Inflação no Brasil não é provocada por conta da oferta de alimentos, e Governo erra ao fazer diagnóstico do problema
Inflação no Brasil não é provocada por conta da oferta de alimentos, e Governo erra ao fazer diagnóstico do problema
As medidas do Governo Federal para redução da inflação no país com foco nos preços do alimentos esteve no centro da discussão do Conexão Campo Cidade desta semana. Com a participação de Marcelo Prado, Samanta Pineda, Antônio da Luz e Roberto Rodrigues, os especialistas frisaram que o problema inflacionário do Brasil não é provocado pela falta de oferta dos alimentos e que esse é um diagnóstico errado feito pelo Poder Executivo.
Conforme apontou Marcelo Prado, o atual Governo está muito preocupado com a inflação e vê como o principal culpado o aumento do preços dos alimentos. Porém, Marcelo ressalta que grande parte desses alimentos são produtores exportados que sofrem interferência do dólar e frisou que a moeda norte-americana se valorizou diante do real por conta do excesso de gastos do próprio Governo.
“Ele não entendeu que tem que olhar para o espelho e ver que o problema está dentro do próprio Governo. Eles que precisam fazer a racionalização melhor das suas contas públicas, das suas despesas, para gerar maior credibilidade para o mercado e, consequentemente, o real ter uma apreciação frente ao dólar e, com isso, teremos alimentos com uma condição muito mais favorável para o consumidor”, afirma Marcelo Prado.
Para Samanta Pineda, o governo esquece do tanto de burocracia que tem para produzir neste país. Custo de produção cada vez mais elevado para o produtor, que além de máquinas e insumos também de licenciamentos.
“O que a gente precisa é olhar para o produtor e fazer um plano. Qual o plano do Governo para o agronegócio brasileiro? Não existe, nem por parte do Ministério da Agricultura. Hoje, para o produtor buscar inclusive subsídio, tem exigências que são impossíveis de chegar. Fica difícil assim combater alta de alimentos”.
Antônio da Luz afirmou que não acha que o Governo esteja preocupado com a inflação dos preços dos alimentos, mas sim com as próximas eleições e com a decorrência daquilo que ele vem criando. De acordo com o que explica o economista, inflação não é o aumento dos alimentos, mas sim uma elevação generalizada dos preços. Isso ocorre há mais de 1.700 anos e atinge também outros setores, como transporte, saúde, serviços, etc.
“A inflação pode ser de oferta ou de demanda. De oferta é quando não tem produto e demanda é quando a gente estimula artificialmente a demanda, como é o caso do Brasil. Logo, atuar na oferta não vai adiantar nada”, explica o economista.
“Sabe o que aconteceu com o arroz? Ele subiu em 12 meses 3% para o consumidor. Sabe o quanto caiu para o produtor? 22%. O óleo de soja aumentou 27,3% para consumidor. Mas sabe o que aconteceu com a soja? Caiu 6% para o produtor. O problema não está no nível da oferta, está no nível da demanda. Enquanto o Governo errar no diagnóstico, ele vai errar o prognóstico. Ele precisa enfrentar o problema que ele criou, que são os gastos públicos.
1 comentário

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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Buenas, existe um fator ignorado solenemente por todos nessa equação dólar-preço de soja, milho, frango, boi, suinos, etc... Quanto mais fraca a moeda brasileira mais barato nossos produtos se tornam aos estrangeiros. Coisa simples de verificar, se o Kg de frango está 1 dólar no mercado de exportação com dólar a 4 a indústria mete 4 no bolso, com 6 mete 6. Para os estrangeiros tanto faz, eles continuam pagando 1 dólar. É lógico que as empresas vão preferir exportar do que vender no mercado interno, já que o salário dos pobres não está acompanhando a inflação. O Brasil bate recordes de exportação e a comida do pobre fica cada vez mais cara aqui dentro...isso é assim desde que me conheço por gente...e ninguém fala nisso.
Recentemente o governo trocou o presidente do IBGE
E no meu modo de entender essa mudança tem o objetivo de falsear os dados da inflação para fazer cair a selic e reduzir as despesas do INSS--- Os produtos horticolas, em tese, por não serem produtos de exportação deveriam subir menos do que os outros alimentos, entretanto está acontecendo o contrario-- Aqui em Sao Paulo os produtores de horticolas que se aposentam abandonam totalmente a atividade, neste caso a oferta cai