Soja: Em Chicago, mercado exibe altas de mais de 20 pontos e recupera o patamar de US$ 10,00/bushel

Publicado em 25/04/2016 07:41

Durante as negociações desta segunda-feira (25), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a trabalhar em campo positivo. As principais posições da commodity exibiam valorizações de mais de 24 pontos, por volta das 12h35 (horário de Brasília) e retomaram o patamar de US$ 10,00 por bushel. O vencimento maio/16 era cotado a US$ 10,11 por bushel, enquanto o agosto/16 era negociado a US$ 10,23 por bushel.

Conforme dados divulgados pelas agências internacionais, os fundos de investimento voltaram à ponta compradora do mercado depois do forte movimento de realização de lucros observado no final da semana anterior. As fortes altas registradas na última semana, que levaram as cotações a superar os US$ 10,00 por bushel trouxeram os fundos de investimento de volta às compras de posições e que agora desfazem-se de parte delas, provocando esse movimento negativo no mercado, entre outros fatores. 

No cenário climático da América do Sul, as últimas previsões mostram uma redução das chuvas na Argentina - o que também pressiona os preços - e nos Estados Unidos, onde a nova temporada começa a ser semeada, as condições seguem se mostrando favoráveis, o que também acaba ajudando a pressionar a oleaginosa na CBOT. 

E neste início de semana, pesa ainda sobre o mercado internacional de grãos a baixa do petróleo, passando de 1% nesta segunda-feira, bem como a baixa das ações chinesas diante de investidores mais avessos ao risco. 

Veja como fechou o mercado na última semana:

Soja: Mercado tem forte realização de lucros nesta 6ª feira e perde mais de 30 pts em Chicago

A sexta-feira (22) foi de forte queda aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante o pregão, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e encerraram o dia com desvalorizações entre 11,75 e 31,75 pontos. Todos os vencimentos da oleaginosa ficaram abaixo dos US$ 10,00 por bushel. O contrato maio/16 era cotado a US$ 9,87 por bushel, enquanto o agosto/16 era negociado a US$ 9,98 por bushel.

Ainda assim, o saldo da semana foi positivo aos preços da oleaginosa, de acordo com o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bittencourt Lopes. Mesmo com as perdas contabilizadas nesta sexta-feira, as cotações da soja acumularam altas de mais de 3% durante essa semana em Chicago.

E exatamente por isso, o mercado exibiu um forte movimento de realização de lucros hoje depois dos ganhos registrados recentemente, conforme ressalta o analista de mercado da Société Générale, Stefan Tomkiw. "Os preços subiram muito, especialmente nessa semana e retomaram o patamar que não era visto há um tempo, de US$ 10 por bushel. Com isso, encontramos um grande fluxo de vendas hoje. E, inclusive, podemos ter um movimento de correção mais forte na próxima semana e as cotações podem voltar ao nível de US$ 9,60 por bushel", explica o analista.

Além disso, outro fator que foi destaque nas agências internacionais essa semana foi o clima na Argentina. Depois das chuvas recentes, que causou inundações em muitas áreas e até mesmo relatos de perdas na safra, as previsões climáticas indicam um menor volume de chuvas para o país nos próximos 16 dias. A província de Entre Rios poderá registrar um acumulado máximo de apenas 60 mm. E o tempo seco prevalecerá nas demais áreas agrícolas, conforme apontam as previsões.

“O processamento geral sobre o exagero das 10 milhões de toneladas de perda na soja na Argentina associado à diminuição expressiva das chuvas previstas para o país nos próximos 16 dias, que favorecerá no processo de escoamento da umidade, e permitirá pontos de colheita em algumas regiões, o mercado devolveu quase 32 centavos do movimento de alta”, informou a Labhoro Corretora em seu boletim diário.

"Nós até estamos vendo algumas reduções na América do Sul para a soja, mas ainda temos grandes estoques", disse Benjamin Bodart, diretor da CRM Agri-Commodities, em entrevista à Bloomberg. "Com isso, o mercado está de volta à realidade agora, volta aos fundamentos", completa o diretor.

Ainda nesta quinta-feira, a Bolsa de Cereales reportou que a colheita está completa em 16,4% da área semeada no país nesta temporada. Em comparação com a semana anterior, os trabalhos nos campos evoluíram apenas 1,2% e representa um atraso de 29,6% em relação ao ano anterior. Para a instituição, a safra argentina deverá somar 56 milhões de toneladas de soja neste ciclo.

“Junte se a esses fundamentos, um fator macro importante como o dólar index que durante o dia negociou em alta, motivo que favoreceu o recuo de commodities. Além disso, hoje expiraram as opções do maio e alguns ajustes para melhor rentabilidade foram promovidos. E mais importante ainda foi o grupo CME ter anunciado que aumentará as margens de garantia para os futuros de soja e farelo após o fechamento desta sexta-feira. Na dúvida sobre os valores a vigor, os fundos promoveram uma espécie de liquidação de posições excessivas aproveitando para colocar dinheiro em caixa”, reportou a Labhoro Corretora.

Em relação à nova safra norte-americana, os investidores ainda acompanham o comportamento do clima nos Estados Unidos. “Temos algumas preocupações em algumas localidades, mas, por enquanto, o clima ainda é satisfatório”, acrescenta Tomkiw. Em seu último relatório de acompanhamento de safras, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) não trouxe os números de plantio no caso da oleaginosa. Isso porque, ainda nesse momento, os produtores americanos dão preferência à semeadura do milho.

Mercado interno

A forte queda registrada nos preços no mercado internacional acabou refletindo nas cotações praticadas no Porto de Rio Grande. Nesta sexta-feira (22), a saca da soja disponível caiu 1,61% e fechou o dia a R$ 79,50, já o preço futuro permaneceu estável em R$ 85,50 a saca. E nem mesmo a alta do dólar conseguiu sustentar os valores.

A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,5703 na venda, com valorização de 1,07%. Na semana, o ganho foi de 1,31%, conforme informou a agência Reuters. Hoje, o suporte veio da atuação do Banco Central e com os investidores preferindo estratégias mais defensivas enquanto observam os desdobramentos da política brasileira. A sessão foi marcada pelo baixo volume de negócios entre o feriado e o final de semana.

Apesar da desvalorização, o balanço semanal aponta para altas nos preços praticados em grande parte das praças brasileiras. No Oeste da Bahia, por exemplo, a alta semanal foi de 11,28%, com a saca da oleaginosa a R$ 72,33. Em Sorriso (MT), o ganho ficou em 8,33%, com a saca a R$ 65,00. Em Cascavel (PR), o valor praticado apresentou alta de 5,43% e a saca do grão fechou a semana a R$ 68,00.

Em outras importantes regiões, como Não-me-toque (RS) e São Gabriel do Oeste (MS), os preços subiram 4,62% e 4,07% e fecharam a semana a R$ 68,00 a saca e R$ 64,00 a saca, respectivamente. Na contramão desse cenário, em grande parte das praças paulistas os preços recuaram. Esse é o caso de Avaré (SP), onde a cotação caiu 4,17% e a saca da soja ficou em R$ 67,41.

Ainda essa semana, a consultoria AgRural informou que a colheita da soja alcançou 90% da área semeada nesta temporada no país. Os trabalhos nos campos estão em linha com o registrado no mesmo período do ano anterior, de 91% e acima da média dos últimos cinco anos, de 88%.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Jacques Clock Marodin Guarapuava - PR

    nao era melhor ter feito outra reportagem do que atualizar a que vc fez de manha que dizia basicamente o oposto?

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    • Carla Mendes Campinas - SP

      Com certeza, sr. Jacques! Aqui estão as mais recentes informações: http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/soja/172290-soja-dispara-em-chicago-e-sobe-quase-30-pontos-ainda-de-olho-no-adverso-clima-da-america-do-sul.html#.Vx5OgvkrLIU

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Dona Carla Mendes...pensei que tinha aprendido...compilação e ouvido o sino de um lado ´só...acontece o que....diz agora..desdiz daqui a pouco...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      SENHORES... Atentem para o obvio. A Carla Mendes é uma jornalista e, como tal realiza entrevistas com pessoas de empresas de consultoria. Os dados que o site NA divulga são de empresas que estão no ramo de consultorias. Acredito que vocês do NA estão de parabéns. Ocorre que ventos exógenos de "LA DILMA, EL NIÑOS & LA NIÑAS" provocam instabilidade nas cotações das commodities e, não é "trabalho da CARLA MENDES ou qualquer outro jornalista traçar uma "mediana" nas cotações.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Rensi...respeito sua opinião....mas as bobagens que lemos por compilação e contra o c e contra o v..e por interpretações erradas ...nos dá o direito de criticar...as críticas caro Rensi quando o criticado tem senso de OUVIR...e corrigir é extremamente benéfica..o contrario dos amigo da onça que ainda apoia o erro...e a pessoa não corrige não evolue...

      Voce como um ferrenho crítico do PT..imagine o seguinte..se a 4 anos atras o PT tivesse ouvido as críticas e corrigido!!!!qual a situação hoje do país!!!! do proprio PT!!!!das lideranças e seguidores do PT...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Caro Dalzir, não sou adepto a Stanislaw Ponte Preta... Estou falando sobre a função do jornalista, quanto aos erros e acertos das noticias de previsões são consequências da gangorra petista.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Rensi...sugiro reler meu texto anterior...pelo visto voce nao leu ou nao entendeu...quanto ao polones ponte preta nao entendo muito de literatura...mas de mercado criticar balelas sim..

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Caro Dalzir, como você citou os "amigo da onça", coloquei o pseudônimo do escritor, radialista e compositor brasileiro Sérgio Porto, criador do personagem amigo da onça.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Rensi..então a toca serviu...para min amigo da onça é aquele que quando o amigo erra mesmo assim ele diz que está certo..bajula...e faz com que o amigo erre mais ainda...ou vulgo pucha saco..

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      He! He! (risos)... sugiro reler meu texto anterior...pelo visto voce nao leu ou nao entendeu... como seu texto anterior... Escrevi:... Caro Dalzir, não sou adepto a Stanislaw Ponte Preta.

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  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    Atenção profissionais da cultura da soja. Preparem se para notícia que virá la por novembro. "PELO PRIMEIRO ANO BRASIL DIMINUI AREA DE PLANTIO DE SOJA. Motivo? Aumento da area de milho safra no sul e sudeste, e abandono de areas pelas grandes empresas por falta de financiamento.

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      Não vejo fundamentação para isso

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