Cenário é favorável para a soja, diz SLC ao antecipar a compra de insumos

Publicado em 13/03/2020 00:18 e atualizado em 13/03/2020 00:58

SÃO PAULO (Reuters) - A SLC Agrícola antecipou o processo de aquisição de insumos para a safra 2020/21, em relação à média do mercado, com o intuito de equilibrar os custos e a rentabilidade previstos pela companhia, mediante o cenário cambial e demanda firme por grãos.

Em teleconferência nesta quarta-feira, o CEO da empresa, Aurélio Pavinato, afirmou que cerca de três quartos da demanda da SLC por fertilizantes já está contratada, para a safra que será plantada somente a partir de setembro.

"Já negociamos um terço dos defensivos agrícolas e está evoluindo a negociação de sementes, a um custo menor do que o da atual, em dólar", disse Pavinato.

Em geral, o fluxo de compra de insumos se intensifica no Brasil entre meses de maio e outubro.

O diretor financeiro e de relações com investidores, Ivo Brum, acrescentou que o tamanho da despesa em reais só será mensurado quando o produto for faturado e entregue pelos fornecedores.

Para compensar o efeito do câmbio sobre os custos em reais, o CEO ressaltou que a companhia avançou em comercialização de grãos, a valores maiores.

"Atingimos patamares de preço superiores ao da safra anterior... Considerando o bom potencial das lavouras, a formação de custos e o preço de venda, esperamos margens elevadas apesar da volatilidade dos mercados", disse Pavinato.

A soja da safra 2020/21 está sendo comercializada pela companhia por 44,7 reais por bushel, valor 10,6% maior que o do grão da temporada de 2019/20, de 40,4 reais por bushel. Em relação ao 38 reais por bushel de 2018/19, a alta é de 17,6%.

O algodão da SLC para a safra de 2020/21 está sendo vendido por 101,1 reais por arroba, alta de 0,20%. Na variação anual, o avanço é de 9,42%.

Pavinato afirmou que houve uma desaceleração nas cotações do algodão, em relação aos preços praticados no fim de 2019, puxada pelas revisões de Produto Interno Bruto (PIB) entre os países, após o surto do novo coronavírus.

"Quando o PIB cai, reduz a demanda por algodão. Este cenário de coronavírus é de menor demanda para a safra atual. Os preços estavam em 70 centavos de dólar por libra-peso e agora foram para 62".

SAFRA 2019/20

No entanto, ele explicou que a SLC conta com cerca de 70% da safra de algodão 2019/20 comercializada e 75% de hedge para o câmbio.

"Estamos em um cenário (na empresa) de garantia de margens. O preço caiu 10%, mas o câmbio subiu 15%... Temos tempo para aguardar a recuperação das cotações, depois que o coronavírus se consolidar (for solucionado)", argumentou.

Quanto à demanda, Pavinato acredita que a perspectiva é otimista para os setor de grãos neste ano e, segundo ele, não houve nenhuma limitação logística na China que afetasse as importações de soja.

De acordo com o CEO, desde o ano passado, a China segue com aquisições da oleaginosa em um ritmo favorável para os exportadores, com o objetivo de recompor o rebanho de suínos, fortemente afetado pela peste suína em 2019.

Em balanço financeiro reportado na terça-feira, a SLC registrou lucro líquido de 315 milhões de reais em 2019, queda de 22,5% ante 2018. A receita líquida subiu 20,8%, para 2,535 bilhões de reais e o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado cresceu 18,8%, para 795,5 milhões de reais.

Comercialização de soja do Brasil alcança 57,8% da safra 2019/20, estima Datagro

SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização de soja da safra 2019/20 alcançou, até o dia 6 de março, 57,8% da produção esperada pelos agricultores do Brasil, conforme levantamento da consultoria Datagro divulgado nesta quinta-feira.

O total negociado chegou a 71,43 milhões de toneladas, diante da estimativa de produção de 123,62 milhões de toneladas da oleaginosa para a safra atual.

As vendas avançaram mais de dez pontos percentuais em relação à estimativa dada em fevereiro, de 47,3%, variação acima da média para esta época do ano, de sete pontos percentuais, com produtores aproveitando as oportunidades de mercado para travar preços.

Em igual período da safra 2018/19, a comercialização da soja brasileira registrava 44,2% da produção. A média dos últimos cinco anos é de 45,7%, destacou a Datagro.

"A melhora das cotações na segunda parte de fevereiro e nos primeiros dias de março fez com que os produtores retomassem com força o interesse de venda", afirmou Flávio França Junior, coordenador da área de grãos da consultoria.A Datagro estima que, até o dia seis de março, 54,8% das áreas de soja haviam sido colhidas, avanço de 10,4 pontos percentuais em relação à semana anterior.

Em igual período do ano passado, os trabalhos de colheita da oleginosa estavam em 47% da área e a média dos últimos cinco anos é de 46,2%.

Para a próxima safra, de 2020/21, a comercialização da soja alcançou 11,8%, considerando um exercício estatístico que coloca a produção em 128,9 milhões de toneladas --não há levantamento para o ciclo futuro.

"Esse fluxo representa um recorde para o período, ficando superior aos 2% registrados no mesmo período de 2019 e também acima do nível de 1,5% da média de cinco anos".

MILHO

A comercialização do milho de verão da safra 2019/20 no centro-sul do Brasil atingiu 23% da produção esperada, até o dia 6 de março.

Em fevereiro, as vendas estavam em 16% e no mesmo período de 2019, em 21%. A média de cinco anos também é de 21% da produção esperada e, ainda segundo a Datagro, a colheita do cereal da primeira safra atingiu 48,4% na região.

"Os negócios foram bem regionalizados no último mês, favorecidos nas praças onde houve melhora das cotações", explica o coordenador.

Já as vendas da segunda safra de milho do centro-sul do país atingiram 45% da produção esperada no período, quatro pontos porcentuais acima do registro do mês anterior.

Neste mesmo período de 2019, a comercialização do cereal estava em 32% e a média de cinco anos é de 30%. "Os trabalhos de plantio do milho da safrinha avançaram fortemente nos últimos dias e chegaram em 82,1% da área esperada", acrescenta a Datagro.

Colheita de soja do RS vai a 8%; milho tem mais de metade das lavouras colhidas

SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja 2019/20 no Rio Grande do Sul atingia até esta quinta-feira 8% da área plantada, em linha com o total colhido nesta época nos últimos anos, informou a Emater, órgão técnico do governo gaúcho.

A entidade projeta um recuo de 32% na safra da oleaginosa do Estado nesta temporada em relação às estimativas iniciais, a 13,3 milhões de toneladas, diante de fortes impactos do tempo seco.

Em relação ao milho, 57% das lavouras gaúchas já foram colhidas, segundo a Emater, mais avançado do que a média histórica para a época (49%).

A Emater também projeta um recuo sensível na safra de milho, de mais de 20% em relação às estimativas iniciais, a 4,4 milhões de toneladas.

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Fonte:
Reuters

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