China pede que empresas de alimentos elevem estoques, com medo de nova onda Covid-19

Publicado em 17/05/2020 13:49 e atualizado em 17/05/2020 17:39

CINGAPURA/PEQUIM (Reuters) - A China pediu que empresas de comércio e processadoras de alimentos aumentem os estoques de grãos e oleaginosas diante de uma possível segunda onda do coronavírus e o agravamento das taxas de infecção em outros lugares levantam preocupações sobre as linhas de suprimento globais.

Negociadores estatais e privados de grãos, assim como produtores de alimentos, foram orientados a adquirir maiores volumes de soja, óleo de soja e milho durante conversas com o Ministério do Comércio da China nos últimos dias, disseram três fontes comerciais à Reuters.

-- "Existe possibilidade de um colapso no fornecimento devido às infecções por coronavírus. Por exemplo, um porto de origem ou destino pode fechar", disse um trader sênior de um dos maiores processadores de alimentos da China, que conversou na semana passada com autoridades para discutir compras.

 -- "Eles nos aconselharam a aumentar os estoques, manter os suprimentos mais altos do que normalmente temos. As coisas não parecem bem no Brasil", acrescentou, referindo-se ao principal fornecedor de soja da China e importante exportador de carne, cujo número de casos da Covid-19 superou os de Espanha e Itália.

Uma segunda fonte na China informada por uma pessoa que participou de uma das reuniões disse que o Ministério do Comércio da China se reuniu com algumas estatais na terça-feira para discutir como garantir suprimentos durante a pandemia.

 -- "Uma das principais preocupações é como a epidemia na América do Sul pode impactar o fornecimento (de soja) para a China", afirmou a fonte.

 O Ministério do Comércio da China não respondeu a um pedido de comentário sobre planos para aumentar estoques de alimentos. Mas negociadores estatais e privados de grãos, assim como produtores de alimentos, foram orientados a adquirir maiores volumes de soja, óleo de soja e milho durante conversas com o Ministério do Comércio da China nos últimos dias, disseram três fontes comerciais.

Os embarques brasileiros de soja foram reduzidos ​​em março e abril devido à uma combinação de fortes chuvas e mão de obra reduzida, à medida que entraram em vigor regras de contenção por causa do coronavírus, levando a uma queda nos estoques chineses de soja para baixas recordes.

As chegadas do Brasil desde então se recuperaram, mas autoridades continuam cautelosas com novas interrupções.

Nas últimas semanas, o conglomerado agrícola estatal chinês COFCO e o distribuidor de grãos Sinograin aumentaram as compras de soja e milho nos EUA.

Pequim também aumentou suas alocações de cotas de importação para os principais compradores de grãos, abrindo caminho para novas compras em potencial.

Economia da China está se recuperando apesar dos desafios, diz Xinhua

Beijing, 15 mai (Xinhua) -- As atividades econômicas da China continuaram se normalizando, uma vez que os dados mais recentes sobre produção industrial, vendas no varejo e investimento indicaram melhorias no geral, embora a recuperação ainda enfrente incertezas e desafios devido à disseminação global do novo coronavírus.

O setor industrial foi um dos mais rápidos a se recuperar do impacto do vírus, com a produção industrial de valor agregado retornando a crescer no mês passado, a primeira expansão desde o surto da COVID-19, ao passo que as atividades de manufatura se recuperaram após o abrandamento das medidas de controle.

Em abril, a produção industrial de valor agregado aumentou 3,9% em termos anuais, recuperando-se da queda de 1,1% em março e da queda de 13,5% no primeiro bimestre do ano, mostraram os dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE) divulgados nesta sexta-feira.

Sendo outros sinais de recuperação, o índice para a produção de serviços caiu 4,5% no mês passado, menor que a queda de 9,1% em março, enquanto as vendas no varejo de bens de consumo baixaram 7,5%, recuperando-se de uma queda de 15,8% no mês anterior.

O investimento em ativos fixos caiu 10,3% nos primeiros quatro meses, 5,8 pontos percentuais menor que a queda no primeiro trimestre.

Com os esforços consolidados de controle epidêmico e a restauração das atividades econômicas, os principais índices têm sustentado uma tendência de melhora desde março, informou o DNE em um comunicado.

"Mas ainda é um desafio para a economia anular o grave impacto causado pela epidemia", disse a porta-voz do DNE, Liu Aihua, em uma entrevista coletiva, ao responder sobre quando a economia chinesa poderia voltar a crescer.

A economia chinesa recuou 6,8% ao ano no primeiro trimestre, quando o surto do coronavírus causou um grande golpe na atividade econômica. Embora a epidemia tenha sido basicamente controlada dentro do país, a disseminação global do vírus e o colapso da demanda externa complicarão a futura recuperação da segunda maior economia do mundo.

Apesar das incertezas, Liu enfatizou a confiança na economia, uma vez que os fundamentos e a tendência de crescimento a longo prazo não mudaram, citando a escala econômica, a forte resiliência, os novos motores de crescimento e as macropolíticas flexíveis do país como os principais fatores que sustentam o crescimento.

À medida que o vírus continua a se espalhar pelo exterior, a China ajustará oportunamente suas políticas de resposta para buscar a normalização total de sua economia, assinalou Liu.

Diante dos choques econômicos da epidemia, a China aumentou o apoio político às frentes monetária e fiscal para retomar a economia e ajudar as empresas, especialmente as de pequeno porte, a superar as dificuldades.

Sobre os dados, Wen Bin, analista-chefe do China Minsheng Bank, comentou que o gargalo na recuperação econômica da China mudou da retomada dos negócios e da produção ao longo da cadeia da indústria para a demanda ainda não totalmente recuperada.

Macropolíticas mais fortes devem ser adotadas para estimular a recuperação da demanda, incluindo novos cortes de depósitos compulsórios para os bancos comerciais e o aumento da escala dos títulos de governos locais, destacou Wen.

Em uma nota de pesquisa divulgada antes da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN) agendada para 22 de maio, o China International Capital Corporation Limited (CICC), um banco de investimento, disse esperar metas mais flexíveis para o crescimento econômico e uma política macroeconômica anticíclica mais forte.

O CICC prevê que a proporção do deficit aumentará de 3 a 4 pontos percentuais e a estabilização do emprego provavelmente será a máxima prioridade do governo em 2020.

Os dados de sexta-feira também mostraram que o mercado de trabalho da China permaneceu em geral estável no mês de abril, com a taxa de desemprego pesquisado nas áreas urbanas em 6%, 0,1 ponto percentual a mais do que em março.

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Os residentes recebem teste de ácido nucleico em um posto instalado em uma escola primária no distrito de Dongxihu, em Wuhan, Província de Hubei, no centro da China, em 15 de maio de 2020. (Xinhua/Xiao Yijiu).

China realiza diariamente 1,5 milhão de testes COVID-19

Beijing, 16 mai (Xinhua) -- A China é capaz de realizar 1,5 milhão de testes de ácido nucleico para COVID-19 todos os dias. Essa capacidade precisa ser melhorada à medida que o trabalho e a produção estão sendo retomados, declarou no sábado Guo Yanhong, funcionária da Comissão Nacional de Saúde, em uma coletiva de imprensa em Beijing.

A Comissão pediu que todas as instituições médicas qualificadas e registradas no país realizassem testes de ácido nucleico desde o final de janeiro, para lidar com o rápido crescimento dos casos de COVID-19, disse Guo Yanhong.

O próximo passo será intensificar a construção e a gestão dos laboratórios, a gestão da biossegurança e a formação de pessoal médico, revelou Guo.

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Fonte:
Reuters/Xinhua

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1 comentário

  • Washington Campos Morada Nova de Minas - MG

    China está comprando mais alimentos não é por medo de nova onda do covid19! É por que os USA, Brasil, etc., estão fabricando dinheiro... Não é melhor opção ter cédulas... Melhor opção é ter " patrimônio"

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