Parceria entre Embrapa e ISCA vai levar ao mercado tecnologia de feromônios para controle do percevejo da soja

Publicado em 03/10/2011 09:15
Objetivo é promover o controle biológico de pragas através de armadilhas e técnicas de manejo.
Uma parceria firmada recentemente entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e a empresa ISCA Tecnologias, vai possibilitar que produtos desenvolvidos a partir de feromônios para controlar o complexo de percevejos da soja cheguem ao setor produtivo.

Os feromônios são os mais importantes elementos da comunicação entre os insetos. São substâncias químicas de cheiro peculiar, presentes em cada espécie, que atuam como meios de comunicação. Na natureza, os feromônios são responsáveis pela atração de indivíduos da mesma espécie para acasalamento, demarcação de território e outros tipos de comportamento. Os cientistas reproduzem, em laboratório, as condições observadas na natureza para monitorar o comportamento dos insetos-praga e interromper a sua reprodução.

O Laboratório de Bioecologia e Semioquímicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolve estudos com os semioquímicos (feromônios e cairomônios) das diferentes espécies de percevejos da soja desde 1990 para controle e monitoramento de percevejos que atuam como pragas na cultura da soja no Brasil. Mas faltava identificar um parceiro com capacidade técnica para levar essa tecnologia ao mercado.

– Encontramos na ISCA um parceiro capaz de transformar essas pesquisas em produtos comerciais – afirma o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Miguel Borges

A ISCA, sediada em Ijuí (RS), possui um grupo de pesquisa e desenvolvimento com capacidade de síntese, produção e formulação de feromônios, prototipação de armadilhas e desenvolvimento de metodologias de manejo integrado de pragas. O objetivo final da parceria é disponibilizar ao setor produtivo da soja metodologias de monitoramento dos percevejos da soja utilizando armadilhas iscadas com feromônios que auxiliem os produtores a adotarem técnicas de manejo que aumentem a eficiência do controle.

Percevejo

A soja é uma das principais culturas agrícolas do Brasil, com uma produção de 67 milhões de toneladas, envolvendo 16 Estados e uma área superior a 21 milhões de hectares. O percevejo da soja é uma das pragas mais nocivas a essa cultura de norte a sul do Brasil e também em outros países, como Argentina e Estados Unidos.

O ataque dos percevejos causa atrofia nos grãos, diminuindo seu valor de mercado e resultando em prejuízos econômicos.

Hoje, a tecnologia existente para monitoramento e identificação da presença de percevejos nas lavouras de soja é a técnica do pano de batida, que além de exigir mão de obra qualificada, demanda tempo dos técnicos envolvidos no monitoramento e, por isso, não é muito utilizada pelos produtores, especialmente em plantios extensivos. O controle dos percevejos tem se baseado em calendários de aplicações norteadas na fenologia das plantas com intervenções pouco criteriosas, que não levam em conta a dinâmica dos percevejos no campo.

Armadilhas à base de feromônios

As armadilhas desenvolvidas a partir de feromônios facilitam o monitoramento dos percevejos nas lavouras de soja, pois as capturas são especificas à praga-alvo, exigindo somente que o produtor conte o número de insetos.

– O que se espera no futuro é que o produtor espalhe as armadilhas na área cultivada e faça inspeções semanais em busca de percevejos. Sempre que o número de insetos alcançar uma quantidade pré-determinada, a aplicação de inseticida será recomendada, aumentando a efetividade do controle, e o mais importante, diminuindo o número de aplicações de pesticidas, o que protege o bolso do agricultor e o meio ambiente – afirma Borges.

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Fonte:
Embrapa

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1 comentário

  • Paulo R. Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, o objetivo de tal pratica, redução da aplicação de agrotóxico para o controle do percevejo. Gostaria de dizer que a Embrapa – CNPSO , Londrina - PR, vem há uma década fornecendo a produtores de soja, infelizmente, em número reduzido, ovos de percevejo parasitados por Trissolcus basalis, um microhimenóptero, que mantém o ataque de percevejos abaixo do nível de dano econômico. Além do que a EMBRAPA-CNPSo. Circular Técnica, 24. ISSN: 0100-6703, cita : (.) “No controle dos percevejos, os inseticidas devem ser usados na metade da dose com a adição do sal de cozinha Recomenda-se para equipamentos terrestres, a concentração de 0,5% (500 g de sal em 100 litros de calda). No uso de equipamentos aéreos, deve-se utilizar a concentração de 0,75% (750 g sal em 100 litros de água). O sal não é volátil, portanto, não atrai os percevejos de áreas vizinhas. Entretanto, o sal quando aplicado na mistura, afeta o comportamento dos percevejos (aumenta a atividade de “tateamento” do alimento), causa um efeito arrestante, isto é, aumenta o tempo de permanência do inseto sobre o alimento. Isso faz com que os percevejos permaneçam mais tempo na área, contaminando-se com os inseticidas mais facilmente.”

    São procedimentos que estão em voga já há algum tempo e com embasamento cientifico . ....” E VAMOS EM FRENTE ! ! ! “....

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