Soja recua no interior e portos do Brasil com pressão do dólar e leve recuo de Chicago

Publicado em 03/10/2019 18:07

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Os preços da soja fecharam em queda no mercado brasileiro nesta quinta-feira (3). A baixa intensa do dólar de mais de 1%, que levou a moeda americana de volta aos R$ 4,08, e mais o leve recuo das cotações da oleaginosa na Bolsa de Chicago criaram um ambiente de pressão tanto no interior, quanto nos portos do país. 

Em Paranaguá, baixa de 1,14% para R$ 87,00 por saca no disponível e de 1,16% para R$ 85,00 na referência de março do ano que vem. Já em Rio Grande, perdas de 1,71% para R$ 86,20 no spot e de 0,46% no mercado futuro, para R$ 86,00 por saca. 

No interior, entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, as perdas variaram entre 0,64% e 2,70%, com os indicativos de preços oscilando entre R$ 71,00 e R$ 84,00 por saca. 

Como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, apesar da pressão, ainda encontra suporte na demanda intensa pela soja brasileira, tanto na exportação, quanto internamente. Regionalmente, os negócios para as indústrias locais já acontecem com valores entre R$ 1,00 e R$ 1,50 por saca acima do que se liquidaria a soja no porto para exportação.

"Um bom exemplo é Rondonópolis, em Mato Grosso. Por lá, os preços rodam perto de R$ 78,00 por saca, enquanto na exportação liquidariam entre R$ 75,00 e R$ 76,00", explica o analista. 

De outro lado, os prêmios no mercado nacional também chamam a atenção. Nos últimos dias, os valores cederam um pouco principalmente nas referências para o produto da safra velha diante de uma demanda um pouco mais presente da China no mercado norte-americano. 

Para a safra nova, ainda segundo Vlamir Brandalizze, os prêmios são bons e estão acima da média histórica diante das perspectivas de o Brasil colher uma safra recorde de 125 milhões de toneladas, ou algo próximo disso. São valores atuando no intervalo de 35 a 50 centavos de dólar acima dos valores do bushel na Bolsa de Chicago. 

Leia mais:

>> Soja: Prêmios para a safra nova do BR estão acima da média histórica, diz Brandalizze

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, as cotações fecharam o dia com estabilidade nesta quinta-feira, porém, em campo negativo. Os principais vencimentos perderam entre 1,75 e 2 pontos, levando o novembro/19 a US$ 9,11 e o maio/20, referência para a safra brasileira, a US$ 9,46 por bushel. 

O mercado chegou a reagir com alguns ganhos ao longo do dia depois de notícias de demanda da China nos EUA, porém, o mercado logo foi devolvendo essas altas. "A ansiedade do mercado foi reduzida ao longo destas últimas 36 horas. Nenhuma nova notícia “especulável” foi publicada na mídia, deixando operadores do mercado sem munição para negociações de curto-prazo", explicaram os analistas da ARC Mercosul. 

Primeiro, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe as vendas semanais norte-americanas para exportação bem acima das expectativas. Foram mais de 2 milhões de toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 900 mil e 1,4 milhão de toneladas, e o principal destino foi a China. Ainda assim, porém, o total das vendas no ano comercial seguem abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. 

Leia mais:

>> USDA: Com mais de 2 mi de t, vendas de soja dos EUA vêm bem acima do esperado

Além disso, o USDA trouxe também o anúncio de uma nova venda de soja para a China de 252 mil toneladas, com todo o volume referente à safra 2019/20. Ontem, um outro anúncio já foi feito de outras 464 mil toneladas. No início da semana, o mercado já especulava compras de 1 milhão de toneladas, e indicando as confirmações com volumes parciais. 

Veja:

>> USDA infoma novas vendas de soja e trigo para a China nesta 5ª feira

No paralelo, os traders também se mantém atentos às relações entre China e EUA, visto que se encontram as delegações de alto escalão na capital americana na semana que vem. Um acordo final, porém, ainda se mostra distante, conforme acreditam especialistas. 

Atenção ainda às condições de clima para o desenvolvimento da colheita nos EUA, que não são favoráveis neste momento, e às baixas produtividades que começam a ser registrada neste início dos trabalhos de campo. 

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Por:
Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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