Czarnikow vê preço da cana bater média de R$ 180 por tonelada na safra 23/24 do Centro-Sul
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Apesar de novas dinâmicas nos preços dos combustíveis no Brasil, mas expectativas positivas para o açúcar, as projeções de preço da cana-de-açúcar foram atualizadas pela Czarnikow. A trading inglesa passou a ver uma projeção acumulada, até o momento, de R$ 1,2033 por quilo de ATR e, em março de 2024, final de safra 2023/24 no Centro-Sul, um valor de R$ 1,2650/kg.
"Esse patamar seria um recorde para o preço do ATR, base São Paulo, e 8% acima da safra passada. Mas na prática, o que significa isso? Um preço de ATR de R$ 1,2650/kg resulta em uma tonelada de cana a quase R$ 180 – assumindo um ATR/t cana médio para a safra 2023/24", pontua a analista Ana Zancaner da trading na atualização de projeção.
Apesar dos preços do etanol terem recuado no Brasil nas últimas semanas em meio competitividade afetada ante a gasolina, as expectativas daqui pra frente são positivas para o açúcar.
"A falta de demanda pressionou o preço do etanol hidratado em maio, o que resultou em uma queda de 11% em relação ao mês anterior. Isso impactou na conta final do preço do ATR", destacou Ana sobre o preço projetado do ATR no mês de maio, em R$ 1,1943/Kg ATR, apesar de acumulado maior. O biocombustível continua com paridade acima de 70% em regiões do país.
"A ressaca das decisões de extensão da isenção parcial dos impostos federais combinados à decisão da Petrobras de reduzir o preço da gasolina na refinaria, não ajudou a trazer a paridade abaixo de 70%", diz Ana.
A analista pontua ainda que o etanol até poderia ganhar algum fôlego com a recente mudança com alíquota fixa de ICMS da gasolina, ocorrida a partir de 1 de junho – permitindo o preço do combustível subir sem alterar sua competitividade. Porém, a partir de 1º de julho, os impostos federais devem voltar a ser cobrados integralmente, reduzindo o potencial de subida.
"Além disso, a Petrobras anunciou que deve adotar outra estratégia de preços, deixando de seguir a paridade de preços internacionais (PPI). Nesse caso, mesmo se o preço do barril de petróleo subir, o impacto nos preços domésticos deve ser nulo ou muito menor", ressalta.
Os preços do açúcar também não ajudaram na conta do ATR em maio, já que a média de preços do tipo bruto na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) considerada na conta foi por volta de 21 cents/lb, bem abaixo das máximas vistas desde meados de abril, mas as perspectivas à frente são positivas.
"Apesar do mercado ter recuado das máximas vistas em maio, a perspectiva continua construtiva. A oferta do adoçante neste ciclo está fechada, com o Brasil sendo o principal fornecedor de açúcar bruto desta temporada", destaca a Czarnikow.
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