Estoque de animais prontos para abate é superior a 2 milhões de cabeças o que diante de uma demanda fraca, pressiona @

Publicado em 03/02/2017 11:16
Confira a entrevista de Lygia Pimentel - Consultora da Agrifatto
Cenário é de aperto na renda e pecuaristas precisam evitar períodos de concentração de oferta

Podcast

Oferta de animais aumenta em momento de venda fraca de carnes e fechamento de frigoríficos para se ajustar ao atual cenário

Download

O aumento da oferta de animais, reflexo do ciclo pecuário, é agravado pelo cenário de baixo consumo no mercado brasileiro de carnes. Com isso, os pecuaristas vivem um momento de cotações bastante pressionadas.

Nos últimos anos, a rentabilidade dos animais de reposição promoveu um crescimento na retenção de fêmeas. "Temos agora um aumento na produção de bezerros refletindo na baixa do preço e na elevação da capacidade produtiva", explica a consultora da Agrifatto, Lygia Pimentel.

O segundo fator, é que aliado ao crescimento na disponibilidade de oferta, o país enfrente desde 2014 um cenário de recessão econômica que culminou na queda do consumo. No final do ano passado o país alcançou o menor consumo per capita dos últimos 15 anos. Segundo levantamento da Agriffato, a população está demandando em média 29,7/kg por pessoa.

"Com o consumo caindo, assim como as exportações, temos um excedente de carne no mercado interno e estoque de animais terminados", diz Pimentel.

Em todas as categorias a retenção de 2014 a 2017 chega a 7 milhões de cabeças no rebanho nacional. Na categoria dos terminados - de 24 a 36 meses - o estoque está estimado em 2 milhões cabeças que deixaram de ser abatidas.

Diante dessa conjuntura, Lygia alerta que as engordas realizadas neste ano com a reposição adquirida em 2016 correm sério risco de baixo retorno. "A partir do momento que os pecuaristas têm prejuízo começam a abater para fazer caixa, entrando efetivamente, na fase de baixa no ciclo pecuário", acrescenta.

Na outra ponta da cadeia, os frigoríficos sem intensivo para o consumo ajustam suas capacidades produtivas, reduzindo abate e mantendo os preços da carne relativamente positivos.

Outra orientação da analista é sobre a estratégia de comercialização dos pecuaristas diante do ano desafiador. Para ela, "manter os animais no pasto é simplesmente postergar o problema e acabar intensificando a baixa", diz. Os produtores deveriam, portanto, realizar vendas à medida que as contas fecham, para evitar concentração de oferta em determinados períodos.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário