Soja fecha com baixas de dois dígitos em Chicago nesta 3ª e Paranaguá volta aos R$ 69,50

Publicado em 15/08/2017 18:57

A terça-feira (15) foi mais um dia de preços em queda para a soja na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas perderam mais de 14 pontos, levando o novembro/17 - que é referência para a safra americana a encerrar o dia com US$ 9,24 por bushel.

Além da pressão de um quadro climático mais favorável no Meio-Oeste americano nestes últimos dias e da previsão de boas chuvas para os próximos dias - os quais serão determinantes para uma boa conclusão da safra americana - o dólar em alta frente a uma cesta de moedas também pesou sobre a oleaginosa e as demais commodities nesta terça. As baixas foram generalizadas. 

"Nesse período do ano, claro que o clima é o que tem maior influência sobre a formação dos preços em Chicago, mas outros fatores também pesam. Temos visto uma queda acentuada no algodão, café, petróleo e, por outro lado, uma valorização da moeda americana frente ao real e também uma valorização do dólar index. O index que fez mínimas recentemente, volta a se aproximar dos 94 mil pontos", explica o analista de mercado Adriano Gomes, da AgRural. 

Nesta terça, frente ao real, a divisa apresentou uma correção após a boa alta da sessão anterior, de quase 1% ainda esperando pelas informações sobre a meta fiscal no Brasil. O dólar fechou com R$ 3,1728. Informações internacionais também seguem no radar dos traders. 

Mercado quer ver quem vai se sobressair na questão da meta, a ala política ou a econômica... se for 159 bilhões de reais mesmo, será a econômica", comentou o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech á agência de notícias Reuters.

Leia mais:

>> Dólar cai ante real à espera de metas fiscais

Clima no Corn Belt

As próximas semanas serão decisivas para a consolidação da safra 2017/18 dos Estados Unidos e a espera por essa conclusão deverá manter o mercado agitado em Chicago. E as previsões mostram condições favoráveis para os próximos dias. 

Mapas atualizados nesta terça pelo NOAA - o serviço oficial de clima nos Estados Unidos - mostra que, no intervalo dos próximos 8 a 14 dias, as chuvas no Corn Belt deverão ficar acima da média em boa parte das regiões produtoras ou, ao menos, dentro da normalidade. As temperaturas, por outro lado, poderão ficar acima do normal para este período de 23 a 29 de agosto, como mostram os mapas a seguir.

Chuvas EUA

Chuvas previstas para 23 a 29 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA

Temperaturas EUA

Temperaturas previstas para 23 a 29 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA

Nesta segunda (14), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) voltou a baixar o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições para 59% - contra 60% da semana anterior - com o maior corte sendo observado no estado de Iowa, que vinha sofrendo com o tempo ainda muito seco. 

Nos últimos dias, porém, o estado vem recebendo bons volumes de precipitações, o que poderia promover alguma recuperação nas lavouras locais, ainda como explica Gomes, e trazer números melhores no boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA na próxima segunda-feira (21). 

A AgRural esteve no Meio-Oeste americano nos últimos dias, observando as lavouras pôde observar que as lavouras de soja tinham ainda um bom potencial produtivo e que não deveriam apresentar uma queda na produtividade como vinha sendo previsto em tempos de ameaças climáticas em importantes regiões produtoras.

Preços no Brasil

No Brasil, os preços até testaram novas altas em algumas praças de comercialização no interior do país, porém, voltaram a recuar nos portos. Em Paranaguá, a soja disponível chegou a testar os R$ 70,00 por saca ao longo do dia, mas fechou com R$ 69,50. Já a safra nova foi a R$ 69,00, perdendo 1,43% nesta terça. Os negócios, portanto, permaneceram travados. 

"Não há vendedores. O indicador perdeu cerca de R$ 0,50/saca com essa queda do dólar hoje e a melhora observada entre os prêmios ainda não atrai o sojicultor para novos negócios", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Veja ainda, no link a seguir, a íntegra da entrevista de Adriano Gomes ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira:

>> Soja: Produtor brasileiro deve estar atento á conclusão da safra dos EUA

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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