EUA x China: Negociações serão retomadas na próxima semana; soja em foco

Publicado em 08/05/2018 15:14

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Novidades sobre os embates comerciais entre EUA e China deram suporte aos preços nesta terça-feira na CBOT. Resultado da decisão do presidente Trump em abrir negociações diretas com o presidente Xi Jinping, após a visita de uma delegação norte-americana à nação asiática na sexta-feira passada (dia 4). Agora é a vez dos chineses. Na próxima semana, a visita será retribuída e uma equipe chinesa visita a Casa Branca. 

À frente da missão deverá estar a principal autoridade econômica da China, o vice-premier Liu He, considerado o braço-direito do presidente Xi Jinping em assuntos econômicos. E esse novo encontro acontece após uma série de ameaças de tarifação de bilhões de dólares por parte de ambos os países.

O encontro abre possibilidade de novas negociações coloca um sentimento positivo no mercado de commodities, principalmente no da soja.

Não há indicativos de que nenhum das nações envolvidas irá ceder em seu posicionamento, porém são passos dados em direção à um melhor relacionamento entre os EUA e China. O lado asiático deste embate continua ameaçando a retaliação nos produtos agrícolas de origem estadunidense. Tal pragmática medida coloca pressão sobre Trump, uma vez que bancada ruralista no Governo americano possui alto poder de influência; e foi grande responsável por sua eleição à presidência.

Nos campos estadunidenses, o plantio da soja segue altamente favorável. Até este último domingo, 15% da área estima- da foi semeada, contra 13% em 2017 e 13% de média nos últimos 5 anos.

As discussões começaram quando Donald Trump acusou a China da utilização de práticas desleais de comércio, e agora tenta negociações diretas com o presidente chinês. "O presidente tem um ótimo relacionamento com o presidente Xi. E estamos trabalhando em algo que achamos que será ótimo para todos", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, neste início de semana. 

As disputas têm alimentado os rumores de uma guerra comercial entre as duas nações, uma vez que há a possibilidade de taxação dos EUA em cerca de US$ 150 bilhões em produtos importados, enquanto a ameaça da China é de que estão na mira produtos que somam US$ 50 bilhões. 

Há especulações de que algumas medidas já sejam implementadas e colocadas em prática no final de maio. Todavia, as boas expectativas ao redor desse novo encontro já tem dado suporte, inclusive, aos preços da soja na sessão desta terça-feira (8) na Bolsa de Chicago, já que a relação dos dois países sobre a commodity é um dos principais pontos de discussão. Os ganhos durante este pregão já chegaram a supera os 10 pontos 

"Se um acordo for firmado, os EUA voltam a exportar soja para a China, reduzindo a eventual alta dos prêmios no Brasil", explica o analista de mercado Matheus Pereira, da AgResource Mercosul. Entretanto, lembra ainda que, nesse momento, o cenário segue favorecendo a soja brasileira. "O fator China não está resolvido. Ao fim de maio, se os EUA decidirem por implementar a proposta tarifária sobre a China, os chineses vão retaliar sobre a soja americana. Com isso, os prêmios no Brasil voltam para o "arranha-céu", completa. 

Como explica Pereira, "o embate comercial é bem mais favorável para o Brasil no curto e longo prazo. A imposição tarifária chinesa sobre a soja norte-americana colocaria um quadro de sustentação dos preços físicos no Brasil bastante duradouro". 

Para o analista, essa falta de consenso entre chineses e americanos poderia, inclusive, dar início, até mesmo, a um novo ciclo de preços para a oleaginosa brasileira, com uma agressiva demanda se concentrando na América do Sul. 

"Já tivemos o ciclo dos R$ 40 aos R$ 50 por saca (no interior do país e mercado disponível), dos R$ 50 ao R$ 60 e hoje estamos vivenciando o intervalo de R$ 60 a R$ 70, entrando nos R$ 80,00. A implementação de uma barreira tarifária para a soja norte-americana, poderia colocar estes patamares acima dos R$ 80,00", acredita o analista.

Presidente chinês diz a Trump que China e EUA devem resolver disputas comerciais

PEQUIM (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, disse ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira que os dois países devem se esforçar para encontrar uma maneira apropriada de resolver disputas comerciais, disse a mídia estatal chinesa.

Xi também disse a Trump que a China apoia uma cúpula entre os EUA e a Coreia do Norte e espera que os dois lados construam confiança mútua e que os norte-americanos considerem as preocupações razoáveis ​​de segurança da Coreia do Norte, informou a televisão estatal chinesa.

Com informações da Reuters, AFP e do Financial Times. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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