China registra redução nos estoques de soja e farelo antes do feriado do Festival da Primavera
À medida em que se aproxima a data de assinatura da fase um do acordo comercial entre China e Estados Unidos, o mercado não desvia suas atenções da demanda e do abastecimento na China. A proximidade do Festival da Primavera, a ser comemorado em 25 de janeiro, também ajuda a elevar o consumo e traz alguma sustentação às cotações da oleaginosa.
Ainda assim, para analistas do portal chinês Cofeed, "o mercado da soja importada, provavelmente, mudará pouco antes do festival". Assim, os valores da oleaginosa, na nação asiática, se mostram estáveis neste início de semana.
Na última semana, encerrada em 10 de janeiro, ainda de acordo com o site local, os estoques chineses de soja importada ainda apontavam para algum declínio dado o bom volume de esmagamento, que passava de 2,03 milhões de toneladas. Assim, os estoques da oleaginosa em grão nas esmagadoras domésticas costeiras somaram pouco mais de 3,9 milhões de toneladas, 3,14% a menos do que na semana anterior e mais de 32% menor do que no mesmo período do ano passado.
"Como as usinas fecharão gradualmente para o Festival da Primavera, os estoques poderão ter um declínio menor na próxima semana", explicam os analistas do Cofeed.
O gráfico abaixo, do mesmo site, faz um comparativo dos estoques de soja importada nas processadoras locais deste início de 2020 em relação aos últimos cinco anos.
Gráfico: Cofeed
Ainda de acordo com os números levantados pelo Cofeed, os estoques de farelo de soja nas regiões costeiras também se mostram um pouco maiores agora diante do aumento do esmagamento. No entanto, "o aumento é pequeno, já que algumas indústrias suspendem a produção para aumentar as reservas diante da proximidade do festival", explicam os especialistas.
Assim, os estoques de farelo de soja na última semana foram de 593,7 mil toneladas na semana que terminou na última sexta-feira, 0,73% maior do que os da semana anterior e 41% mais baixos do que há um ano. "Já nesta semana, os estoques de farelo podem recuar ligeiramente", diz o portal.
Gráfico: Cofeed
Como explicou o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, os chineses seguem fazendo algumas compras na América do Sul, principalmente no Brasil, com o objetivo de manter seu abastecimento em dia e adequado para o consumo na nação asiática. O mercado observa os movimentos e espera para saber qual será o comportamento dos compradores chineses depois da assinatura da primeira fase do acordo.
Em entrevista à CNBC, o presidente da U.S. Commodities, Don Roose afirma que que o compromisso da China com as compras agrícolas de produtos dos EUA é um ponto fundamental para o mercado agora.