Novo ácaro na cultura da soja está em estudo
A cada safra novas pragas ou mesmo pragas antes consideradas não causadoras de dano econômico passam a atacar a cultura da soja provocando danos irreparáveis, fato que esta acontecendo neste ano agrícola em algumas lavouras de soja localizadas em Mato Grosso. No mês de janeiro o Engenheiro Agrônomo José Roberto Pavezi procurou a Fundação Chapadão para diagnosticar um problema nas lavouras de soja do grupo Schlatter em Mato Grosso. Pavezi trouxe o material (ácaros vivos e em solução), parte do material ficou na Fundação Chapadão com o pesquisador Germison Tomquelski e outra parte foi enviado pelo pesquisador ao professor Carlos Flechtmann da ESALQ em Piracicaba. Após estudar o material o pesquisador Tomquelski identificou a praga como sendo um ácaro oríbatideo, este comumente tratado na literatura como ácaro de serrapilheira, encontrado comumente em material orgânico em decomposição. De imediato foi contactado o professor Paulo Degrande, Universidade da Grande Dourados, com envio de fotos. Este após análise também chegou-se a mesma identificação. Em seguida foram montadas duas equipes para ida a propriedade, uma com o pesquisador Germison da Fundação Chapadão, acompanhadas por técnicos da empresa FMC, que ao chegar lá observou a presença de uma grande quantidade de plantas sem vagens, com deformações em algumas folhas, deformações em ponteiros de plantas, queda de flores e deformações em algumas vagens, danos semelhante à fitoxidez provocada pelo herbicida a base de 2,4 D, chegando a alguns talhões provocar a perda total das vagens em até 30% das plantas. Como também encontrou ácaros de coloração escura, corpo esclerosado (duro), idêntico ao encaminhado por Pavezi, estando estes próximos as vagens, aglomerado em número de 3-7 indivíduos. Estes ácaros também foram encontrados na resteva da vegetação anterior ao cultivo da soja, principalmente em restos de assa-peixe, espécie de planta daninha nativa de cerrado, e no interior de capim andropogon em decomposição.
A segunda equipe, em visita posterior a primeira, comandada pelo professor Paulo Degrande, acompanhado por técnicos da empresa Syngenta, em condição menos favorável ao aparecimento do ácaro, observou a presença na lavoura de soja com os sintomas descritos, porém não mais encontrou a praga. O professor Paulo Degrande sugeriu a instalação de ensaios ao pesquisador Germison e ao Eng. Agrônomo Pavezi, objetivando avaliar possíveis acaricidas no controle desta praga.
Diante dos sintomas observados e dos danos encontrados, a equipe que lá esteve enviou material a Embrapa a fim de estudar a interação da planta com a praga. Outro fato importante foi a visita do pesquisador Mauricio Meyer da Embrapa Soja a Fundação Chapadão, que em conversa com o diretor da Fundação Chapadão Edson Borges e o agrônomo Pavezi, manifestou a preocupação quanto a dificuldade de identificação de alguns problemas de “SOJA LOUCA” sem a presença de vagens nos estados do Tocantins e Maranhão à alguns anos, sem identificação definitiva do motivo. Ao ver as fotos dos sintomas ocorrido no Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, e análisar às condições ambientais ambos constataram uma forte semelhança entre este problema ao que ocorrido em anos anteriores, nesses Estados.
Fonte: MS Notícias
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