandalizze. Os fundos voltaram à ponta compradora do mercado e "o financeiro também joga o mercado pra cima para dar fôlego aos produtores norte-americanos, que estavam com os custos maiores do que o valor da soja em Chicago. Agora, o quadro econômico começa a se equilibrar", conclui o consultor.

Na Argentina, seguem as chuvas intensas e, consequentemente, a deterioração das lavouras de soja, bem como um aumento no atraso da colheita, que já é o maior em dez anos. Nesta quarta, o governo local, via Ministério da Agroindústria, reportou sua primeira estimativa das perdas em 5,4% da safra 2015/16. A projeção é de que o país colha 57.586,530 milhões de toneladas, contra o número de março de 60.917,050 milhões. A pasta informou ainda que pode revisar essa estimativa nos próximos dias dada a agressividade das adversidades climáticas. 

Ao mesmo tempo, os traders acompanham ainda o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos. Por hora, o início dos trabalhos de plantio contam com favoráveis condições climática, no entanto, as atenções estão concentradas na semeadura do milho. 

"As previsões de clima continuarão a ser acompanhadas. Até esse momento, as útimas previsões indicam, no curto prazo, chuvas no Meio-Oeste americano, porém, mais adiante, o clima deverá contribuir para o andamento do plantio", diz Bob Burgdorfer, analista de mercado do site internacional Farm Futures. 

Como explica a analista de mercado Andrea Cordeiro, da Labhoro Corretora, o atual momento do weather market exibe uma situação que combina as duas janelas, com o final da janela da América do Sul e o início da América do Norte. "E certamente, com o forte interesse de reposição de carteira dos fundos - fruto de um ajuste amplo nos diversos mercados internacionais - o mercado tem sido explosivo", conclui.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário