Inflação no Brasil é um problema fiscal; preço pago ao produtor rural é parte pequena do valor que chega ao consumidor

Publicado em 10/03/2025 19:11 e atualizado em 18/03/2025 16:10
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Para o economista Antônio da Luz, aumento de produção agrícola não é o suficiente para reduzir alta de preços no país
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Inflação no Brasil é um problema fiscal; preço pago ao produtor rural é parte pequena do valor que chega ao consumidor

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O economista Antônio da Luz criticou no debate desta semana a postura do governo brasileiro diante da inflação. Para ele, a inflação no Brasil não é um problema de oferta, mas sim de demanda. Ele explica que a inflação de demanda ocorre devido a um desequilíbrio macroeconômico, como o aumento do crédito, redução excessiva de juros ou, principalmente, a pressão fiscal que o governo exerce ao tentar equilibrar suas contas.

De acordo com o economista, a inflação não é causada pela escassez de produtos, mas por um desequilíbrio gerado pelas políticas fiscais irresponsáveis do governo. Ele menciona que a safra de 2024 foi a segunda maior da história, desafiando a ideia de que a escassez de alimentos é o principal fator inflacionário. Para ele, o problema está nas políticas fiscais do governo, que têm levado à inflação de uma forma mais generalizada, afetando não apenas os preços dos alimentos, mas também os custos da saúde, da educação e do transporte.

A inflação dos alimentos e as importações

Uma das grandes polêmicas levantadas durante o debate foi a ideia de que o governo estaria colocando a culpa da inflação nos produtores rurais e no agronegócio, principalmente ao liberar importações de produtos como sardinha e azeite de oliva. Para Antônio da Luz, essas medidas são ineficazes, e mais parecem um favor a grandes CNPJs do que uma solução para o problema do consumidor.

“Liberar a importação de sardinha ou azeite não resolve a inflação dos alimentos. É como um médico incompetente que trata a febre sem investigar a causa da doença”, disse, sugerindo que o governo foca em questões periféricas, enquanto o verdadeiro problema — o desequilíbrio fiscal — segue sem solução.

Desafios estruturais e a necessidade de ações de longo prazo

Além das críticas à gestão fiscal, o debate também abordou a falta de ações estruturantes no Brasil. A infraestrutura, especialmente no setor logístico, foi citada como uma das principais causas das dificuldades econômicas do país. A sobrecarga nos portos, especialmente o Porto de Santos, e os problemas de transporte, que afetam diretamente o agronegócio e a exportação de produtos como o café, são alguns dos exemplos de falhas estruturais que precisam ser resolvidas com urgência.

Leticia Jacintho chamou a atenção para o fato de que, enquanto o Brasil faz a sua parte dentro das porteiras, com práticas agrícolas sustentáveis e inovadoras, os problemas começam a surgir após a produção, quando a logística e os portos falham em atender à demanda.

“A parte dentro da porteira é bem feita, mas fora dela, o Brasil perde em termos logísticos. Precisamos urgentemente de investimentos para modernizar nossa infraestrutura”, afirmou.

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