Plano Safra com menos recursos para equalização dos juros preocupa Feplana
Apesar do anúncio de valores recordes já esperados (R$ 364,2 bilhões) e uma nova formatação apresentada nesta terça-feira (27), valorizando inclusive uma agricultura ainda mais sustentável (RenovAgro), o novo Plano Safra só disponibilizou 1/5 dos R$ 25 bilhões requeridos pelo agronegócio para a equalização dos juros. A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), presente no lançamento no Palácio do Planalto, reivindica o aumento do valor desses recursos com taxas de juros menores, ou então serão consumidos rapidamente e não serão suficientes para empréstimos a juros controlados.
Uma novidade louvável do plano é o seu conteúdo ainda mais ambiental. Porém, devido a questões operacionais, poderá prejudicar o agronegócio diante da baixa análise por parte da União em relação ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). Só 20% dos produtores rurais do Brasil tiveram o seu CAR analisado. "Ainda assim, o Seguro Rural e as linhas de créditos com juros menores demandam do produtor o enquadramento em critérios rígidos de produção sustentável. O Programa ABC, agora com o nome de RenovAgro, terá juros iniciando em 7%", exemplifica José Severo, assessor técnico da Feplana.
Para Paulo Leal, presidente da Feplana, cabe ao governo lembrar que já temos a agricultura mais preservacionista do mundo. Com regras rígidas impostas para a preservação do meio ambiente. "Portanto, independentemente do CAR, é preciso premiar com juros menores todos produtores que cumprirem certas condições de sustentabilidade. Afinal, um número mais que considerável deles já estão enquadrados nessa situação", dizem Leal, Alexandre Lima (vice-presidente da Feplana), José Inácio (secretário da Feplana) e Nelson Perez (presidente da Comissão Nacional de Cana-de-açúcar).
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