Açúcar em NY se segura em resquícios de fundamentos para evitar saída total dos vendedores

Publicado em 27/04/2018 18:20

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A volta do contrato maio para a casa dos 11 c/lp na ICE Futures, bem como o distanciamento dos dois vencimentos subsequentes da fronteira dos 10 c/lp, nesta sexta-feira (27), em segundo dia de alta, pouco altera o panorama do açúcar referenciado por Nova York ao longo de abril. O plano de voo em baixa, pelo excedente asiático, já foi estabelecido pelo mercado há meses e não deve se alterar, mas alguns resquícios de fundamentos podem ter ajudado nas compras de um mercado ávido por tentar tirar o alimento dessa altitude insustentável. Pelo menos frear a queda livre.

Na véspera, a alta de foi de correção técnica, depois de seguidas quedas; neste último dia da semana – maio/11.22 c/lp, +25 pontos, julho 11.52, +14 (o driver) e outubro 11.79, +9 -, os investidores testaram a possibilidade de algum enxugamento dos inventários mundiais a partir do segundo semestre e o clima menos favorável no Brasil. “E viram também que os vendedores saíram do mercado, inclusive os indianos, porque nos atuais preços não há fixação nem vendas no spot”, informou um trader de um grupo brasileiro.

Na semana de 20 a 27, que fecha abril, o maio recuou 3,61% e a telas de julho e outubro perderam, respectivamente, 2,95% e 2,80%, no levantamento de André Lopes, economista do Notícias Agrícolas.

A Alvean, maior trading mundial de açúcar, anunciou nesta sexta um contrato de longo prazo com a Al Khaleej, de Dubai, maior refinadora global. Embora a Copersucar, acionista da Alvean, já tivesse relacionamento antigo com a companhia árabe, com 20 milhões de toneladas de açúcar brasileiro comprados em 18 anos, o novo acordo agora tem também o peso da Cargill, sócia na trading. Tira de outros exportadores um grande comprador, mas também garante importações de mais originações da Copersucar e da Cargill que não ficarão dependentes do mercado e inflando estoques.

Pelo lado climático, os serviços de meteorologias nacionais e internacionais dão chuvas frequentes no Centro-Sul brasileiro ao longo de maio inteiro, com volumes de até 50 mm em São Paulo (veja aqui análise da Somar ao Notícias Agrícolas de 26/4), sinal de que pode haver problemas com a colheita e moagem.

Ainda que por confirmar, e mesmo com o Brasil sacramentando há tempos uma redução de até 6 milhões de toneladas nos embarques, qualquer risco de atraso nas entregas contratadas ou prejuízos que encurtem a produção o mercado precifica.

Essas duas variáveis, ainda por se confirmarem, talvez tenham dado alguma sustentação. Não oferece nenhum conforto e menos ainda indica tendência de recuperação, ao menos tenta segurar alguns vendedores no jogo, mais ainda que a próxima semana é curta em negócios com o feriado mundial de 1º de Maio.

Índia

Os perigos internacionais, no entanto, não foram afastados, com a pressão dos produtores indianos reclamando por novos subsídios. Em março, as usinas foram ajudas com novas cotas de 2 milhões de toneladas de exportações, agora querem repetir a dose, conforme também defende a ICRA Ratings, contratada pelo setor para analisar as perdas das empresas, com o excedente de 5/5,5 milhões de toneladas de uma safra de 31 milhões.

E se o governo estabelecer uma nova política de ajuda aos agricultores por parte das usinas, como também está no noticiário econômico indiano, haverá compensações para as indústrias.

Mercado interno

As três quedas do açúcar Cepea na semana, em escala ascendente – e também reduzindo o positivo acumulado do mês de abril – devem continuar. Os compradores, indústrias e atacadistas, já deram uma trégua nas aquisições.

E o etanol, cuja tabela Cepea/Esalq vira nesta sexta, deve também apresentar continuidade das reduções no atacado.

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Por:
Giovanni Lorenzon
Fonte:
Notícias Agrícolas

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