Soja: Mercado em Chicago espera por novidades e trabalha com leve baixa na CBOT nesta 5ª

Publicado em 06/10/2016 08:09

O mercado internacional da soja segue recuando nesta manhã de quinta-feira (6). Os fundamentos mantêm sua disputa de força entre oferta e demanda nesta semana, porém, de forma mais branda. As oscilações ainda são tímidas neste pregão e, por volta de 7h35 (horário de Brasília), as posições mais negociadas da commodity cediam de 4,25 a 4,50 pontos, o que mantinha ainda o novembro/16 na casa dos US$ 9,50 por bushel. 

Segundo explicam analistas e consultores, esses fundamentos já foram absorvidos pelo mercado e agora os fundos investidores buscam testar alguns patamares para realinharaem suas posições  e trazer, nesse momento, um equilíbrio aos preços até que novas notícias fortes cheguem para movimentar as cotações. 

Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo reporte semanal de vendas para exportação e essa já poderia ser uma informação para mexer com os preços, principalmente por a China estar fora dos negócios nesta semana em função de um feriado nacional. Algumas expectativas indicam as vendas norte-americanas da última semana em algo entre 1,2 milhão a 1,5 milhão de toneladas. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja disponível tem melhores oportunidades de preços em negócios regionais, diz analista

O mercado internacional da soja registrou uma nova sessão de baixas nesta quarta-feira (5) e, apesar de oscilações tímidas, o dia foi de volatilidade. As baixas na Bolsa de Chicago aliadas a um novo recuo do dólar frente ao real resultaram, portanto, em novas baixas para os preços da oleaginosa no Brasil. A divisa cedeu 1,1% para fechar o pregão com R$ 3,2193. 

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Nos portos, a exceção ficou por conta do produto disponível em Paranaguá, onde o valor da saca subiu 0,26% parar R$ 78,20, mas recuando 0,66% no terminal de Rio Grande, para os R$ 75,50. Já a soja da nova safra brasileira foi cotada a R$ 77,00, estável, no terminal paranaense e a R$ 77,50 no gaúcho, com queda de 0,64%. 

Assim, as cotações recuaram ainda, segundo um levantamento do Notícias Agrícolas, no interior do Brasil nas principais praças de comercialização e as baixas foram acentuadas. Em Tangará da Serra, MT, baixa de 2,78% para R$ 70,00; no Oeste da Bahia, 0,57% para R$ 65,75; e em Sorriso, também em MT, queda de 2,74% para R$ 71,00/saca. 

Dessa forma, como explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, não há ambiente para que o produtor brasileiro, que dedica-se ao plantio da safra 2016/17, dê atenção exclusiva à novas vendas, uma vez que um bom volume da próxima temporada já foi comercializado antecipadamente e com valores mais altos. Negócios para a safra nova, portanto, ainda travados. 

Por outro lado, Mariano afirma ainda que o comportamento industrial está mais "comprador" nas últimas semanas, trazendo referências de preços para a soja disponível mais atrativos em algumas praças, como algo entre R$ 78,00 e R$ 79,00, o que poderia trazer algumas novas e melhores oportunidades para negócios ainda necessários com o que resta da safra 2015/16. Entretanto, o analista reafirma uma regionalização maior do mercado interno neste momento, com cotações mais elevadas onde a oferta é mais ajustada. 

Em Chicago

Na Bolsa de Chicago, as posições mais negociadas perderam entre 5,50 e 6,75 pontos, com o novembro/16 fechando o dia a US$ 9,56 e o maio/17 a US$ 9,76. Ambos são, respectivamente, indicativos para a safra dos EUA e do Brasil. 

Ainda segundo analistas, o foco no mercado internacional permanece mantido sobre a nova safra dos Estados Unidos e como caminha sua fase conclusiva. E até este momento, apesar de problemas pontuais com o clima em algumas regiões, os relatos de produtividade indicam uma produção bastante robusta, com as projeções de algumas consultorias particulares indicando volumes de mais de 114 milhões de toneladas. 

No entanto, nesta semana as chuvas deverão retornar ao Meio-Oeste americano, segundo as últimas previsões do NOAA - o departamento oficial de clima dos EUA - e poderia comprometer os trabalhos de campo em algumas regiões, em uma extensão do Kansas a Iowa. Já na sequência dos próximos 6 a 10 dias, os mapas voltam a indicar um padrão mais quente e seco no Corn Belt, voltando a favorecer a colheita.

"Essa é uma semana frágil, com a China fora do mercado para o feriadão, o que tira um pouco da ajuda da demanda e aumenta a pressão do efeito safra [dos EUA]", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

E Brandalizze reitera: "o mercado [internacional] ainda não está com a América do Sul no seu foco, pois se estivesse já estaria precificando a possibilidade de uma redução de área na Argentina, por exemplo", diz. "A Argentina caminha para colher menos nesta safra, com os produtores migrando para o milho e  depois de o presidente Macri anunciar mudança na baixa das retenciones sobre a soja por lá", completa. 

Além disso, o consultor lembra ainda do comportamento técnico dos futuros da soja negociados na CBOT, reflexo do comportamento dos fundos investidores, os quais aproveitam o momento para corrigirem alguns movimentos, realizar lucros e começar a próxima semana - com a volta dos chineses do feriado - bem posicionados. "As notícias todas dessa semana, com exceção dos embarques semanais dos EUA, foram negativas. Entre elas, o bom avanço da colheita americana", diz. 

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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