Começa a colheita do café com boas perspectivas, apesar dos impactos do coronavírus

A colheita do café no Brasil já está na pré-colheita, num cenário diferente de outros anos por conta da pandemia do coronavírus. A incerteza da colheita rondou o mercado nas últimas semanas, fato que acabou pressionando os preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Apesar de alguns dias de quedas, muitas provocadas pelo preço do petróleo, o café ainda está em um cenário positivo em meio à pandemia.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, diz que o ano é atípico "mas especialmente no Sul de Minas Gerais a colheita deverá acontecer sem maiores problemas, e que deve ser uma colheita de uma boa safra".
-- "Estamos ainda no início, está muito cedo para se dizer sobre o volume, mas tudo sinaliza que será uma colheita de muito boa qualidade e, se o tempo nos ajudar, faremos a colheita talvez em um período mais longo, mas de uma maneira bem otimista em relação ao mercado", afirma.
Diante de todo o cenário que não atinge só o Brasil, mas sim os principais consumidores de café do mundo, Carlos Augusto acredita que a perspectiva do setor ainda é positivo.
-- "Tempos atrás já previmos que teriamos pouco café em estoque no Brasil e o mercado mundial é muito dependente do Brasil", diz o presidente da maior cooperativa de café do mundo. "Estamos com o menor estoque de café da cooperativa em 14 anos; por conta disso nós estamos vendo preços condizentes com a realidade e necessidade", afirma.
A Bolsa de Nova York (ICE Future US) encerrou com movimentações positivas nesta quinta-feira (23), indicando mais uma vez que, apesar da situação atual, ainda há procura pela bebida, o que acaba conflitando com a pouca quantidade de café no mercado, pressionando assim os preços pra cima.
Carlos Augusto destacou ainda que o produtor tem aproveitado as oportunidades do mercado, vendendo nos momentos em que os valores compensam e garantem uma margem de lucro ao produtor.
O presidente da Cooxupé afirma ainda que o café precisa ser colhido dentro do prazo necessário e que , por isso, não concorda com a ideía de se atrasar a colheita por força da presença do coronavírus.
-- "O que define o nosso trabalho é a natureza, se o grão ficou pronto, maduro, ele tem de ser colhido; nossa prioridade é a qualidade do café".
A maior parte da colheita deverá acontecer na segunda quinzena de maio e primeira semana de junho. "Aí, segundo o presidente da Cooxupé, a esperança voltará renascer com força nos cafezais de MInas. "O café é fonte de grande distribuição de renda", e completou:
-- "Tudo nessa vida tem que ser feito com bom senso; e eu acredito que nossa vida vai continuar dentro da normalidade".
Confira a entrevista completa no vídeo acima
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