Sobre Cide na gasolina, Bolsonaro diz que política é não elevar imposto

Publicado em 08/05/2020 08:50

SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, no Palácio da Alvorada, que sua política "é de não aumentar imposto", ao ser questionado sobre pleito da indústria de etanol para uma alta da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) na gasolina.

O presidente disse ainda que tem compromissos de campanha de não aumentar tributos. Ele ponderou também que, embora tenha sido procurado pelo setor sucronergético, diversas outras indústrias também estão sofrendo diante da crise gerada pelo coronavírus.

No caso do etanol, a indústria sofreu uma queda de cerca de 50% no consumo em abril, segundo dados do próprio governo, e também uma pressão nos preços, em um momento em que a safra de cana no centro-sul está começando.

Para o presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Evandro Gussi, "essa não é a resposta que nós esperávamos".

"É extremamente preocupante, o setor cada dia está à beira de um colapso. Vemos, por outro lado, que o presidente não virou as costas, esse diálogo continua aberto, para encontrar mecanismos para minimizar os danos", disse Gussi.

Ele disse que agora buscará estudar junto aos ministérios da Agricultura, Minas e Energia e Economia o que pode ser feito "para minimizar os danos".

Gussi lembrou que o setor tem também um pleito do financiamento de estoques de etanol, em uma operação conhecida como "warrantagem".

"Vamos ter que sentar e conversar de novo com o governo. É um fato muito preocupante..."

Gussi preferiu não comentar sobre quanto a Cide poderia ser elevada.

A fala de Bolsonaro veio após a Fecombustíveis, federação que representa postos de combustíveis no Brasil, ter enviado ofício ao presidente pedindo que o governo não elevasse Cide e nem criasse uma taxa de importação para o combustível.

Em meados do mês passado, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, já havia afirmado que a imposição de um imposto de importação sobre a gasolina ou mesmo um aumento da Cide para o combustível fóssil poderiam gerar problemas técnicos para a produção de outros derivados de petróleo no país.

Preço médio da gasolina nos postos cai 8% em abril ante março, diz ValeCard

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O preço médio da gasolina nos postos do Brasil teve queda de 8% em abril ante o mês anterior, para 4,23 reais por litro, diante de uma queda da demanda e de redução dos preços nas refinarias pela Petrobras, apontou nesta quinta-feira pesquisa realizada pela ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas.

Na comparação com o valor médio registrado em janeiro, a queda acumulada soma 11,17%, impactada por uma diminuição dos preços do petróleo e de seus derivados diante da propagação do novo coronavírus, que reduziu a demanda global.

Rio de Janeiro (4,678 reais por litro) e Acre (4,67 reais) foram os Estados com os valores da gasolina mais altos, enquanto Paraná (3,777 reais) e Santa Catarina (3,863 reais) apresentaram os menores preços.

As unidades da federação que registraram as maiores retrações nos preços foram Paraná (-13,85%), Distrito Federal (-12,95%) e Mato Grosso (-11,51%). O Amapá foi o único Estado a registrar alta no valor em abril (+2,76%). 

Obtidos por meio do registro das transações realizadas em abril com o cartão de abastecimento da ValeCard em cerca de 20 mil estabelecimentos credenciados, os dados mostraram ainda que Belém (4,722 reais) e Rio de Janeiro (4,676 reais) têm os preços mais altos entre as capitais.

Já as capitais com preços mais baixos são Curitiba (3,598 reais) e Brasília (3,868 reais).

Preços do petróleo seguem para novo ganho semanal com perspectivas de demanda

LONDRES (Reuters) - Os preços do petróleo subiam nesta sexta-feira e caminhavam para uma segunda semana consecutiva de ganhos, à medida que mais países avançam com planos para relaxar os bloqueios econômicos e sociais criados para interromper a pandemia de coronavírus e conforme petroleiras paralisam produção.

O petróleo Brent subia 0,85%, a 29,71 dólares por barril, às 08:19, após recuar quase 1% na quinta-feira.

O petróleo nos EUA (WTI) avançava 0,42%, para 23,65 dólares por barril, após um declínio de quase 2% na sessão anterior.

Ambos os contratos estão caminhando para uma segunda semana de ganhos após as mínimas registradas em abril, quando o petróleo nos EUA caiu abaixo de zero.

No entanto, o petróleo ainda está sendo bombeado para armazenamento, aumentando a perspectiva de que quaisquer ganhos provocados por uma demanda mais forte sejam limitados.

"O mercado continua com excesso de oferta, mas os cortes da Opep+ e os cortes voluntários estão ajudando e o início modesto da recuperação da demanda pode ser iminente à medida que os bloqueios começarem a diminuir", disse Jason Gammel, analista da Jefferies.

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Fonte:
Reuters

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