USDA: 1º dia de Outlook Forum traz projeções de áreas e exportações maiores dos EUA na safra 2020/21

Publicado em 20/02/2020 16:50
Autoridades trouxeram ainda suas preocupações com a China e os impactos do Coronavírus na demanda

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Área de Plantio, preços médios, exportações e China foram alguns dos principais assuntos debatidos durante o primeiro dia do Agricultural Outlook Forum do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira (20). O evento vai até esta sexta-feira, 21. 

EXPORTAÇÕES AMERICANAS

A instituição estima que as exportações agrícolas norte-americanas alcancem US$ 139,5 bilhões em 2020. São US$ 4 bilhões a mais do que em 2019. Segundo o documento trazido pelo departamento, esse incremento deverá ser concretizado com vendas maiores de soja, trigo e do setor avícola. 

Por outro lado, o USDA projeta exportações menores de milho e de farelo de soja e, no caso do cereal, acredita que essas vendas serão menores em função de uma maior concorrência do produto norte-americano com o Brasil, a Ucrânia e a Argentina.

"2020 é um grande ano para o comércio, é claro, e isso ajudará as vendas e os preços", disse o economista-chefe do USDA Robert Johansson, em Arlington, no estado da Virginia, onde acontece o fórum. 

SOJA - CHINA X EUA

Sobre a soja, o que chamou a atenção dos analistas e consultores norte-americanos foi de que as projeções iniciais do USDA para as exportações dos EUA ainda não contabilizam os possíveis impactos de aumento que viriam com a vigência da fase um do acordo comercial entre chineses e americanos. 

As colocações de Johansson foram "explicadas" por Sonny Perdue, Secretário de Agricultura dos EUA, durante uma coletiva de imprensa depois de seu discurso. "Esperamos superar esses números (divulgados pelo economista chefe do USDA) com certeza. Mas, ele teve de se basear no último boletim mensal de oferta e demanda, de fevereiro. Portanto, essas são estimativas. Espero que as exportações sejam muito maiores do que isso. Então, não, elas não incluem a fase um", disse. 

Mais do que isso, o USDA ainda destacou como possíveis ameças a estas vendas maiores do USDA a safra recorde que vem sendo colhida no Brasil e a desvalorização da moeda brasileira frente ao real, ambos fatores que mantém elevada a competittividade da soja brasileira. 

PREÇOS MÉDIOS

O economista chefe do USDA trouxe ainda suas estimativas para os preços médios da soja - em US$ 8,80 por bushel - e de US$ 3,60 para o milho. Para o trigo, a projeção é de de US$ 4,90/bushel. 

CHINA

Johansson afirmou ainda que as compras da China nos EUA deverão somar US$ 14 bilhões neste ano, US$ 3 bilhões a mais do que o estimado em novembro, antes da oficialização da fase um do acordo comercial, a qual aconteceu em 15 de janeiro. No entanto, pediu atenção aos impactos do coronavírus sobre estes números. 

Além da soja, o representante do USDA falou ainda da carne suína norte-americana para os chineses. "Com o acordo da fase um, esperamos que uma parcela maior das importações de carne suína da China - que perdeu um quarto de sua produção da proteína em 2019 devido a uma epidemia de peste suína africana - sejam preenchidas pelos EUA". 

Ainda assim, alerta também para uma possível limitação da demanda chinesa por proteínas de uma forma geral causada pela severidade do surto de coronavírus no país. 

ÁREA DE PLANTIO

Para a soja, a estimativa veio em 34,4 milhões de hectares, contra 30,80 milhões da safra 2019/20 e dentro das expectativas do mercado de 33,59 a 35,40 milhões. O aumento para a oleaginosa é expressivo - de 11,69% -  reflete uma retomada dos produtores depois da severidade do clima na safra  2019/20, que deixou muitas áreas sem plantar no Corn Belt, como aconteceu também com o milho. 

Ainda segundo explicam analistas e consultores, o aumento também é esperado diante de uma melhora nas relações comerciais entre China e Estados Unidos. Com a chegada e vigência da fase um do acordo comercial entre os dois países, as expectativas são de que a demanda da nação asiática no mercado norte-americano volte a crescer. 

Sobre o milho, o USDA estima a área em 38,04 milhões de hectares, enquanto a média esperada pelo mercado era de 37,88 milhões e o intervalo, de 37,23 a 38,65 milhões de hectares. Confirmada, a área seria maior do que a da safra 2019/20 de 36,30 milhões. O aumento esperado é de 4,79%. 

O USDA projeta ainda uma área plantada com trigo em 18,21 milhões de hectares. 

SUBSÍDIOS

Ainda durante a coletiva, Perdue afirmou que o governo segue acompanhando o andamento do mercado e dos negócios e, contrariando o que veio dizendo nos últimos meses, disse que pode haver a possibilidade de outro programa de subsídio aos produtores norte-americanos caso seja necessário ou novas interrupções entre as negociações venham a acontecer.

USDA vê aumento no plantio de milho e soja dos EUA em 2020; recuo para trigo (Reuters)

(Reuters) - Agricultores nos Estados Unidos devem plantar 94 milhões de acres com milho em 2020, acima dos 89,7 milhões do ano passado, enquanto o plantio de soja deve somar 85 milhões de acres, também acima dos 76,1 milhões em 2019, projetou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) nesta quinta-feira.

Uma pesquisa da Reuters com analistas estimou que o plantio de milho deve crescer para 93,6 milhões de acres em 2020, enquanto o de soja deve avançar para um total de 84,6 milhões de acres.

A área cultivada com 22 grandes culturas dos EUA caiu mais de 16 milhões de acres em 2019 devido a dificuldades de plantio, disse o economista-chefe do USDA, Robert Johansson, em uma conferência anual de perspectivas em Arlington, Virgínia.

"Uma pergunta importante a ser feita é: 'pra onde vão todos os hectares que não foram plantados em 2019?'. Esperamos que boa parte desses acres não plantados sejam plantados com milho e soja em 2020", disse Johansson.

O USDA previu que o plantio de trigo dos EUA em 2020 deve alcançar 45 milhões de acres, com recuo frente aos 45,2 milhões de acres do ano anterior.

No mês passado, o USDA estimou a colheita de trigo de inverno nos EUA na safra 2020 em 30,8 milhões de acres, a segunda mais baixa já registrada.

E os solos saturados nas planícies do norte dos EUA podem atrasar ou impedir o plantio do trigo da primavera em 2020, disse Johansson, resultando em um leve declínio no total de plantações de trigo.

CHINA

O USDA projetou ainda que as exportações de produtos agrícolas dos EUA à China em 2020/21 devem somar 14 bilhões de dólares, de um total de 139,5 bilhões de dólares de vendas para todos os destinos, o que seria um crescimento de 4 bilhões ante 2019.

O secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, disse que a previsão não inclui detalhes do acordo Fase 1, assinado com os chineses em janeiro.

Segundo Perdue, a China vai começar a aumentar as compras dentro do acordo Fase 1 na primavera (Hemisfério Norte), dependendo do impacto do coronavírus.

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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